O retrato

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Vou fazer os imagines de acordo com os pedidos.

O sol já havia se recolhido, deixando por mais uma noite a lua tomar o seu posto, tristonha por não ter seu amor consigo, mais uma vez. Seungmin quase não enxergava direito em meio ao breu.

- Deveríamos parar e procurar um lugar para passar a noite. - ele disse ao outro, que se encontrava atrás, na cabine da charrete.

- Você tem razão, vai ser uma longa viagem e precisamos descansar. - respondeu Jisung.

Seungmin parou a charrete, a amarrou perto de uma árvore e saiu com Jisung a procura de um lugar para passarem a noite.

Ambos estavam em uma cidadezinha pouco habitada, senão abandonada. Nem podiam pedir por ajuda caso algo ocorresse.

Andaram um pouco, até acharem um castelo. Não pensaram duas vezes antes de retirar as tábuas e adentrar o local. A luz da graciosa lua já não tinha mais tanto efeito lá dentro, então eles acenderam uma espécie de lampião que Seungmin trazia consigo.

Eles subiram as escadas e por fim acharam um quarto. Dividiriam a imensa cama, não havia muita poeira, então apenas tiraram o lençol que a cobria e se deitaram por ali. Seungmin pôs o lampião no criado mudo, se virou e logo pegou num intenso sono.

Jisung ia fazer o mesmo, se não fosse pela luminosidade do lampião. Então ele se levantou e o mudou de lugar, voltou a se deitar e percebeu que a luminosidade deu notoriedade à um quadro, muito diferente dos muitos outros que ele encontrou pelo caminho até o quarto.

Havia uma mulher, muito bonita, na tela. Cores vívidas e traços firmes. Jisung ficou aterrorizado, encantado, com tamanha beleza.

Se levantou novamente, mas desta vez, foi a procura de algo que explicasse a pintura. Artistas tinham catálogos, explicando a história de cada pincelada.

Ele abriu uma gaveta e achou um pequeno livro, sujo de tinta. Sorriu vitorioso e o abriu. A letra desenhada só podia ser do talentoso autor daquelas obras. Jisung folheou, e folheou, até chegar a pintura da mulher.

"Havia um pintor, muito solitário e talentoso. Havia uma linda moça, cuja beleza era alvo de muitos gracejos. Os dois se apaixonaram perdidamente. A moça de nome S/n, se mudou para o pequeno castelo do pintor, cujo nome era Chistopher.

Eles se casaram, se amaram imensamente. Porém, o pintor era tão apaixonado por suas obras quanto pela sua bela esposa. S/n se sentia largada, às vezes até duvidando do amor de seu companheiro.

Ela estava infeliz, e ele distraído com suas tintas e pincéis. Não a faltava nada, nunca. Apenas o amor de seu marido.

Ele, notou a indisposição de sua rainha. Perguntou lhe "o que te falta? Comida? Boas roupas? Jóias? Queres um filho?". Ela negou todos, e por fim disse que sentia falta dele. Como uma lâmpada sua mente ascendeu.

- Você é a minha inspiração, irei pintá-la. Como forma de provar meu amor. - ele disse.

Ela sorriu, sentindo-se realizada.

Christopher achou o local perfeito, no último andar do castelo. Havia um buraco no teto, por onde a luz perfeita para a pintura perfeita entrava.

Sem demora, ele logo começou a desenhar sua amada. Não parando de fazê-lo por nada. A noite chegou, e consigo trouxe uma ventania forte. O buraco por onde entrava a luz, entrou o frio. Frio esse sem misericórdia que caiu sobre a bela mulher, que permaneceu quieta. Finalmente recebendo a atenção de seu amado, ela não queria outra coisa.

Mesmo sendo castigada pela friagem, ela permaneceu quieta, na mesma posição. Tudo pela atenção de seu amado marido.

Christopher estava se empenhando, nada podia sair errado. As cores bem postas, bem escolhidas e pinceladas. Nada podia sair fora, tudo deveria ficar perfeito em seu devido lugar. Tudo para agradar sua esposa.

Ele nem notou que as cores já fugiam das bochechas dela, que sua postura já não era a mesma. Ela definhava naquele frio todo.

Por amor, nenhum largou o que fazia. Por amor ela permaneceu ali, apesar do frio, da dor nos pulmões castigados. Por amor ele permaneceu ali, pintando como um louco, prestando atenção nos mínimos detalhes da tela a sua frente.

Ela não aguentava mais, uma lágrima escorreu por culpa. Ela se sentiu culpada por não aguentar mais ser castigada pelo clima, depois de tanto pedir estava sendo o centro das atenções de Christopher e agora mal conseguia respirar. Seu corpo implorava por cuidados.

Ele nem piscava, qualquer piscadela poderia fazê-lo pincelar errado. Sua esposa ficaria desapontada.

O som surdo de seu corpo caindo no chão aconteceu no mesmo momento em que ele virou o quadro para ela, orgulhoso da pintura. S/n estava sem cor, sem vida no chão. A friagem a torturou de tal maneira que ela não aguentou.

Christopher enlouqueceu. Deixou o castelo e nunca mais foi visto."

Jisung se arrepiou por inteiro. Guardou o livro já sabendo que o pintor não poderia ter escrito aquilo. Olhou pro quadro mais uma vez e sentiu a dor de ambos os amantes.

- Seungmin, vamos sair daqui. - disse para o outro que dormia como uma pedra.

Jisung já não se sentia mais tão á vontade no lugar.

Seungmin ainda dormia, então o outro o catucou. Eles deixaram a cidade antes mesmo do sol nascer.

- E se ela já estivesse grávida? - Jisung perguntou.

- Não quero nem imaginar. - Seungmin respondeu, atiçando os cavalos para irem mais rápido.


Então, rapeize! Vocês gostaram?

Me inspirei no conto "O Retrato Oval" de Edgar Alan Poe. Me lembrei hoje de um trabalho que fiz sobre, a profesora disse que poderia ser qualquer coisa, de músicas à ponto de vista da história. Eu optei por fazer um poema e ficou muito bom. Enfim, bjs e até os próximos imagines ;) ❤❤

Imagines Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora