Capítulo treze

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Meses mais tarde...

Christopher...

Já se passaram meses, vários meses, como prometido assim que cheguei levei Kate para ser tratada pelo melhor médico que eu conheço, o meu pai... eu expliquei a história para ele enquanto estava à caminho do hospital, ao chegar ele já havia organizado uma boa equipe para tratar Kate, o velho me deu sermão durante vários dias, mas disse que estava orgulhoso dos meus atos para salvar a garotinha, logo toda minha família já estava sabendo do que havia acontecido, sim pessoal, todos, repito, todos da minha família sabem sobre a máquina e sabem sobre as viagens que eu faço, minha mãe me deu um abraço apertado, minha irmã me esmagou com seus braços e me bombardeou com perguntas, Noah pareceu muito aliviado ao me ver ali, sei que deixei meu amigo preocupado, tudo isso aconteceu no hospital, contei para todos sobre minha aventura na antiga Londres, contei sobre Dulce e Kate e como essas duas conseguiram conquistar todo o meu amor... foi difícil no primeiro mês, no segundo foi horrível, no terceiro nem se fala... quase sucumbi a vontade de voltar para os braços de Dulce, todos da família se encantaram por Kate e oraram por ela, sua recuperação não seria nada fácil, mas ocorreu tudo bem, quando eu estava cansado demais minha mãe ficava com a Kate no hospital e quando ela estava cansada quem ficava era a Annie, assim foram as coisas por vários meses, fiz como a Dul me havia pedido e tratei a pequena como se fosse minha própria filha, fiquei todo abobado quando ela me chamou de "papai", um ciclo se formou, agora eu sou seu pai, meu pai é seu avô, minha mãe virou a vovó e minha irmã virou sua titia, nem preciso dizer que ela adorou isso, até o Noah se encantou com a minha garotinha, mas o barato mesmo foi quando Anahí levou o Miguel para conhecer sua nova sobrinha, os dois se conectaram no mesmo instante... ontem meu pai me deu a melhor noticia de todas, Kate iria ter alta em três dias e finalmente iria sair daquele hospital depois de quase nove meses internada e voltar a viver como uma criança normal.

— Maninho, você está ansioso pra ver sua filha sair do hospital?

— Claro que sim, mas estou ainda mais ansioso para poder voltar e buscar a minha mulher, já faz uma eternidade, eu sinto muito a falta dela — suspiro e a olho — Ainda faltam três dias...

— Tente pensar em como a Kate vai ficar encantada ao ver o quartinho novo dela, se distraia um pouco, assim o tempo passa mais rápido — ela tenta me animar, a campainha toca — Deixa que eu atendo — ela se retira e em seguida volta com uma caixa nas mãos — Entrega pra você — ela me estende a caixa e eu a pego — O carteiro disse que veio de Londres...

— Dulce!! — eu abro a caixa com pressa, estou ansioso para ver o que ela havia me mandado, havia um bilhetinho ali dentro escrito "Olhe meu amor, o que nós fizemos"  ele estava em cima de um envelope, eu pego o objeto e o abro, dentro haviam várias fotos de Dulce, ela tirou com a polaroide instantânea que eu havia lhe deixado, oito fotos no total, todas enumeradas com uma sequência de números do um ao oito, as coloquei na mesinha uma ao lado da outra e ao ver o que elas formavam meus olhos se encheram de lágrimas — Annie, vem ver isso aqui...

Dulce...

O tempo foi passando, eu me sentia tão sozinha que chamei a Mai para passar uma temporada aqui em casa comigo, expliquei tudo a ela, no primeiro mês eu adoeci, estava muito mal, não conseguia comer direito, nem dormir, Maite me disse que era por conta da saudade, mas nós só descobrimos o real motivo de tudo isso quando um pequeno serzinho começou a crescer dentro de mim, a minha barriga começou a ficar cada vez maior, no começo pensei que havia pegado uma doença que faz a barriga estufar, Mai sempre ria da minha cara quando eu dizia isso, um dia ela pediu para tocar meu ventre, eu deixei que fizesse isso, assim que o fez Mai abriu o maior sorriso que eu já havia visto em seu rosto e disse "Como eu suspeitava, tem um bebê crescendo dentro de você", não fiquei tão surpresa, no fundo eu sabia que estava gerando um pequeno fruto do meu amor com Christopher, talvez eu até houvesse desejado isso, pensei que teria um motivo para mandar uma carta pedindo que ele regressasse, antes de partir ele me deixou seu endereço anotado em um papel e uma máquina fotográfica que ele mesmo me havia ensinado a usar, tirei uma foto por mês, sempre exibindo minha barriga, lhe escrevi um pequeno bilhete e pedi para que Mai colocasse tudo do correio, pensei em faze-lo antes, mas não sentia que era a hora certa, mas agora estou em minha reta final na gravidez, só Deus sabe o quanto eu queria que o Christopher estivesse comigo, o quanto eu daria para que ele pudesse sentir o nosso bebê dando pequenos chutes em minha barriga, passei várias noites em claro chorando de saudade e sem saber o que estava acontecendo, se veria ele e Kate outra vez, se meu filho teria a chance de conhecer seu pai... queria que ele estivesse aqui agora, pois sinto que posso entrar em trabalho de parto a qualquer momento, não sei se vou conseguir sem ele...

Como eu disse, apressei mais as coisas, espero que não se importem 🙊

Vem comigo? (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora