O início da encrenca.

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Bento

Estava no meio de uma festa em uma boate que só fui porque era a comemoração dos 35 anos do meu melhor amigo, que muito persuasivo ameaçou contar para a minha mãe que usamos ecstasy em uma rave a mais de dez anos.

Sei que sou um homem adulto, mas decepcionar a minha mãe é a única coisa que evito fazer, ainda mais depois do que ela passou por causa do meu divórcio, mais isso não vem ao caso agora.

Me chamo Bento, tenho 34 anos sou nutricionista esportivo, responsável pela alimentação de um famoso e único time de futebol da minha cidade e acabo de voltar a morar com a minha mãe após um divórcio que me deixou sem nada, nada mesmo.

Para me livrar de um casamento infeliz e sem amor e para preservar uma amizade de quase uma vida, larguei tudo para Catarina, tudo mesmo. Voltei para casa da minha mãe com o mínimo possível, apenas as roupas, livros e minhas coleções de filmes de terror trash, o que aposto foi um alivio para a Cat que odiava eles ocupando espaço no nosso apartamento.

Minha mãe me criou sozinha após a morte do meu pai, quando eu tinha oito anos. Viúva e dona de um salãozinho no nosso bairro, ela trabalhou muito para conseguir tudo o que tem hoje, logo decepcioná-la não está nos meus planos.

Então decidi que conseguiria sobreviver a uma noite regada a músicas repetitivas e amigos bêbados que ainda acham que tem 18 anos. Se bem que mentalmente o Carlos Eduardo deve ter treze e como ele realmente cumpre todas as ameaças, mesmo as mais insanas, sim eu aceitei passar meu sábado a noite em uma boate cheia de pessoas com a metade da nossa idade.

Qualquer coisa para ele não contar as merdas da nossa juventude para minha mãe e para quem quisesse ouvir. Uma vez ele disse que ia escrever sua biografia, nossos amigos tiveram que literalmente comprar o silêncio dele. Fizeram uma vaquinha e compraram uma passagem para um daqueles cruzeiros para solteiros e fizeram ele assinar um termo se comprometendo a não escrever nada e que estava sendo pago por isso. Como ele tem a concentração de uma ameixa, aceitou e vários casamentos e algumas heranças foram salvos.

Sobrevivendo a música alta na base de muito álcool, estava indo ao bar já que era a minha vez de pagar a rodada de cerveja para os caras, quando senti uma sensação estranha de alguém me observando e olhei em volta.  A imagem que eu tive quando me virei, compensou toda aquela musica ensurdecedora e cerveja cara.

Mentalmente, soltei um "caralho" que há muito tempo não soltava, ao admirar uma mulher.

O que era aquilo ?

Que mulher era aquela?

Cabelos castanhos claros. uma pele bronzeada, as pernas, o quadril e os seios eram enormes .
Um mulherão com ênfase agudo do "ÃO". Virei o tarado de 18 anos que tanto criticava nos meus amigos, meu pau pulsou na calça e a cada vez que ela me encarava ele ficava  ainda mais duro.

Ela me olhava com a mesma intensidade que eu a olhava, e aquele olhar de desejo me deixou com a mente turva na hora.

Mulher com atitude, minha noite ia ser épica!

Ou eu estava fora do "mercado" há muito tempo e estava imaginando coisas, ou realmente aquela mulher estava me olhando como se eu fosse um sorvete a ser lambido.
Nunca tinha visto um olhar tão sexy , combinar tanto com uma mulher tão gostosa!

Lindamente encrencadaOnde histórias criam vida. Descubra agora