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Bae Joo-Hyun

        Minha respiração falhou de uma forma terrível. Eu começava a entrar em desespero e as consequências de meus estavam me penalizando. Mas nunca,na minha vida,eu deixaria que aquele homem nojento encostasse aqueles lábios nojentos em mim. Simplesmente,nunca. Isso era algo fora de cogitação.

         Kim agora estava ajoelhado próximo a cama,a cabeça encostada no colchão macio coberto pelo grosso tecido,enquanto suas duas mãos estavam no seu membro. Ele já estava assim a um tempinho,sem sequer tentar me matar ou me fazer engolir a colher de sopa. Sua respiração estava pesada. Ele devia estar tentando controlar sua raiva. Pensei em me afastar,me manter distante enquanto ele pensava em quais consequências eu iria enfrentar,comecei a deslizar meu corpo para o lado esquerdo,contudo,assim que meu corpo se movimentou sobre a cama a mão de Kim agarrou meu pulso e eu senti meu corpo congelar. Ele apenas a segurou,não estava apertando ou me machucando,porém,mesmo assim,eu ainda estava receosa.                Alguém que tinha acabado de ser acertado em cheio nas bolas não deveria estar nem um pouco satisfeito. Ah não ser claro,que ele fosse masoquista,o que eu não discarto,ele já é doido o suficiente,pode gostar de sentir dores também.

O silencio estava me matando. Ele é tão misterioso que me assusta. Nunca consigo imaginar o que está se passando na mente podre dele.

Então,pensei em dizer a coisa mais óbvia.

-Você tentou me beijar? -Saiu como uma pergunta,Kim levantou a cabeça no mesmo instante e a raiva estava tão presente em seu rosto,que as veias em seu pescoço estavam saltadas. Extremamente saltadas. O maxilar estava travado e seu olhar caía sobre mim como chamas. Ele não me respondeu,então eu falei novamente,dessa vez,em forma de uma afirmação. Pois afinal,ele tinha sim,tentando me beijar. -Você tentou me beijar.

-Você pode parar de falar o óbvio? É claro que eu tentei te beijar cabritinha. -Ele apertou um pouco meu pulso enquanto se esforçava para levantar. Devia estar doendo. Que bom. Na verdade,era muito bom. -E acredite,eu me arrependo muito agora.

   -Por que tentou me beijar seu imbecil? Seu mal educado! -Puxei meu pulso com força fazendo com que ele o soltasse e cruzei os braços visivelmente irritada. Agora que tudo estava fazendo sentido. Como ele ousou tentar encostar aqueles lábios terríveis em mim? Argh! Que nojo! A sopa revira no meu estômago só de imaginar. -Não pode me beijar assim seu...seu...seu vândalo!

  Eu não sei ao certo porque,mas Kim riu. Soltou uma risada. Olhei para sua face e ele estava sorrindo. Meu Deus. Que bipolaridade. A alguns minutos atrás,ele estava com raiva,quase me jogando na parede,e agora estava rindo. E ele parecia ser outra pessoa quando ria. Parecia o Kim boa pessoa que ama cozinhar e tem uma casa muito legal na floresta. Eu admito que em certa parte eu o invejo. Porra! O cara tem uma cabana,incrível,no meio da floresta. Era literalmente tudo que eu queria! Com meu esforço, obviamente. Não roubando,o que eu sei que é o que ele fez para conseguir tudo isso aqui. Assassino,sequestrador,ladrãozinho e vândalo.

   -O que isso tem haver com vandalismo cabritinha? -Kim continuava com o sorriso no rosto. Ele parecia tanto uma pessoa normal que eu quase acreditei. Se eu não soubesse que o lobo usa pele de cordeiro....

-Tem tudo haver com vandalismo! Você estaria invadindo uma propriedade privada,no caso o meu espaço pessoal,o meu corpo e ainda iria tentar me beijar! Minha boca ia cair assim que seus lábios grotescos encostassem em mim! Ah que nojo! Eu quero vomitar! -Coloquei a mão na garganta fingindo segurar um vômito. Kim deu uma gargalhada sonoramente gostosa de se ouvir. Eu não deveria estar reparando em coisas banais assim. Mas quando você está acostumada com um ogro,e assassino,no momento em que ele decide ser um pouco amigável,todos os detalhes são notáveis. -Para de rir! Que inferno! Sua risada me irrita!

