Capítulo 34: Christoffer Schistad

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- Eu queria poder dormir com você - murmurou a voz sensual - pra cacete da Eva pelo telefone.

- É só você pedir, baby, e eu abalo seu mundo. - Eu tinha chegado do trabalho um pouco depois da meia-noite e decidido ligar para a Eva.

Eu me sentei na secadora, dando a Sana e ao Yousef o tempo de privacidade que os dois diziam que não precisavam. O Yousef fingia que a pegação entre eles não tinha acontecido, e a Sana fazia o mesmo. A boa notícia era que a Sana não tinha fugido para a casa da mãe nem tinha deixado outro cara qualquer usá-la. A má noticia era que o Yousef estava sofrendo. No momento, tentei esquecer os problemas dos meus melhores amigos e me concentrei em me lembrar do cheiro delicioso de canela da Eva, e não do fedor úmido e mofado do porão.

A risada da minha ninfa encheu minha alma.

- Você é tão mau. Estou falando de dormir. Tipo, dormir de verdade.
Não de sexo.

- A gente não precisa transar. Tem outras coisas que posso fazer pra te ajudar a dormir.

- Você é impossível - disse ela por sobre o barulho de lençóis. - Você me faz sentir segura, Chris. Talvez eu conseguisse dormir se me sentisse segura.

Era por isso que o Jacob tinha terrores noturnos? Será que ele não se sentia seguro?

- Eu entro no seu quarto sem ser visto e a gente experimenta. Só dormir, eu juro.

- O meu pai te mataria e depois me trancaria num convento.

- Eu corro o risco.

- Então... - disse a Eva em um tom extremamente leve. - Eu te disse que a história do exame nacional não ia funcionar. - Ela deu uma risadinha, gostando de estar certa.

Dez minutes depois de a terapia da Eva começar, eu entrei na sala da Sra. Collins e anunciei meu súbito interesse em fazer faculdade. Eu estava certo em uma coisa: a Sra. Collins pirou. Mas, em vez de ir correndo pegar as informações, ela falou rápido, me dizendo que precisava de tempo para reunir umas coisas. Depois me deu um cartão de consulta para quinta-feira, logo depois das aulas e momentos antes da consulta de hipnose da Eva.

- E você adora estar certa, não é?

- Shhh. Estou curtindo o momento. - A Eva bocejou alto. Os pesadelos dela tinham aumentado em frequência e em terror, graças as sessões de terapia. Meus instintos diziam que ela só dormia algumas horas por noite, se forçando a ficar acordada para evitar os sonhos.

Minha mente escapou para o Jacob e seus pesadelos.

- Se você soubesse a causa dos seus pesadelos, você contaria para a Sra. Collins?

- Você está chapado? - Ela nem esperou a minha resposta negativa.
- Ela sabe a causa dos meus pesadelos, mas, para responder a sua pergunta, sim. A mulher é maluca, mas acho que ela sabe o que está fazendo. Bom ... meio que sabe ... Bem mais do que os outros idiotas que me atenderam. Eu não sei. Acho que eu meio que gosto dela. - A voz dela ficou ininteligível no final.

- Vai dormir, baby. Te vejo amanhã na escola.

Ela bocejou de novo.

- Vou desligar, mas acho que vou ler um pouco. Te amo. - Ela desligou, sabendo que eu não diria isso de volta. Eu queria ter a coragem dela.

- Me diz que você terminou com ela - gritou a Sana.

Pulei da secadora e encontrei a Sana e o Yousef encolhidos na cama vendo televisão.

- Por que eu faria isso?

- Porque ela é maluca. E, antes de defender a garota, lembre-se que eu vi o surtinho dela.

No limite da atração || Eva&Chris (Skam)Onde histórias criam vida. Descubra agora