Priscilla conversa com Paulo e este também fica temeroso com a reação de Poncho ao saber que Ana é filha dele, e do que esse encontro de Natalie com ele possa acarretar. Paulo liga para o Pai de Poncho, este concorda com tudo que Paulo lhe informa que antes do encontro e da revelação. Eles têm que fazer Poncho assinar um documento na presença de um juiz, que garanta a segurança de Natalie e Ana Paula.
E que este está proibido de se aproximar e falar com Ana Paula, muito menos de Natalie. Que qualquer besteira que ele fizesse ele seria imediatamente autuado correndo risco de voltar para a prisão. Quando todos os documentos estão prontos o pai de Poncho, a mãe e o próprio Poncho vão ao encontro de Natalie, Paulo, Priscilla, Mari e o marido para serem informados de tudo. Na presença de seus respectivos advogados e de um juiz.
-Quer dizer que minha filha foi criada sendo filha de Mari esse tempo todo? – pergunta Poncho.
- Ela não é sua filha – diz Natalie entre dentes com raiva.
-Se ela não é minha filha porque você está pedindo que eu faça o tal exame? – pergunta Poncho.
-Ô engraçadinho, o que ela quer dizer é que você não pode ser considerado pai da menina, pois a concepção desta foi feita de forma violenta, entendeu? Você estuprou a Natalie e a conseqüência desse ato gerou a Ana.
– Fala Priscilla querendo voar no pescoço de Poncho.
O pai de Poncho manda este se calar. Os advogados de ambas as partes explicam tudo para Poncho e para sua família. Poncho se disponibiliza a fazer todos os exames necessários, Priscilla até oferece uma gorda quantia em dinheiro que não é aceita pelo mesmo.
-Não preciso de dinheiro, faço isso por livre e espontânea vontade. Sei que errei muito no passado, que te feri muito Natalie – olha para Natalie com os olhos lacrimejados – e mesmo que Carolina jamais me reconheça ou me aceite como pai, fico feliz se puder ajudá-la a viver.
Poncho assina todos os documentos, assim como seus pais.
Todos são submetidos a exames e para o desespero de todos ninguém é compatível com Ana.
Mari fica totalmente louca, não sabe o que fazer, não sabe a quem recorrer. Ana Paula entra na fila de espera por uma medula óssea.
“A Cada dia que passa sinto que a vida foge do meu corpo. Médicos e mais médicos, tratamentos que não estão dando certo. A esperança dentro de meu coração morre pouco a pouco, sinto que vou sufocar, que não tenho mais forças para continuar. Penso em tudo e em todos, tento em vão encontrar culpados para tudo que está acontecendo comigo. O que eu fiz para merecer isso? O tempo está acabando e sinto que eu acabarei junto com ele.
A cada dia que passa me sinto pior, já não tenho mais cabelos, as sessões de quimioterapias são horríveis, estou fraca, magra, com olheiras. Não tenho forças para nada. Sinto saudade dos meus amigos, da minha escola, das tardes que eu passava com a minha tia na lagoa, sinto falta dos domingos em que toda a família se reunia para almoçar e dar risadas. Mamãe fala que eu vou ficar boa, mas sinto que nem mesmo ela acredita que isso é possível. Saí do hospital por uma semana e fui para casa. Me senti pior do que estava no hospital.
Todos me olharam com pena, parece que eu estou mesmo condenada a morte Eles pensam que eu sou muito nova e que não percebo os seus olhares, mas eu aprendi a notar tudo o que se passa a minha volta desde que descobrir que tenho leucemia. Seus olhares são de pena, até eles estão ficando sem esperanças, nada dá certo, a quimioterapia está matando a mim e não as malditas células.
Por que isso está acontecendo comigo? Será que eu fiz uma coisa muito errada para que Deus esteja me castigando com essa doença horrível?
Estou assustada. Minha amiguinha do hospital que tem a mesma doença que eu, não resistiu a doença e faleceu. Estou triste, minha mãe disse que é para eu pedir para Deus ajuda para que seja encontrado um doador compatível ou que a quimioterapia comece a dar certo. Escrevo para tentar amenizar um pouco o que sinto dentro do meu peito, já que não posso falar sobre isso com os meus pais. Não Agüento mais, não agüento mais sofrer, não agüento mais vê toda a minha família sofrer. Às vezes acho que é melhor eu morrer. Só assim poderei ter paz novamente e dar paz aos meus pais e a minha família. Estou de volta, de volta ao meu novo lar, o hospital é frio, me dá medo, aqui sinto que a qualquer momento meus olhos irão se fechar para nunca mais se abrir “Ana Paula".
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☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ ⱧɆ . ₳Ⱡ . ł₦₲
Fanfic02 •𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚• √ ɴãᴏ ᴘᴇʀᴍɪᴛo ᴀᴅᴀᴘᴛᴀcᴀo √ S̶I̶N̶O̶P̶SE̶ s. f. 1. Med. Marca deixada por ferida ou lesão, depois de curadas. 2. Sinal ou vestígio de estrago ou de destruição. 3. Impressão duradoura de uma ofensa. Ela possui uma cicatriz...