— PARK JIMIN —
CENTRO DA CIDADE - 12 DE MARÇO, 04:41 AM
O vento batia dentro de meu capacete aberto, que somente tinha um vidro cobrindo meus olhos. Aquela madrugada fazia muito frio, e as roupas chiques do baile na qual eu usava não me esquentavam nem um pouco. Meus fios de cabelos loiros voavam dentro do meu, meramente largo, capacete, ao que eu avançava nas vazias ruas da cidade, em minha Yamaha XVS 950 Midnight Star branca, a moto na qual eu era apaixonado. Talvez até mais do que sou por meu namorado, Jeon Jungkook. O homem de cabelos castanhos que abraçava minha barriga, com seu rosto encostado em um de meus ombros, provavelmente dormindo. Seu corpo sobre o meu não me incomodava, na verdade me fazia sentir-me em casa.
Virei o guidão para a esquerda, guiando assim, minha moto, para a rua que o mais novo morava. Logo, o sol estaria pairando e, retirando os curtos cochilos, nós nem havíamos dormido direito. Toda a nossa madrugada foi baseada em se preocupar com Jung Hoseok, o ruivo que havia sido pisoteado por todo o salão. Além da cena do Sr. Min esfaqueando a Sra. Vieira na frente de todos do baile. Eu estava com a mente cheia de informações e não conseguia assimilá-las, creio que os outros presentes em toda a situação estejam da mesma forma.
Parei a moto em frente ao condomínio de Jungkook – que ficava perto da escola –, pondo um pé no chão para a motocicleta não tombar, e sacudi meus ombros, para que o garoto acordasse. Falho. O homem só acordou após eu levar uma de minhas mãos às suas mãos agarradas em mim, acariciando-as, e o chamando de forma manhosa. Ele não aguentava com minha voz doce.
— Me liga quando chegar em casa, ok? — pediu quando já estava no chão, coçando seus olhos sonolentos. Eu sorri para o mais novo e assenti, vendo-o sorrir fraco e acenar ao que saí, andando um pouco mais rápido com o veículo do que antes. Eu estava sozinho agora.
Rapidamente cheguei na frente da minha casa. Entrei no quintal e estacionei minha moto em nossa grande garagem, indo até a porta de entrada. O sol já estava nascendo, e com isso, sabia que meus pais estariam acordados, mas preferi acreditar que os mais velhos ainda estivessem na cama, para o bem da minha mente. Meus pais sempre levantam às cinco da manhã, mesmo nos poucos dias de folga que eles tiram no mês. Eles são muito rígidos e odiariam saber que passei a madrugada na rua. Mal queriam deixar eu sair para este tal "baile de máscaras de uma mulher desconhecida".
Respirei fundo, com meu capacete em baixo de meu braço, e virei a maçaneta, abrindo a porta finalmente. A grande sala de estar estava em um equilíbrio em questão de claridade, já que o pequeno lustre estava acesso, deixando o cômodo em um tom meio vintage. Caminhei pela sala, ignorando as estatuetas, móveis caros e a enorme smart TV de diversas polegadas. Ter todo aquele luxo era desnecessário, em minha opinião. Meus pais exageram.
Fui até o largo corredor, passando pela cozinha totalmente escura, e subindo a escada de madeira escura, como todo o chão do térreo – tirando a cozinha, que possuía ladrilhos preto-e-brancos de cima à baixo. Parei ali no meio da escada, olhando a parede. A parede marrom claro que possuía vários quadros familiares desde à minha infância: Park Dahyun, minha mãe; Park Kibum, meu pai; Park Azula, minha irmã; e eu, Park Jimin. Todos felizes e sorridentes, até chegar os quadros sem a Azula, onde não existia nem um pingo de alegria no olhar de nenhum de nós. Aquela garota era tão inspiradora e não existia uma alma viva que não gostasse dela. Até seu nome se diferenciava dos nomes de todo o resto da família, em homenagem ao seus olhos azuis claro, que somente ela, naquela família, possuía. Ela era diferente. Ela era carismática. Ela era inteligente e surpreendia à todos, seja o que fosse. E ela também fazia falta...
Terminando de subir a escada, deixando as memórias de minha irmã de lado, andei pelo corredor, passando pelo quarto de meus pais, o quarto vazio de hóspedes, de nossa funcionária, de minha desaparecida irmã, e pelo banheiro, para finalmente chegar ao meu cômodo. Mas antes que eu pudesse entrar, uma das portas daquele corredor foi aberta, chamando minha atenção para minha mãe, que me olhava com uma expressão séria.
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Seven Deaths
FanfictionYoongi, um jovem que luta para se recuperar de sua depressão. Hoseok, o que sofre por uma perda e sente que deve vingar a tal. Jimin, o adolescente no qual sente-se na obrigação de encontrar alguém perdido, alguém especial. Jungkook, quem deve descu...