O sol esquecido agora radiava pelo reflexo do vidro da pequena janela da sala de Jungwoo, tanto era pequena mas não importava, portanto que deixasse Chenle confortável, nada importava.
— Então deixa eu ver se entendi bem... Você brigou com seu namoradinho e saiu nessa chuva só para achar ele e se desculpar?
— Uhum – Chenle assentiu com a cabeça.
— E por quê não fez isso depois? – perguntou Jungwoo, já fazia meia hora em que conversava com o baixinho, depois dos surtos do mesmo por acordar em um lugar tão desconhecido quanto a árvore que havia cochilado na noite passada.
— Eu não podia, eu o traí, o Sung não merecia aquilo – respirou fundo e sentiu lágrimas escorrerem por suas ruborizadas bochechas – eu tinha que me desculpar... Mas quanto mais andava, mais eu sentia ele ficar distante.
O mais velho encarou a cena quase chorando também, Chenle era um amor mesmo, não conseguia segurar os sentimentos e mesmo assim chorava sem se preocupar com o que Jungwoo pensaria, ele só queria o seu Jisung de volta.
— Olha, não fica assim... – abraçou o corpo do baixinho para continuar depois – eu tô quase chorando também, você é tão fofo, corajoso e muito esperto também, você enfrentou seus medos, suas dificuldades e vergonha, correu atrás do seu namorado para admitir o erro e lhe pedir perdão, além de quase ter dormido no tronco velho que minha mãe plantou desde que eu cheguei nessa casa... – riu fraco – eu queria ter toda essa coragem e bravura que você tem Chenle, sério, eu não sei se ele vai te ouvir, mas com certeza vai te perdoar, olha tudo o que você fez por ele. Se não, eu vou te ajudar, vou te ajudar a voltar pro seu Sung.
— Ah, hyung... – Chenle o abraçou mais forte ainda, estava feliz por Jungwoo o ajudar tanto desde que havia chegado naquela árvore – eu não te conheço muito, mas muito obrigado.
— Obrigado a você anjo, você é uma graça e me sinto satisfeito em te ajudar – encarou os olhinhos puxados graças ao sorriso grande que o chinês dava e limpou suas lágrimas da bochecha.
***
Por outro lado, temos um Yukhei andando descompassado pelas ruas a procura de um único garoto, Chenle não voltara nem pra casa e nem pra lugar nenhum ontem, todos estavam preocupados, por isso então, dividiram as buscas entre duplas em cada rua do bairro de Mark, Chenle não poderia ter ido tão longe. Agora o porém, ninguém queria ir com Lucas, não estavam falando com ele desde que acordaram, na verdade o chinês não sabia nem o que estava fazendo alí.
Na verdade sabia sim, ele queria reencontrar Chenle e dizer que tudo iria ficar bem, e que ele iria cuidar do pequeno, era tudo o que queria, cuidar de Chenle como ninguém nunca cuidou na vida.
— CHENLE! – continuou gritando pela rua quase sem voz, ele não desistiria tão fácil assim, havia até pensado no bairro ao lado, e aderiu a ideia de que iria procurar pelas ruas daquele bairro sozinho. Sem sequer avisar, o garoto correu o percurso todo até o bairro ao lado.
***
— Chenle! – ouviram a voz grossa um pouco alta.
O coração do mais baixo acelerou quando identificou a voz de Yukhei.
— É e-ele
— Ele quem? – perguntou.
— O L-lucas – respondeu um pouco trêmulo.
— Ah, então vamos logo, quem sabe ele não esteja com seus amigos – Jungwoo se levantou do chão puxando a mão de Chenle, que logo recusou puxando de volta – o que foi?
— Tô com medo, e se ele me beijar de novo? Eu nunca irei me perdoar – Jungwoo achou o pensamento louco porém sorriu fraco oferecendo a mão desta vez.
— Ele não irá fazer nada... Eu prometo, tá?
Chenle engoliu em seco e logo concordou com a cabeça, assim saíram de casa avistando o moreno destruído fisicamente, cabelos desarrumados, pijama e Crocs sujos de lama, além das enormes olheiras.
— Chenle! Porra, te procurei por toda a parte, onde você estava? Quem é esse? – caminhou rapidamente até os dois prestes a tocar o mais novo, mas Jungwoo entrou na frente.
— Não precisa se preocupar, ele estava na minha casa, em segurança, eu o encontrei ontem na calçada chorando, com frio e com medo, o trouxe e agora ele está bem.
Lucas ignorou completamente Jungwoo.
— Quem é esse Chenle?
— E-esse é o Jungwoo hyung, e-ele me ajudou quando eu tava me sentindo mal – respondeu enquanto o outro coçava a nuca aparentemente nervoso.
— Tá tá, agora vamos, eu preciso conversar com você – segurou o pulso do garoto, que se recusou a caminhar ficando recluso a qualquer toque.
Lucas olhou incrédulo para o baixinho.
— Ele não irá com você... – e então Jungwoo completou – Ele nem gosta de você, não sei como você tem a coragem de aparecer na frente dele com esse ar dominante, ninguém curte isso em um garoto, você é frio e eu te abomino, fez de tudo para separar um casal e acabou separando a única amizade verdadeira que já tivera.
— Eu não enxergo ele como meu amigo, quantas vezes vou ter que dizer... EU GOSTO DE VOCÊ CARALHO – gritou Lucas pra Chenle já sentindo suas lágrimas ameaçarem cair – v-você não g-gosta de mim?
Chenle pensou 2 vezes antes de responder.
— Eu te adoro Yukhei... Mas sempre foi como um amigo, e você sabe disso hyung, me perdoa – disse segurando toda a vontade de chorar no fundo da garganta.
Após aquela frase dita, Lucas caiu devagar no chão até se ajoelhar e começar a desabar em lágrimas, se sentia em uma mistura de raiva, tristeza e amor, um turbilhão.
— Não, não, não – dizia repetidas vezes socando o chão, Chenle levou as mãos até a boca começando a chorar novamente. E então Jungwoo saira daquela rua sem pestanejar, deixando o chinês para trás e seguindo para o lugar onde queria encerrar aquilo tudo, junto com Chenle.
***
Estavam os dois na porta da casa de Jisung, Jungwoo um pouco mais distante, enquanto Chenle respirava fundo e secava as finas gotas das bochechas rosadas. Encarou o mais velho atrás de si, que piscou em apoio, fazendo assim Chenle dar um sorriso mínimo e ligar o celular:
Contato: Ying do meu Yang
Chenle [10:58]:
Podemos conversar?
**********
ai manas fiquei com muita pena do Lucas :c
![](https://img.wattpad.com/cover/184965792-288-k538164.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Oh, Daddy? •chensung•
RomanceChenle e Jisung já estavam juntos fazia um tempo, tudo parecia estar completamente em perfeitas condições, relacionamento instável e um pouco promíscuo, mas eis que um dia Chenle se pergunta o que é aquilo que tanto comentavam no colégio, aquilo que...