[12] Recaídas

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DELEGACIA - 08 DE FEVEREIRO, 11:12 AM

— Mas como podemos saber que ela está falando a verdade? — pergunta um policial, cruzando seus braços, como se fosse o dono da razão.

— Eu estava com ela. — digo. — As chances dela estar mentindo são extremamente baixas. Eu sinto isso.

Cheguei na delegacia exatamente às dez e meia, vindo direto para esta pequena sala, onde os policiais envolvidos no caso estavam me esperando. Eu entreguei o pequeno microfone, e após escutarmos toda a conversa que tive com Mônica no dia anterior, entramos nesta discussão sobre ela estar dizendo a verdade ou não.

— É, meu querido, muito legal esse seu lado sentimental. — diz o mesmo policial, em tom de gozação. — Mas estamos trabalhando com acusações sérias. Matar uma mulher? Ela nem perguntou o motivo para ele?

— Ah, por favor. — começa uma policial, que estava sentada no outro lado da sala. — Não vamos cobrar tanto dela. Como vocês reagiriam se a pessoa que tu ama chegasse em sua casa e falasse que matou a pessoa com quem ele a traiu?

— Eu viria direto para a polícia denunciar, óbvio. — responde o policial, e a mulher, que a apelidei de "policial sensata" em minha mente, revira os olhos.

Pela a impressão que tive deste policial, não pensar no ponto de vista de uma minoria era típico dele. As mulheres já andam com medo normalmente, imagina ao saber que seu ex-marido matou alguém e que, talvez, você poderia ser a próxima.

— Você não está sendo empático. — digo, olhando fixamente para o policial, que começo a chamar de "policial chato" na minha cabeça. Ele já está me dando nos nervos.

— Alguém pode pedir para esse garoto fechar a boca? Ou eu que terei de falar isso? — pergunta ele, para as pessoas presentes na sala.

— Já chega. — diz um homem alto e parrudo, com uma bela barba loira, condizente com seus cabelos e sobrancelhas. Seu nome era Derick, e seu crachá o entregava como o detetive. Ele toma um gole de seu café e continua: — O senhor Jung Hoseok é tão importante para este caso quanto qualquer um aqui. — falou, olhando em volta, porém, dando um olhar mais demorado em cima do policial chato. — Se não fosse o mesmo, não teríamos confissões tão espontâneas. Muito menos teríamos algo para esse caso continuar ativo.

— Ah, ótimo. Sabemos que o Marcelo matou sua esposa. Incrível mesmo. — diz o policial, novamente, debochando. — Isso não nos dá nenhuma pista de onde ele possa estar.

Infelizmente, ele estava certo. Não tínhamos a menor ideia de onde o homem poderia estar se escondendo.

— Ou talvez dê. — fala o detetive, e todos o olham atentos, enquanto outros pareciam surpresos, o policial chato era um deles. — Ele foi procurar a Mônica uma vez, e por que não poderia ir até a mesma novamente?

— Mas senhor, nós teríamos que mandar alguns policiais ficarem em uma vigia na casa vinte e quatro horas por dia, — diz a policial sensata. — já que não sabemos um dia específico que ele possa ir até a residência.

Derick olha para a policial e dá um sorriso de canto, mostrando que já havia descoberto o plano do Sr. Min. Ele a responde:

— E que tal um baile de gala, onde todos estarão mascarados?

Eu, simplesmente, gargalhei internamente da reação do policial chato: ficar emburrado como uma criança, cruzando seus braços mais uma vez, fazendo um bico com seus beiços. Fiquei muito satisfeito ao ver que ele não estava feliz com a minha presença útil ali. Os outros policiais parecem concordar com o raciocínio do detetive Derick, ele então diz:

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