Capítulo: 17

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-Eu não quero que você deixe de ser quem você é – para em frente à Priscilla – Por mais que seja difícil aceitar, por mais que eu não entenda e ainda não aceite que você goste de mulheres – respira fundo – Como sua mãe disse o amor dos pais por seus filhos é incondicional. Quando você nasceu eu prometi que faria de tudo para fazê-la feliz, que a protegeria de tudo, que a amaria sempre.

Sei que falhei com algumas dessas promessas, mas – encara Priscilla – Estou disposto a cumprir com cada uma delas novamente se você me aceitar como seu pai – termina de falar, não controlando mais o choro.

-Vo…Você está me pedindo perdão é isso? – pergunta Priscilla emocionada.

-Sim filha. Estou pedindo perdão a você e a sua mãe – encara a esposa  - Sei que falhei com você, que me tornei um marido duro, ausente, mas prometo que voltarei  a ser aquele Carlos por quem você se apaixonou – acaricia o rosto da esposa e em seguida fita Priscilla – E serei o seu pai – limpa as lágrimas dos olhos da filha – Vocês me aceitam?

-Sim – as duas falam chorosas e levantam para abraçar Carlos. Os três permanecem abraçados por um bom tempo, até serem interrompidos por um furioso Rodrigo que entra na sala sem ser anunciado.

-Que lindo! – diz sarcástico – Que família mais unida eu tenho.
-Quem te deu autorização de entrar na minha sala sem ser anunciado? – pergunta Priscilla brava.

-Preciso ser anunciado para entrar na sala da minha irmãzinha? – pergunta Rodrigo com certa ironia.
-O que você quer? – pergunta Priscilla sem paciência.

-Só quero deixar claro que não deixarei que você dê o dinheiro da nossa família para instituições de caridade – fala bravo.

-O dinheiro não é da “sua” família – fala irônica – O dinheiro é meu, eu o herdei e faço com ele o que eu quiser – o desafia com o olhar.
-Você não pode acabar com a empresa, ela não é só sua - grita com raiva.

-Eu sei que ela não é só minha, mas sou a sócia majoritária e a presidente. Se você não quer perder a empresa, junte-se com a “sua família” – fala o último com ironia na voz - e me faça uma proposta, quem eu mudo de idéia e vendo para vocês, mas – ri – Nem juntando todas as economias de vocês, vocês conseguiram comprar a minha parte, e eu nem sei se venderia para vocês.

-Sua idiota – grita Bravo – Você sempre que tudo para você. Primeiro roubaste toda atenção dos nossos pais quando nasceu depois que se assumiu lésbica tomou toda a fortuna da nossa família fazendo a cabeça da vovó
– fala com rancor.

-Eu não roubei nada de você seu idiota – grita Priscilla – Você que sempre foi invejoso. A vovó me deixou tudo, pois julgava que vocês não eram merecedores de estarem no comando desta companhia, por isso não fale o nome da MINHA AVÓ em vão, muito menos para julgá-la – se levanta – Você tem raiva de mim porque quando eu nasci os nossos pais me paparicaram demais, mas você já parou para pensar que você é o filho mais velho? O orgulho? O varão que o papai sempre quis?  - pergunta encarando Rodrigo – Não nisso você nunca pensou. Sabe por quê? Porque na verdade você não se importa nem um pouco com a família, você assim como todos os outros só se preocupam com o status social e o número de zeros na conta bancária. Eu roubei os nossos pais?

Que ironia! Todos esses anos o que eu menos tive ao meu lado foram meus pais – se emociona ao falar isso, mas não perde a postura – Todos esses anos você os teve para si, mas aproveitastes? Não. Você só estava interessado em gastar o dinheiro da nossa família em carros importados, mulheres e sabe se lá que outras coisas – pausa – Não venha querer tirar satisfações comigo, ou tentando fazer com que valha sua vontade.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ ⱧɆ . ₳Ⱡ . ł₦₲Onde histórias criam vida. Descubra agora