[05] Jura de Mindinho?

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SALA DE ESTAR - 14 DE OUTUBRO, 13:28 PM

Entrei em casa com certo incômodo. A porta não estava trancada e estava um silêncio super estranho. Essa casa não fica em paz por um momento, por qual motivo essa calmaria estaria tomando conta do lugar?

Olhei em volta e não havia ninguém na sala ou na cozinha, que estavam bagunçadas de uma forma diferente, como se alguém procurasse algo e espalhasse tudo para achar tal objeto.

Subi a escada com calma, tentando evitar com que os degraus soltassem aquele barulho infernal, como se fossem quebrar a qualquer instante. Olhei, com preparo para algo que não sabia ao certo o que era, o quarto de meus pais, mas não havia ninguém ali. Estranhei, pois quando minha mãe não está no andar de baixo, costuma ficar deitada em seu quarto lendo alguma revista. Ninguém no banheiro, e muito menos em meu quarto. Só sobrava o quarto do pequeno Soobin, e eu estava pedindo a qualquer entidade que estivesse me olhando no momento para que ele estivesse ali, lendo algum quadrinho bobo de super-heróis ou fazendo sua lição de casa que ele nunca deixa para em cima da hora.

— Yoongi... — um cochicho veio de trás de mim. Era Hoseok, segurando a mão de Taehyung com força. — Está muito quieto aqui, estou com um pressentimento ruim.

— Eu também estou sentindo, mas eu não posso perder as esperanças de, pelo menos, o Soobin estar aqui. — falei eu, em um tom baixo, com minha atenção presa ao corredor cheio de porta-retratos de nossa família pendurados nas paredes.

Ao concluir minha fala, comecei a ouvir passos do quarto ao qual eu estava a me dirigir. Eu não consegui controlar meus pés ao que, no mesmo instante em que escutei tais barulhos, corri para cômodo, tropeçando em um boneco do Hulk que estava jogado no chão, logo na entrada do quarto.

— YOONGI! — ouvi três vozes gritarem unidas em resposta à minha queda.

— Eu tô bem. — disse eu, sentando-me no chão e pondo uma de minhas mãos em minha cabeça, onde senti uma pequena dor. — Eu acho.

Olho e volta e vejo o quarto cheio de brinquedos e revistas das mais variadas possíveis — de heróis à segunda guerra mundial — do meu irmão. Ele era bem interessado por assuntos mais "avançados" para idade dele, mas ainda assim mantinha seus gostos infantis.

Ao que vou me levantar, sinto um pessoa, ou "metade" de uma, pular em mim em um abraço, fazendo-me cair, novamente, no chão coberto por um carpete vermelho.

— Yoongi, eu estava morrendo de medo. — Soobin disse, ao que chorava em meu colo. — O papai chegou gritando com muita raiva hoje e saiu jogando tudo que estava no balcão da cozinha no chão, procurando a chave do carro dele. A mamãe tentava acalmar ele, mas ele... ele bateu nela, Yoon. Eu não soube o que fazer, então eu corri para cá e fiquei aqui desde então. Eu nem sei se tem alguém aqui ou não, mas eu...

— Ei. — disse eu, o interrompendo, pondo a mão levemente em sua boquinha e retirando em seguida, ao que parou de falar — Se acalma, Bin. Tá tudo bem agora, eu estou aqui com você. — eu sorri para ele de uma forma que eu nunca sorri antes e o acolhi novamente em meus braços, e eu nunca mais deixaria ele sair de lá novamente.

— Yoongi, vamos levar ele para minha casa. — disse Hoseok, fazendo-me lembrar que eu e meu irmão não estávamos sozinhos ali — Eu não quero vocês aqui de novo tão cedo.

Eu concordava com ele, mas eu ainda queria saber da minha mãe. Como ela conseguiu chegar ao ponto de deixar o Soobin sozinho com a casa destrancada, uma criança...

— Tudo bem, eu só quero saber da minha mãe. Eu não consigo acreditar que ela tenha deixado o Bin sozinho de propósito.

— Yoon, eu acho que ela foi embora junto com o papai... — a criança sentada em meus joelhos disse, levando minha atenção para ela.

Seven DeathsOnde histórias criam vida. Descubra agora