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Bae Joo-Hyun

Taehyung não se aproximou de mim pela noite. Muito ao contrário, ele nem sequer se mexeu. Eu cheguei a acordar diversas vezes,o fato de estarmos na mesma cama me atormentava e eu não conseguia ter uma boa noite de sono. E em todas as vezes que eu acordei, Taehyung estava bem afastado de mim. Quase caindo da cama.

    Pela manhã,ele saiu bem cedo,e fez o mínimo de barulho para me acordar,contudo,eu não tinha pregado o olho. Analisei seus passos,ele pegou as chaves do novo carro e da casa e alguns casacos. Escutei o barulho do fogão. Ele fez chocolate quente antes de sair. O cheiro chegou até o quarto.

    Admito,que a convivência com esse homem tem sido tolerável e ultimamente,um pouco agradável. Mas isso não muda nada. Sei que Taehyung é um monstro e que eu nunca vou conseguir esquecer isso. Contudo,eu pensei muito. Taehyung seria o homem que muitas mulheres desejavam como marido. Ele ama a floresta de tal forma,que ela se tornou sua casa. A natureza ao seu redor é magnífica e se ele não fosse um assassino e soubesse controlar seus sentimentos e sua sede de vingança,ele seria um marido atencioso e cuidadoso. Não que algum dia,eu deseje Taehyung em minha vida,muito menos com algum relacionamento amoroso,entretanto,eu me peguei pensando nessas coisas sem sentidos. Não tenho muito o que fazer por aqui. Ultimamente,tenho visto muita televisão.
 


       Meus dias têm se tornados tão cansativos. Admito que estou me acostumando a esse tipo de vida. Ficar parada o dia todo sem poder sair ou fazer algo. Fico o dia todo pensando e pensando. Voltando em vários pensamentos e lembranças do passado.

    A muitos anos atrás,quando minha mãe ainda tinha sua saúde mental boa,ela costumava levar eu e o Jin até o Sky. Todo final de semana,bem cedo. Não importava o clima,nem a temperatura da água, nós íamos todos os finais de semanas. Costumávamos montar uma barraca próxima a margem,no sábado e ficávamos o dia todo lá. Quando o sol subia a montanha no domingo,nós a desmontavamos e curtiamos o resto do dia. Geralmente,pescavamos. O clima aqui em Hopeless sempre foi frio,mas uma vez ou outra o sol esquentava o suficiente para que pudessemos entrar na água.

    Acho que é por isso que amo o sky. Tenho tantas boas lembranças naquele lugar que eu não consigo deixar de esquece-lo.

    Uma pequena lágrima escorreu pela minha face. Lembrar do passado,de minha mãe e principalmente do Jin,me fazem chorar. Acho que daria muitas coisas para voltar até aquela época.

     O corpo da minha mãe foi encontrado próximo a estrada que liga Hopeless e a cidade vizinha. Ela estava tão fria e tão pálida. Lembro que foi Jin quem encontrou o corpo. Ou melhor dizendo,foi pra ele quem ligaram quando encontraram o corpo.  Ele tentou abafar o caso,mas em menos de um dia,a cidade toda já estava sabendo do crime. Ela tinha sido esfaqueada. Diversas vezes. Na barriga. Essa foi a causa da morte.

     Foi por isso que ela nunca voltou da viagem. Ela morreu antes de chegar até nós.

     Jin não conseguiu segurar por muito tempo sua dor. Foram duas semanas de buscas pelo assassino de mamãe. No décimo quinto dia,ele surtou e quebrou tudo que tinha no quarto dela. Até mesmo os quadros,que ela tinha de nós. Eu tinha chegado do colégio naquele dia. Encontrei o quarto todo destruído e Jin jogado no canto. Ele tinha bebido tanto que não conseguia lembrar o próprio nome ou onde estava. Havia um corte profundo no seu braço. Ele se machucou quando quebrou um vaso de vidro,onde nossa mãe colocava dinheiro. Por ironia,não tinha nenhum dinheiro dentro.

     -Jin? Jin você está sangrando! -Peguei uma blusa que estava jogada no canto dele e a enrolei em seu braço,apertando e tentando conter o sangue.

SociopathicOnde histórias criam vida. Descubra agora