Olimpo

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- Corre, S/n! - foi tudo que ouvi antes de tudo ficar escuro.

O ruim de ser uma semideusa é o risco que corro sempre que tento ter uma vida normal. Já passei por vários orfanatos e sempre que eu começo a me apegar á família algo acontece com eles ou comigo, o que me força a fugir.

Havia sido adotada por uma família asiática e por incrível que pareça eu nem precisei estudar o idioma para conseguir me comunicar fluentemente. Estava me encantando pela cultura, pelos costumes e até pela minha família. Tudo era incrível, até o último ano do ensino médio com suas piadas idiotas e bullying por eu ser muito inteligente e não ser asiática. Nunca me importei, até porque sabia que não duraria muito. Uma hora ou outra uma coisa estranha aconteceria e eu seria obrigada a lutar pela minha vida. Tudo por conta de uma escapada, tudo bem que minha mãe é bonita, mas acho que meu pai poderia ter se segurado mais.

Escuto um som estridente e já me preparo para o que estava por vir. Peço pra professora para ir ao banheiro e vou de encontro ao barulho. Porém, me surpreendo ao ver que cheguei tarde para a batalha. Um garoto, que eu nunca havia notado na escola, estava lutando arduamente contra um monstro mitológico esquisito.

Corri até eles e comecei a ajudar o rapaz, até porque não herdei a sabedoria de minha mãe à toa. Estratégias em guerra é o meu ponto forte. Tracei um plano e o pus em prática, logo o monstro, ou melhor, o pó do monstro estava no chão.

- O que? - o rapaz disse confuso. Mas eu não tinha tempo pra isso. Corri em direção à minha sala para pegar minha mochila e fugir. Se um semideus já atrai muita coisa ruim, imagina dois!

Invadi a sala, peguei o que pude e fugi. Minha família ficaria desapontada.

- Hey! Você também consegue vê-los? - o rapaz perguntou. Ele estava me seguindo.

- Não, eu fui matar ele à toa, era um bruto que sempre me empurrava nos corredores. - disse bem irônica e segui andando. Tinha pouco tempo antes de chegar á um local seguro o bastante para passar uma noite.

- Ah, então esquece o que eu disse. Por favor, não conte sobre mim para as outras pessoas. Eu estou sendo seguido. - ele diz.

- Eu também! - paro de andar e o encaro. Ele não pode vir comigo, vamos atrair muitos monstros e acabaremos mortos!

- Oh, me desculpe. - ele diz parando de me seguir e se preparando pra ir embora. Seu belo rosto me fez lembrar de uma coisa: ele não vai sobreviver sozinho, se não fosse por mim ele estaria morto agora.

Suspiro.

- Hey, você vem comigo. - digo e sem deixar chances de contra argumentação sigo andando novamente.

- Então você é uma filha de divindade também? - ele pergunta. Sinto animação em sua voz e logo ele está ao meu lado.

- Sim. E sim eu vejo monstros. Desculpa a grosseria. - digo sincera e ele sorri.

- Afrodite.

- Atena.

Fiquei feliz em descobrir que a causa de tantos monstros não era eu, bem, não apenas eu. Monstros dizem que nós, semideuses, temos um fedor e eu fiquei bastante ofendida por estar atraindo muitos monstros.

- Você conseguiu manter alguma família? - pergunto enquanto saia da escola.

-Eu ia te perguntar o mesmo. Eu preferi viver sozinho depois de quase perder a primeira. - ele respondeu.

Parece ser um Karma de todo semideus. Como seria daqui pra frente?

- Não podemos ficar juntos, vamos atrair muitos monstros. - digo.

Imagines Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora