Capítulo 13: Eva Mohn

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A primeira etapa da Operação Ler Meu Arquivo consistia em esperar que a Sra.Collins chamasse meu pai, Ashley e a mim para nossa reunião. Meu pai estava de pé no canto, falando de um jeito duro com
alguém do outro lado do BlackBerry, enquanto Ashley e eu estávamos
sentadas uma do lado da outra na fileira de cadeiras. Ashley atirou a mão sobre o estômago.

- Ai.Ai, Eva, o bebê chutou.

- Vocês podem entrar - chamou a Sra.Collins.

Voei da minha cadeira. - Graças a Deus.- Durante meses, a Ashley tinha perturbado todo mundo com esse papo sem fim sobre o bebê. OK, talvez não todo mundo. Meu pai se agarrava a cada palavra dela como se ela fosse Paulo pregando o evangelho. Ele nunca tinha prestado tanta atenção na minha mãe. Se tivesse, eu não seria a esquisita da escola. Três semanas antes, a Sra.Collins tinha começado o semestre usando terninhos sociais, depois jeans e uma bela camisa nas sextas casuais. Toda semana a sexta casual mudava um dia. Hoje, a terça era a nova sexta. De trás da mesa, ela nos deu seu sorriso sem fim.

- Sr.e Sra.Mohn, que ótimo ver vocês, mas a nossa sessão em
grupo é na próxima semana. Com as sobrancelhas erguidas, meu pai enviou um olhar questionador para Ashley, que estava sentada estarrecida, com a boca aberta.

- Não. O calendário da família dizia claramente que. Eu interrompi.

- Eu disse pra eles virem esta semana.
A Sra.Collins fez aquela cara esquisita, mexendo a boca toda para a direita.

- Eu sei que tivemos uma sessão difícil na semana passada, mas você
realmente achou que precisava trazer guarda- costas?

- Eva?- perguntou meu pai.- O que aconteceu na semana passada?  Meu coração se apertou. A preocupação dele parecia real. Eu daria tudo se fosse mesmo. Eu me levantei e andei até a janela. Os alunos estavam reunidos no estacionamento antes de irem para casa. Essa sessão tinha a chance de ser tão ruim quanto a da semana passada.

- Uma coisa boa.

- Isso é fantástico. Nossa família precisa de boas notícias. - A voz
despreocupada da Ashley arranhou minha pele como se fosse lixa. - Eu li
numa revista que os bebês conseguem perceber a negatividade.

Um carro saiu da vaga, revelando Chris sentado no capô do carro enferrujado dele, perto de um cara com muitos brincos e tatuagens e da motoqueira  Sana. Os amigos dele me encararam quando ele me deu aquele sorriso malicioso. Os amigos dele me assustavam. O sorriso do Chris me dava palpitações. Não que eu devesse ter palpitações pelo Chris Schistad. Eu estava namorando o Luke, não ele - isso se você chamasse de namoro as conversas ao telefone à noite com o Luke, em que praticamente só ele
falava, e uma única saída em turma para a pizzaria. Suspirei e sacudi o Luke para fora da minha cabeça. Chris e eu tínhamos um acordo, e eu pretendia cumprir minha parte da transação. O plano era simples: eu precisava adiantar meu horário para ele poder mudar a sessão dele da manhã para o meu horário atual, à tarde. Com horários próximos, um de nós distrairia a Sra.Collins enquanto o
outro espiava os arquivos.

- Eva? - chamou meu pai.- O que foi bom? Inspirando profundamente para acalmar os nervos que contorciam meu estômago, eu me virei para olhar para ele. Eu evitava confrontos e odiava ainda mais confrontar meu pai.

- Por que você não me contou que ganhei o Concurso do Estado?

- Como? - Não havia preocupação no tom de voz do meu pai agora. Uma leve dor se uniu ao nervosismo. Por que, além de tudo o mais, ele também tirava a arte de mim?  - Eu queria muito vencer. Você poderia pelo menos ter me contado essa parte.

A Sra.Collins me olhou preocupada e manteve as mãos cruzadas sobre o colo. Eu esperava que ela fosse pular e se defender, mas ela continuou irritantemente calma. Ashley colocou a mão sobre a do meu pai.- Owen? - Era culpa o que brilhava nos olhos azuis dela?

No limite da atração || Eva&Chris (Skam)Onde histórias criam vida. Descubra agora