Natalie é pega de surpresa com a pergunta e reação de Ana Paula, respira fundo, segura as mãos a menina, a olha nos olhos e fala:
- Olhe para mim – Ana olha para Priscilla com o rosto molhado por lágrimas que ela já não conseguia conter – Eu era muito nova – fala pausadamente tentando conter sua emoção – Sei que você não acha que isso é uma desculpa para o que eu fiz com você, mas sei que quando você ficar maior entenderá. Eu amava o seu pai biológico mais do que a minha vida, fazia planos de casar e ter filhos com ele, mas infelizmente todos os meus sonhos foram destruídos quando ele me violentou sexualmente, me bateu deixando-me cheia de machucados.
Eu passei a odiá-lo a partir daquele dia. Quando descobri que estava grávida dele, fiquei com mais ódio, não queria ter você porque você me faria recordar de tudo que passei com ele, e isso me machucava muito.
Eu não te odiava meu amor – acaricia o rosto de Ana Paula limpando as lágrimas – Eu só não estava preparada para ser mãe, era muito imatura, estava machucada, não sabia o que fazer, mas depois, conforme eu fui crescendo fui me dando conta do que eu tinha feito. Dei-me conta do monstro que eu havia me tornado por tê-la abandonado no momento em que você mais precisava de mim. Por muitos anos fui uma pessoa triste, não somente pelo que o seu pai me fez, mas também pelo que eu fiz com você. Eu não sabia o que pensar, ao mesmo tempo em que eu te queria, tinha medo de te fazer sofrer.
Natalie limpa as próprias lágrimas que molham todo o seu rosto, olha para o rostinho de Ana que também está chorando e segue falando:
- Contratei um detetive para te procurar, queria te encontrar de todas as formas para pedir perdão por tê-la abandonado. Quando descobri a alguns meses que você era a minha filha entrei pânico porque você esteve ao meu lado esse tempo todo. Fiquei com raiva dos seus avos e de seus pais por terem escondido isso de mim, mas parei um pouco para pensar e vi que na verdade eu não tinha que ficar com raiva, pois você cresceu com a sua família biológica, foi amada por todos, inclusive por mim. Mas sei que nada disso justifica o que eu fiz – abaixa a cabeça – Espero que um dia você possa me perdoar e volte a me amar como antes.
-Você não me odeia por agora ter descoberto que eu sou sua filha?
– pergunta Ana Paula.-Como eu posso te odiar meu amor? - sorri Natalie – Eu te amo como Ana Paula, minha sobrinha querida e sapeca, e te amava como minha filha perdida. Tenho sorte por as duas crianças que eu mais amo na minha vida sejam a mesma pessoa.
-Você vai me tirar do papai e da mamãe? – pergunta – Vai me obrigar a morar com você e a tia Priscilla?
- Claro que não bonequinha. Eu jamais faria isso, por mais que quisesse tê-la comigo, jamais obrigaria você a nada, muito menos te tiraria das pessoas que são seus pais verdadeiros, pois pai e mãe são os que criam que dão amor, e zelam por seus filhos. Eu tive a minha oportunidade para ser sua mãe e a desperdicei – fala Natalie, abaixando a cabeça – Eu só quero que você me perdoe.
-Mas... Você é minha mãe – fala Ana confusa – Você não me quer outra vez? – pergunta desabando em um choro sofrido.
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☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ ⱧɆ . ₳Ⱡ . ł₦₲
Fanfiction02 •𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚• √ ɴãᴏ ᴘᴇʀᴍɪᴛo ᴀᴅᴀᴘᴛᴀcᴀo √ S̶I̶N̶O̶P̶SE̶ s. f. 1. Med. Marca deixada por ferida ou lesão, depois de curadas. 2. Sinal ou vestígio de estrago ou de destruição. 3. Impressão duradoura de uma ofensa. Ela possui uma cicatriz...