[06] Tão Yoongi

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HOSPITAL - 14 DE OUTUBRO, 20:38 PM

Eu e Hoseok já estamos sentados nessas cadeiras há horas. Eu estou ao ponto de ter um treco. A visão de corredores brancos com o clima frio não é para mim, ainda mais na ala onde estamos, que à todo momento entra uma maca com uma pessoa diferente para ser atendida às pressas. Eu me sinto estranho em hospitais, não consigo raciocinar direito.

— Você tá bem, Yoongi? — perguntou Hoseok, pondo a mão em minha coxa e acariciando o local.

Eu o olhei, com uma expressão séria, mas ao mesmo tempo demostrando preocupação e inquietude.

— Não, Hoseok. Eu não estou nem um pouco bem sabendo que meu amigo está desacordado desde duas horas da tarde por minha culpa. — falei, pondo minhas mãos sobre o rosto e jogando o corpo para trás, contando com o apoio da cadeira para não cair.

— Yoongi, não é culpa sua. Você sabe.

— Sei de quê? Sei que se eu não tivesse feito um alarme gigante quando você estava entrando, ele estaria acordado agora? — perguntei, com um tom de afirmação, dando ênfase no "você", já que eu achava que quem estava entrando na casa eram meus pais e não o Hoseok. — O que eu tinha na cabeça? A vida não é um filme de terror.

— Você só estava assustado e querendo proteger ele e o seu irmão. — ele disse, pondo sua mão em meu queixo e virando meu rosto em sua direção — Você estava sendo responsável.

— Mas que ótimo responsável eu sou então! — gritei e me levantei, retirando seus toques sobre meu corpo.

Ele viu que não conseguiria me convencer de nada e só ficou quieto, com a mesma expressão que eu possuía: preocupação. Porém a dele não parecia ser só por Taehyung.

— Com licença, Sr. Jung? — um homem alto e com jaleco branco chamou o menino dos Vans pretos.

— Sim, sou eu. — ele respondeu, e eu me aproximei para que pudesse ouvir melhor.

— A Sra. Kim me avisou que te deixou responsável pelo Taehyung enquanto ela não volta, certo? — perguntou o médico, olhando para a prancheta em suas mãos.

— Sim, sim. Alguma notícia dele? — perguntou Hoseok, parecendo que ia explodir a qualquer momento.

— Então, ele desmaiou por culpa de sua pressão. Por conta do susto descrito na ficha dele, a pressão caiu, deixando-o tonto ao ponto de apagar. Porém nós já o estábilizamos e Taehyung está acordado.

Fiquei mais atento e ao mesmo tempo aliviado após ele terminar sua fala. Perguntei então, com certa pressa:

— Podemos vê-lo?

— Claro, sigam-me. — o doutor disse e então fizemos o que foi pedido.

Seguimos por alguns corredores e entramos em uma sala super fria. Como qualquer outra sala daquele hospital, esta é branca e com uma cama — ou em casos isolados, duas camas — no canto. Taehyung, sentado na mesma com as pernas cobertas, leva seus olhos para Hoseok e eu assim que entramos.

— Oh, meu Deus, você está aqui. — ele disse, encarando Hoseok, e seus olhos se encheram de lágrimas.

Não sei com muita certeza o que deu em mim, mas ao que vi que ele estava prestes a chorar, corri até o menino Kim e o apertei em um abraço forte, enterrando meu rosto em seu peitoral.

— Desculpa, desculpa, desculpa... — eu repeti diversas vezes até que, finalmente, olhasse para cima para encarar seus belos olhos castanhos. — Se eu não tivesse feito todo aquele auê, você não estaria aqui nessa maca.

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