15 | mares escuros

80.1K 10.1K 31.1K
                                    

✞

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

" Diferente das cicatrizes, traumas trazem não só as lembranças, mas também a dor de uma ferida constantemente reaberta."

J e o n

Novamente, minha mãe estava voltando para Seoul, depois de uma curta viagem à Europa.

Nós não havíamos nos despedido antes da sua partida e eu não conseguia estar cem por cento feliz com o nosso afastamento depois da discussão na empresa. Nós havíamos conversado por telefone algumas vezes, mas não foram tantas, já que ela estava a trabalho.

De alguma forma, mesmo em outro continente, as informações sobre o que eu fazia sempre chegavam em seus ouvidos, ou melhor, celular. Anteriormente, ela havia parado de me vigiar como se eu fosse um incompetente, mas depois do dia em que eu e Park saímos juntos em várias revistas, voltou a fazê-lo.

Apesar, não estava sendo o fim do mundo ir buscá-la no aeroporto, pelo contrário, eu me encontrava surpreso por ela me querer lá quando chegasse, eu estava cansado como um morto-vivo. Talvez fosse culpa do aniversário, ou culpa nossa mesmo.

Deixamos a hora voar, com comida, bolo e minha cuidadora ao meu lado, nós falamos sobre tantas coisas... Ela me contou que pediu demissão assim que eu entrei em um avião para meu primeiro papel em outro país aos doze anos, onde morei com Taehyung, então, nunca mais voltei a morar com a minha mãe, eu não conseguia mais me sentir bem-vindo, como se houvesse nascido para ser sozinho.

Então, estava cansado. Porque fomos embora beirando à madrugada, esquecemos do tempo com tantas coisas ao nosso redor, Hayoon prometeu ver-me de novo e eu dei à ela meu número e endereço, marcando de nos encontrar, porque eu não poderia perder o contato com ela. Aquela mulher me viu crescer, ela se lembra de mim criança, quando mais ninguém lembra, ou se lembra sobre mim. É o mais próximo de afeto que eu tive. Então, com meus sapatos nas mãos e bolo num pote que a mãe de Jimin insistiu em me dar, fomos embora.

Por isso, nossa viagem foi imensamente longa. Eu dormi metade da noite no carro e metade na minha cama, acordando extremamente cedo, muito dolorido e cansado com a obrigação de buscar a minha mãe no aeroporto.

Como ela havia pedido, eu estava em frente a área de desembarque, a esperando um pouco nervoso. Me perguntei se eu deveria ter feito alguma plaquinha com o seu nome, assim como outras pessoas, que estavam ao meu lado fizeram. Ao menos eu havia me vestido de forma apresentável e passei o perfume mais caro que havia em minha prateleira. E o fato de ter perdido dois quilos a mais do que ela havia recomendado, me deixava mais confiante.

No alto da escada rolante, ela surgiu, trazendo consigo a sua pequena mala de rodinhas. Seu óculos escuros estava em seu rosto maquiado, seu cabelo escovado de forma impecável e as roupas de grife sem nenhum amasso. Mesmo com a idade, seu corpo magro estava em forma como sempre tivera.

Locus 99 • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora