Seven Deaths

[26] Sonhos e Significados

APARTAMENTO DOS JEON'S - 15 DE ABRIL, 10:26  AM

— Lembrada? Lembrada do quê? — perguntei, já desesperado. O silêncio da garota e então esta frase enigmática e repentina me deixou agoniado. O que estava acontecendo? Isso era real?

— Roseanne, venha aqui! — uma voz feminina surgiu no fundo da ligação. Parecia zangada. Quem era Roseanne? E qual seria o motivo da respiração da menina ficar tão acelerada após tal chamado? Aparentemente, eu não saberia, pois a menina desligou o aparelho.

— Azula…

Encostei minha cabeça sobre a porta de madeira à minha frente e me pus a chorar. Chorar de felicidade, por saber que minha irmã está viva, sim! Chorar de tristeza, por não tê-la comigo, por não tê-la aqui. Chorar de angústia por não ter certeza se a encontraria. Abracei a mim mesmo, ajoelhando aos poucos, até estar totalmente no chão. Quando foi que minha vida virou de cabeça para baixo desta forma? Meus pais, que já me amaram tanto, em uma passado não tão distante, hoje eu não duvido que só sentem vergonha de mim. Yoongi, uma das pessoas que me ajudaram a aceitar quem eu sou, uma pessoa que estava sempre para mim e que, apesar de ser bastante fechado, tentava sempre mostrar seu carinho, agora estava morto, em um caso dado como terminado, mas sem uma conclusão, de fato. Jungkook, o meu namorado que eu tanto amo e que me apoia muito, ainda mais agora, na minha situação atual, está mentindo para mim sobre algo, e eu não consigo deixar isso para trás, mesmo que eu tente bastante. Sophi, a pequena e inteligente Sophi, agora estava morta injustamente por um "homem de chifres", sendo impedida de viver toda a sua vida, e deixando todos os seus entes próximos destroçados. E Azula, provavelmente, a pessoa que mais me afeta nisso tudo, que deu o início à todas as desgraças que vem ocorrendo em minha vida. Não que eu a culpe, ela não tem nem como ser culpada por nada. Mas eu não posso negar que foi depois de seu desaparecimento que tudo desandou. E eu sinto tanto a falta dela.

Minha tremedeira estava voltando, e eu estava sentindo uma crise vindo. Uma crise que me destruiria de vez. Mas respirei fundo e repeti diversas vezes em minha mente: "seja racional". Eu sabia que Jungkook tinha uma bola para ansiedade por ali, ele havia comprado algumas para mim e deixou uma em sua casa. Cacei o objeto e o encontrei em uma das gavetas da mesa de seu computador, logo apertando-a sem parar, respirando fundo mais uma vez. Sentei novamente no chão, desta vez no meio do quarto, tentando me manter calmo.

— Pensar, pensar, pensar. Ser Racional.

Encarava o quarto em que estava, tentando achar algo que pudesse me ajudar naquela situação. Olhei para as cortinas vinho, e nada. Olhei para a cama de Jungkook, e nada. Olhei para uns pôsteres de League of Legends e, em seguida, para o PC gamer, e nada. Olhei para o guarda roupa, e nada. Olhei para minhas mãos, uma segurando meu celular, e a outra apertando a bola tão satisfatória, e nada. Como eu poderia ser racional após minha irmã desaparecida ligar para mim?, pensei. E então, uma lâmpada imaginária acendeu em minha mente.

— Jimin! Você é um idiota mesmo. — falei para mim mesmo, sorrindo grande e limpando minhas lágrimas.

É mais que óbvio que uma ligação da Azula seria útil. Derick poderia usá-la para achá-la ou algo assim. No encontro com o homem, posso falar sobre o acontecido, e bom… pelo menos já teremos algo. Minhas esperanças estavam cada vez maiores, e mesmo que não fosse o melhor a sentir, eu sabia que daria certo. Eu esperava. Pois se não desse, se não encontrarmos a Azula, eu já não saberei mais o que fazer da minha vida.

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— Bom dia, amor da minha vida. — Jungkook falou, passando um de seus braços sobre meus ombros ao que sentei no sofá. Deixei um beijo em sua bochecha e grunhi um "bom dia" para ele. Ele assistia alguma série na televisão e Jongdae cozinhava algo na cozinha. Procurei pelo bloco do homem, e o encontrei sobre a mesa de centro, onde o mesmo estava sentado antes. Tive vontade de pegá-lo e olhar tudo que ele escreveu sobre mim, mas seria uma grande falta de respeito com sua ajuda e seu trabalho. — Está se sentindo melhor? O papai disse que você passou mal mais cedo.