Capítulo 32: Christoffer Schistad

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Quase todos os carros tinham ido embora quando voltei para casa.
Deixei a Eva à meia- noite e dirigi sem rumo por umas duas horas, tentando processar tudo que tinha acontecido entre a gente. Vê-la se expor para mim, confiar em mim quando eu não merecia a confiança de ninguém... mudou minha vida.

O Rico estava dormindo no sofá com o corpo entrelaçado ao de uma garota. Ela provavelmente ia se arrepender disso de manhã. No porão, a luz piscava saindo da televisão com o som desligado. Agarrei o controle remoto pra desligar a TV quando o Yousef me impediu.

- Ainda estou vendo, cara.

- Foi mal. - Eu sorri, porque me peguei usando uma das frases da Eva. O sorriso se desmanchou quando percebi as costas nuas de uma garota desmaiada nos braços dele.

Imediatamente me virei para subir as escadas. - Desculpa, mano. Eu não sabia que você estava com alguém. - Não era a primeira vez que ele se esquecia de trancar a porta do porão.

- Fica. É a Sana.

A resposta só me fez querer correr. Eu tinha chegado até aqui sem ver a Sana nua, e não tinha intenção de ver agora.

- Tudo bem.

- Espera, vamos beber uma cerveja. - O Yousef murmurou alguma coisa para a Sana, e ela deu uma resposta fraca.

Na cozinha, abri a geladeira e peguei duas cervejas. O Yousef surgiu do porão usando apenas calça jeans. Dei uma cerveja para ele e abri a tampa da minha.

- Eu disse pra Eva que ela era minha.

- Eu peguei a Sana.

Nós dois ficamos encostados no balcão e bebemos nossa cerveja.

- Você e a Sana são um casal?

- E eu sei? Você sabe como ela é. Vou ter sorte se ela não sair correndo pra casa da mãe dela por um mês quando ela acordar e perceber o que a gente fez. Na pior das hipóteses, ela vai ficar com o próximo idiota só pra provar que não precisa de ninguém. Porra, Chris, eu estraguei tudo.

Fiz silêncio para ele se recuperar. Finalmente, ele puxou o brinco de argola e falou.

- Aconteceu. Eu vou cuidar disso. Mesmo que eu tenha que ignorar que aconteceu. Só que... nós dois estávamos chapados, e ela estava com um cheiro danado de bom.

O Yousef não precisava explicar. Eu sabia tudo de garotas com cheiro bom. Se eu não soubesse das coisas, ia achar que a Eva morava numa padaria.

- Quer dizer que agora você tem namorada? - ele perguntou.

- É. - Eu estava oficialmente amarrado. Ficamos em silêncio de novo, bebendo um gole de cerveja de vez em quando.

- Eu queria dizer uma coisa pra vocês mais cedo. Não estou conseguindo encontrar uma das peças que preciso para consertar o carro dela, vou ter que comprar em uma loja autorizada.
Meu conhecimento de carros era limitado, mas até eu sabia que isso não podia ser bom.

- Quanto?

- Cem.

Merda. A Eva dependia das nossas sessões de monitoria para ter dinheiro, e até agora ela já tinha dado ao Yousef tudo que tinha. Eu sabia que o pai dela tinha dinheiro, mas se recusava a ajudar.

No limite da atração || Eva&Chris (Skam)Onde histórias criam vida. Descubra agora