cento e dez

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Felipe: É ela, Yohanna. Eu estava em uma sessão de autógrafos em um shopping aqui perto, por causa do meu novo livro.
Carla: Sim, eu fiquei sabendo... Houve um tiroteio lá, não é? — eu assenti.
Felipe: Sim, e a mãe de Yohanna foi baleado, acabou falecendo.
Carla: Oh céus, meus pêsames...
Felipe: É, bem, eu não conheci ela. Mas eu achei que... Sei lá, tem algo dentro de mim que diz que eu deveria cuidar dela! E eu quero saber como que eu faço para adotá-la — Ela respirou fundo.
Carla: É complicado... Os parentes vem antes de você, pais, avós, tios, qualquer familiar. Acho que você não tem muitas chances contra eles, mesmo tendo ótimas condições para cuidar dela.
Felipe:  Eu pensei nisso também, mas ela me disse que não tem nenhum familiar! Que os avós morreram em um acidente de carro alguns anos atrás, nunca conheceu o pai e ninguém da família dele, que sua mãe era filha única... Ou seja, ela é a única geração que resta da família dela. Então, eu tenho chances. Não é?
Carla: Bem... Nesse caso, sim, você tem. Será uma adoção como qualquer outra, pode demorar alguns dias, meses... Até anos.
Felipe: Anos? Mas ela já tem quatorze anos, se demorar muito ela vai virar maior de idade e vai complicar ainda mais o processo...
Carla: Sobre isso, eu não posso fazer absolutamente nada. São as regras do Estado, eu mesma não concordo, mas não posso fazer nada.
Felipe: E depois eu ainda vou ter que organizar a mudança, porque eu moro no Rio... Isso vai ser mais complicado do que eu pensava — Suspirei. •

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