Capítulo vinte e um

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— Calma meu bem, a Nutella não vai sumir da face da terra — diz à pequena, ela está se lambuzando inteira com aquela papa de creme de avelã.

— Mas se sumir eu terei um estoque na minha barriguinha — lambe os dedos.

— Katherine! Quem lhe disse que podia entupir-se de doces? — entra Dulce na cozinha, juntamente com seu bebê, ela olha Christopher, o mesmo está com uma cara de quem aprontou e foi pego pela mãe — Que pergunta besta, claro que foi o seu pai... ele não sabe dizer não — revira os olhos.

— Eu queria Nutella e mesmo que o papai não deixasse eu iria comer, você sabe disso muito bem! — faz bico.

— Disso eu sei, o que eu não sei é como você consegue gostar desta coisa — torce a boca ao olhar o pote com aquela gosma marrom — É nojento... — senta em uma das cadeiras ali dispostas, Dulce expõe um de seus seios para fora do vestido e o coloca na boca do filho, o pequeno se agarra ao seio da mãe e começa a mamada.

— Nojento é o Archie, ele fica tomando essa gosma branca que sai do seu peito e gosta disso — faz careta.

— Eii não inclua o bebê na discução de vocês, o meu pequeno é inocente — protesta o papai enquanto observa o bebê.

— Isso que ele toma é leite, não sei se reparou, Kate, mas o seu irmão ainda não tem dentes, não consegue mastigar alimentos sólidos e ainda é muito novo para as papinhas, isso é tudo o que eu posso dar à ele — segura a mãosinha do bebê e a acaricia de leve.

— Coitadinho, vai ficar tomando suco de peito até ter idade pra comer... ECA!!

— Sabe amor, um dia todos aqui nesta cozinha já fomos bebês, assim como o Archie... todos nós já fomos amamentados por nossas mães, não é justo cospir no prato em que comemos — o loiro caminha até a geladeira.

— No seu caso você já foi bebê faz muuuuuito tempo, não é mesmo? — alfineta ele.

— Não queira me tirar de velho — ri e abre a porta do objeto — Tecnicamente você é mais velha do que eu, você nasceu do século dezenove e eu nasci no século vinte...

— Não foi no século vinte e um — Dulce pergunta, confusa.

— Não meu bem, o século vinte e um só começou no ano de dois dois mil e um, eu sou dos anos oitenta — pega uma maçã e torna a fechar a porta.

— Engraçadinho, se eu sou mais velha então tu deverias começar a me obedecer, temos que obeceder e respeitar aos mais velhos, não é mesmo? — ela sorri faceira.

— Touché! Estou diante de um pequeno gênio, minha inteligência não é nada comparada com a sua — faz uma reverência.

— Pronto rapazinho? Já encheu a barriguinha? — guarda o seio e ajeita o bebê em seu colo.

— Deixa que eu o faço arrotar — vai até Dulce e pega o bebê.

— Faça ele arrotar, mas não o balance demais, ele sempre dorme mais rápido no seu colo — se levanta.

— Você também dorme mais rápido nos meus braços — a observa se aproximar deles.

— Você tem sonífero nos poros — morde o lábio enquanto o observa balançar o bebê enquanto bate suavemente em suas costas.

— É bem capaz mesmo — a observa morder o próprio lábio, eles ficam envolvidos nessa bolha até ouvirem o som de algo sendo jogado ao chão.

— Kate? — ambos olham para o lugar onde antes estava a pequena e a encontram caída no chão — Kate!! — vai ao encontro da irmã.

— Opa, acho que eu caí não é? — a olha.

— Acho que sim, está tudo bem? Algo está doendo? — preocupada.

— Sim, minha cabeça... — faz bico de choro.

— Algo mais dói? — Ucker se aproxima delas.

— Tudo dói papai — começa um choro sentido e Dulce a pega no colo.

Vem comigo? (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora