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Bae Joo-Hyun

  A essa altura do campeonato,Jin já deve estar a minha procura. Pelos meus cálculos,agora,já está de noite,pode até ser de madrugada,e se eu conheço bem meu irmão,ele não vai descansar até me encontrar. E ele vai me encontrar,eu não duvido nem um pouco disso. Eu não entendi muito bem o que ele quiser dizer com "-Se ele não me encontrou esses meses todos,você acha que vai me encontrar agora? ",Ele é algum criminoso? Eu tenho quase certeza,que é um ladrão. Afinal,para alguém que vive na floresta,no meio dela,e tem a casa toda equipada,precisa de dinheiro certo? Tudo bem,ele pode trabalhar sem sair de casa,ele pode trabalhar aos finais de semana,mas não em Hopeless,senão eu teria o visto. Aish! É tão complicado não saber nada sobre ele. Eu poderia ao menos descobrir seu nome. Eu não acho que vá mudar tanta coisa.
     Não fiz nada que ele pediu. Não tomei banho,e não vesti uma roupa limpa. Eu nem havia percebido o quão suja estava. Minha blusa de moletom estava com grandes manchas de sangue e terra,e eu tenho certeza que nenhum dos dois sairá tão facilmente. Minha calça,que antes era branca,agora está cinza,e eu me lembro de ter saído de casa com um sobretudo militar. Do Jin,por sinal. Eu não o tirei em momento algum,e eu não me lembro de tê-lo perdido na floresta. O monstro,vamos chamá-lo assim,já que não tenho um nome. Pode ter pegado meu sobretudo,mas a questão é, porque? Porque ele precisa do meu sobretudo? Ele é extremamente grosso e me protege do frio,e aliás,não deve caber nele. Foi da época de treinamento do Jin,quando ele ainda era um moleque que vestia 42. E ao julgar pelo porte físico do monstro,ele é um pouco mais fortinho que o Jin. Então não vejo motivos para ele "sequestrar meu casaco". Além de tudo,isso é muita maldade. Me deixar com frio. Claro que nesse quarto trancado,nem um ar gélido passa pela fresca da porta,mas eu ainda sim,quero meu casaco. Quando ele voltar,a primeira coisa que vou perguntar, é sobre ele.
   Ele disse que odiava sujeira,então eu preparei uma pequena surpresa para ele. Desarrumei toda a cama que estava perfeitamente alinhada,ele me parece ser um pouco perfeccionista. O lençol estava perfeitamente passado e alinhado com a cama,e o cobertor estava dobrado com todas as pontas acertadas. Mas,como eu sou uma boa menina,agora estava tudo embolado e jogado pelo chão.
   Até as roupas que estavam na cômoda,eram dobradas com o mais correto esmero. Tudo bem alinhado e ordenado por cor,do escuro até o claro. E as únicas opções que tinham eram:Preto,branco e cinza. Haviam umas blusa,e algumas calças de moletom, extremamente grandes. Nada daquilo iria servir em mim. Ele só pode estar maluco se acha que vou me submeter a essa humilhação. De vestir essas roupas patéticas. Sem contar,que isso não faz parte dos meus planos. Eu não irei tomar banho enquanto ele não me libertar. Ficarei com a mesma roupa por todos os dias,até minha libertação. Eu sei que não vou sair viva,se Jin não me encontrar,eu não tenho chances nenhuma de sair desse lugar com vida. Ele não vai ser imbecil a esse ponto. Se me libertar,viva,a primeira coisa que irei fazer, é contar onde eu estava,e descrever sua aparência. E aí ele será preso por tantos crimes,que sua alma terminará de pagar a pena. Então senhorita Bae Joo-Hyun,você precisa acreditar com todas as suas forças,que Jin irá te encontrar a tempo.
  Corri para trás da porta quando o barulho da mesma sendo aberta ecoou pelo local. Alguns segundos depois,o monstro passou por ela col uma bandeja de comida em mãos. Era veneno. Ele envenenou a comida. Pelo menos,minha morte será menos cruel.
  Percebi seus dedos apertarem a bandeja com força, conforme olhava ao redor. Estava tudo perfeitamente bagunçado e espalhado pelo chão. Ele colocou-a sobre a madeira firme da cômoda e passou a mãos por seus fios castanhos. Só agora eu consegui reparar na cor de seu cabelo. Castanho,um castanho escuro. Era uma tonalidade bonita,e eu até acharia bonita nele se já não o considerasse a criatura mais horrenda e feia de todo esse planeta. Ele se desesperou um pouco quando não viu no quarto e nem sequer bateu na porta,já a abriu com um soco. Que imbecil,eu nem estava lá,muito menos havia trancado a porta. Ele podia pensar um pouco não?
  Aproveitei que ele estava lá dentro e fui analisar minha refeição. Arroz,ovos e batata. E para não descer seco,um copo de suco. Cheirei a borda do copo para tentar indentificar o sabor,contudo,era algo desconhecido. Peguei o garfo ao lado do prato e dei uma mexida no ovo,estava tentando me certificar que não estava envenenado.

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