[CONCLUÍDA] O mundo tende a incandescer.
Dois atores que contracenam apaixonadamente nas telas e não se suportam fora dos estúdios. Eles conseguiam coexistir sem maiores danos, até que tudo desanda e os dois homens acabam indo para a cama no dia d...
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"Pode-se dizer que entre a dor e o medo, há uma semelhança amarga que poucos vêem. Uma vez que as sentimos em um alto escalão, não enxergamos nada além de nós mesmos."
J e o n
Eu gostaria de ter dormindo bem mais naquele dia, mas, como sempre, meu relógio biológico havia me traído. Me fazendo abrir os olhos e saber instantaneamente que era cedo. Podia sentir o quão baixa estava a temperatura. Apesar de não a sentir diretamente contra o meu corpo, ainda assim era um clima frio. Nem mesmo o pouco sol que refletia em meu rosto, estava aquecido o suficiente.
Deitado de bruços, com o rosto virado em direção à janela, o peso do não tão mais pequeno corpo do Gatto mantinha a minha lombar aquecida. Sua presença tranquila fazia com que eu me sentisse leve e até mesmo preguiçoso.
Como se estivessemos em sincronia, abri os meus olhos, erguendo a minha cabeça à procura do meu celular. Algo que Gatto não deixou, pisoteando o meu corpo até que seu rosto estivesse próximo ao meu. Eu sabia que ele o fazia costumeiramente, mesmo assim, era como se nunca fosse deixar de me sentir um bobão quando seu pequeno nariz toca a minha bochecha e após, ele esfrega sua cabecinha no meu rosto.
E assim estavam sendo minhas manhãs depois de ter me tornado pai.
Se passava cinco minutos antes do seu apelo por carinho se tornar abusivo demais e ele cortar o meu coração miseravelmente, mostrando claramente que o seu carinho em meu rosto se tratava apenas de uma carência sua. De fato ele era um quebrador de corações. Então surgia aquele pensamento, se tratava de um amor recíproco, ou o Gatto só amava a ração e todos os luxos. Particularmente, eu gostava de acreditar na primeira opção.
Não existia vontade de me levantar, a preguiça que envolvia o meu corpo era maior do que a necessidade de comer alguma coisa. Antes de o fazer, dei uma olhada em meu celular. Tanto Hayoon quanto Jieun enviaram mensagens. Havia se passado apenas alguns dias depois do Natal e elas estavam tão presentes.
Ao abrir a minha conversa com Hayoon, as mensagens de bom dia e um vídeo estavam ali. Sem demora, cliquei, fazendo com que o vídeo se iniciasse. Se tratava de uma filmagem da minha ex cuidadora segurando um porta retrato.
—... Não sei. Está gravando? — Perguntou para quem estava segurando provavelmente seu celular.
— Sim, querida. Está sim. — A voz do seu esposo soou carinhosamente. — Tem certeza que não quer que eu pendure isso?
— O quê? Não. — Balançou a cabeça negativamente, segurando com um pouco mais de força o objeto em suas mãos. — Eu quem vou pendurar o retrato das minhas crianças.
— E o Jungkook sabe que você ainda o chama de criança? — Jieun apareceu ao lado da irmã, sorrindo, enquanto segurava duas xícaras. E então se virou em direção ao celular, olhando para cima. — Por que mesmo ela pediu para você filmar?
