Capítulo 42: Christoffer Schistad

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Assim que eu terminasse o banho, planejava ligar para a Eva e depois ir para a casa do Antonio e curtir o resto da festa. Às onze, ela certamente ainda estaria acordada. Eu esperava que a Noora tivesse ajudado a diminuir o trauma da nova lembrança da Eva. Eu não devia ter ido trabalhar. Devia ter ficado com ela. Cara, eu era um babaca. Eu ia compensar isso amanhã.

Três anos atrás, eu imaginava que passaria o terceiro ano escolhendo em que faculdade jogar bola, e não negociando salário e benefícios para ser o gerente do turno do dia no Malt and Burger. Mas como eu poderia resistir a um salário, seguro e horário fixo? Não seria muito dinheiro, mas eu conseguiria um lugar pequeno e decente para mim e os meus irmãos. Eu tinha uma longa lista de coisas que eu preferia fazer em vez de fritar hambúrgueres. Fritar hambúrgueres e ensinar as pessoas a fritarem hambúrgueres: a porra do meu sonho de vida.

A água quente lavou o óleo do meu turno. A seguir, eu ia caçar apartamentos: um de dois quartos, talvez de um. Eu poderia dormir no sofá e deixar o quarto para os meus irmãos. De qualquer maneira, o apartamento precisaria de um bom chuveiro e muita água escaldante para eliminar o tédio de fritar hambúrgueres.

Depois de dez minutos, a água quente parou, deixando apenas o vapor. A neblina entrou no banheiro e no meu cérebro. O que eu estava fazendo? Minha mãe me levava ao escritório dela no campus pelo menos uma vez por mês. "A faculdade é uma necessidade, mesmo que você escolha a carreira militar. Primeiro a faculdade, depois você decide seu futuro", pregava sua voz suave.

Limpei o espelho e vi os olhos da minha mãe me encarando.

- Você não me disse que merda eu devia fazer se você morresse.

Pingos de água se penduravam no ar úmido pesado e no meu corpo.
O aquecedor no porão martelou várias vezes antes de iniciar, enviando um ar mais frio através da ventilação no chão. Fiquei parado, encarando o espelho, esperando a resposta dela.

- Chris?

Uma voz bem- vinda- não a da minha mãe, mas bem- vinda do mesmo jeito: Eva. Um sorriso se espalhou pelo meu rosto. Isso era bom demais. Eu de toalha, sozinho em casa com a minha ninfa. Saí do banheiro.

- E aí, baby?

Ela espiou de canto de olho e os cabelos vermelhos balançavam quando ela virou rapidamente a cabeça na direção oposta.

- Ai, meu Deus, desculpa. Eu espero lá fora, ou sei lá, ate você... e ...
você sabe, se vestir.

Entrei na sala atrás dela, passando a mão por suas costas.

- O que você esta fazendo aqui? Você e a Noora ficaram sem assunto?
- Eu, humm, tomei uma decisão. Você pode se vestir?

- Não está muito perto do seu horário de chegar em casa?

Ela deu de ombros e evitou olhar na minha direção.

- Vem. - Agarrei a mão dela e a conduzi em direção ao porão.

- Não, sério, Chris - disse ela. - Eu espero você se vestir.

E eu ia perder aquele vermelho subindo pelo rosto dela? De jeito nenhum.

- Pode virar pra lá se quiser, mas eu não me importo de você olhar.
- Soltei a mão dela quando chegamos ao fim da escada e andei até o cesto de roupas, pegando uma calça jeans. - Vira pra lá agora. Ou não. - Olhei sobre os ombros. A Eva estava de costas para mim e com os olhos cobertos. Dei uma risadinha. - O que esta acontecendo, baby? Você não é de quebrar as regras.

- Não estou com vontade de ir pra casa. Pelo menos não agora.
Fechei as calças.

- Pode virar.

No limite da atração || Eva&Chris (Skam)Onde histórias criam vida. Descubra agora