Capítulo 35

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Abri meus olhos devagar. A luz ardia em minha íris. Meu corpo doía. Levei as mãos ao meu ventre orando para que o meu bebê ainda estivesse aqui. Senti uma lágrima molhar meu rosto. Havia algo em meu dedo, um bip que acredito ser de meu coração, e um soro que me impedia de mexer a mão.

_Bom dia filha...quanto tempo.

Congelei ao ouvir a voz de um fantasma.

_P-pai...

Gaguejei num sussurro. Arregalando os olhos, confirmando com espanto que o homem que sumiu a anos, deixando eu e minha mãe na miséria, estava vivo e bem. Ele sorriu. Colocou uma das mãos sobre as minhas mãos.

_Calma, meu neto está bem. Tudo que eu não pude fazer por você eu farei por ele, ou ela.

Ouvi passos e aplausos.

_Que lindo, três gerações de Smoak reunidos. Eu choraria se ainda tivesse lágrimas.

Era Malcon. Ele usava uma roupa estranha, e havia um arco em suas costas. Levantei rápido. Puxei os fios do meu braço e o sangue espirrou em minha mão. Pulei da cama, senti minhas pernas tremerem. Corri até Malcon tentando inutilmente  socá-lo. Eu mal consegui ficar de pé.

_Desgraçado!!

_Calma loirinha.

Ele tentou segurar meus pulsos, mas eu fui rápida e puxei uma das flechas fincando-a em seu braço. Os olhos dele ficaram frios e ele me empurrou. Cai, apoiando todo meu peso em minhas mãos. Tinha que proteger meu filho. Minhas mãos arderam com o impacto.  Malcon arrancou a flecha e sorriu. 

_Segure a sua filha doutor, ou eu não cumprirei minha parte no acordo.

Meu pai se aproximou e tentou me ajudar a levantar, eu o empurrei. Chorando alto. 

_Não me toque. O meu pai morreu! 

_Felicity, precisa me ajudar a manter meu neto vivo, e você também.

_Meu filho não é seu neto! 

Me ergui, segurando na maca e encarei os dois.

_Eu vou sair daqui agora. E se vierem atrás de mim...

_O que vai fazer? Chamar arqueiro?

Franzi a sobrancelha. Do que ele está falando.

_Arqueiro?

_Pelo visto ela não conhece o Oliver....

Malcon falou rindo. Dois enfermeiros entraram.

_Façam ela dormir.

Dessa vez meu pai falou com um ar sério. Eu implorei aos prantos que ele me deixasse ir.

_Não! Por favor...eu tô grávida, me deixa sair. 

Um dos homens seguravam uma injeção. O outro me agarrou, colocando-me na maca e amarrando-me preparavam meu soro novamente, e começavam injetar algo em meu braço.

_Por favor, isso não faz bem pro bebê... por favor...pai...

Eu apaguei.


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⏰ Última atualização: Aug 04, 2021 ⏰

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