   -Você anda muito estressadinha cabritinha. Quer que eu te faça uma massagem,hum? -Seu olhar era extremamente sugestivo e seu sorriso também. E eu não senti nada além de receio. Se ele estava começando a usufruir algum tipo de desejo por mim,isso podia se tornar bem perigoso. Kim não me parece um homem que pensa no bem estar de uma mulher,e eu não duvido nada que ele tenha coragem de me obrigar a fazer algo. Ele pareceu ler meus pensamentos. O sorriso desapareceu e seu olhar voltou a ser vago. -Eu não vou fazer nada que você não queira cabritinha.

  Eu não tenho certeza,mas suas palavras não me tranquilizaram nem um pouco. Ele não passava confiança. Ele nunca vai me passar confiança. Eu só consigo sentir ódio e repulsa dele,nunca,nunca na vida,eu vou sentir confiança por esse homem.

   -Você pode sair agora Kim! -Apontei com as duas mãos em direção a porta. Era irônico eu estar o expulsando de seu próprio quarto,mas no momento,esse quarto agora,estava sendo minha ala hospitalar.

    Kim parou um pouco enquanto me observava,seu olhar se curvou um pouco,e suas sobrancelhas quase se juntaram. Ele estava curioso. Não tenho certeza em relação a que,mas estava.
    Fiz a pior cara que eu podia e continuei apontando para a porta.
  Ele suspirou e começou a caminhar até lá,mantendo-a aberta,mas antes de sair,se virou novamente para mim.

-Tae. -Ele proferiu sem sentido. E eu,não entendi do que se tratava. Ele percebeu minha cara,revirou os olhos e engrossou um pouco mais a voz. -Me chame de Tae.

Ah,se tratava de como devo chamá-lo agora? Antes,era Kim,agora é Tae?

-Seu nome é Tae? -Perguntei.

-Pode-se dizer que sim. Boa noite Irene.-Escutei seus passos começarem a se afastar. Deixei meu corpo cair na cama e comecei a olhar o ambiente. Não havia muito o que procurar por ali. Era tudo tão perfeitamente arrumado,que temo mexer e Tae-vamos chamá-lo assim agora-acabar percebendo. Afinal,o quarto é dele,se um grão de arroz estiver caído em algum lugar,ele notaria,mas pelo amor. O que tem naquela maldita gaveta? Virei a cabeça em sua direção. Era a primeira gaveta do criado,onde ele guardou o porta retrado. O porta retrado com a mãe. Ah vamos lá,uma olhadinha não vai mudar nada de lugar. Olhei em direção a porta,ela estava meio encostada,ele nunca fechava por completo. Estiquei meu corpo com cuidado e coloquei a mão sobre o criado,mas os barulhos de passos se aproximando me fizeram correr para a posição anterior e encarar a parede a minha frente. Exatos 3 segundos depois, Tae adentrou o cômodo. Passou por mim como se eu não estivesse ali e pegou o prato de sopa que estava no chão. Minha respiração estava presa,e eu nem tinha percebido quando fiz isso. Antes de sair novamente,ele olhou em minha direção,mas eu não consegui olhar de volta. -Troque de roupa. Sua blusa ainda está suja.

   Deixei o ar sair de meus pulmões. Eu quase tinha sido pega no flagra. Esperei mais algum tempo e abri a gaveta lentamente.

  Era óbvio,que Tae estava com sua mãe. Eles sorriam. Atrás não havia nada escrito e a gaveta não tinha mais nada de valor.

Bufei irritada colocando novamente o porta retrato no lugar e fechei a gaveta. Eu demoraria dormir,mas também não vou trocar a blusa. Enquanto isso,estarei me iludindo,imaginando Jin me resgatando.

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Olá amores,prestem atenção nos detalhes, é bem importante ❤️

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