Capítulo 19: Christoffer Schistad

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A Eva se escondeu atrás dos cabelos no instante em que entrelaçou os dedos nos meus. Eu não fumava maconha havia mais de uma semana, mas, de alguma forma, eu flutuava sobre o chão, meu sangue corria quente nas veias e eu me sentia doidão. Não, não doidão... invencível.

- Posso te fazer uma pergunta? Não quero te ofender com ela - eu disse.
A mão dela ficou frouxa, mas eu me agarrei a ela, sem permitir que ela fugisse.

- Acho que sim.

- Seu nome do meio tem algum significado? Sempre me pergunto isso, Echo não é nada comum.

Chegamos ao fliperama. Algumas crianças se amontoavam ao redor de um jogo com uma metralhadora de brinquedo. O som de balas voando entre gritos saia do jogo. Um aluno de faculdade folheava uma história em quadrinhos atrás do balcão de vidro cheio de prêmios baratos. Agarrei a mão da Eva com mais força e a arrastei, passando pelo jogo e chegando até as mesas de sinuca vazias nos fundos.

Relutante, larguei a mão dela e coloquei alguns dólares na máquina de moedas.

- A minha mãe era obcecada por mitologia grega. Echo era pra ser meu primeiro nome, mas meu pai disse que eu ia sofrer bullying na escola, então ficou como meu segundo, ele representa a ninfa das montanhas.

O nome do Aires de repente também fez sentido. Enfiei duas moedas na mesa e as bolas saíram rugindo pela abertura. A Eva imediatamente colocou as bolas na mesa.

- Oito ou nove bolas?

- Oito. - Nove era mais complicado. Eu já tinha planejado jogar com capacidade de sessenta por cento, esperando que ela se divertisse. - Qual é o mito?

Ela colocou as bolas no triângulo e depois o retirou.

- São muitos, na verdade. Você começa.

Eu tinha conhecido várias garotas como ela - tinham medo de começar porque só conseguiam afastar algumas bolas ao bater nelas. Era melhor ela começar e conseguir encaçapar uma do que não conseguir nada.

- As damas primeiro. - Eu mal podia esperar o jogo terminar e poder ensinar a ela como começar de um jeito adequado. Imagens do corpo dela contra o meu, inclinados sobre a mesa, fizeram minhas calças ficarem apertadas.

- Prepare-se para morrer - avisou ela, e meus lábios se curvaram para cima ao perceber sua confiança. A Eva girou o taco como uma guerreira indo para a batalha, sem jamais tirar os olhos da bola branca.

Ela se inclinou sobre a mesa. Eu encarei a bundinha dura dela. Minha sereia me comia vivo a cada movimento. Quando ela mirou, não parecia mais a garota frágil da escola, mas uma atiradora de elite.

O som rápido e atordoante das bolas batendo nos cantos me pegou de surpresa. As bolas caíram nas caçapas em uma sucessão tão rápida que perdi a conta. Ela rodeou a mesa, mais uma vez girando o taco, estudando as bolas restantes como um general de quatro estrelas faria com um mapa. Droga, a garota sabia jogar.

- Listradas - ela disse. A Eva se inclinou sobre a mesa para dar a segunda tacada. Os peitos maravilhosos estavam bem ali para que eu visse, mas eu queria mais do que olhar, eu queria ...

- Você devia guardar a língua dentro da boca. Sua boca vai parecer que está cheia de algodão se ela secar. - Ela encaçapou duas bolas listradas com uma tacada.

- Não tenho culpa de você ser gostosa.
- Eu adorava quando ela abria o jogo. - E o mito?

Depois de acenar mais duas tacadas, ela finalmente errou. Agora era minha vez. Sessenta por cento de capacidade não ia funcionar com ela.
Que inferno, talvez nem cem por cento fosse suficiente.

No limite da atração || Eva&Chris (Skam)Onde histórias criam vida. Descubra agora