Capítulo 14

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POV Oliver

Minha mãe saiu. Estávamos finalmente sozinhos. Imaginava que seria diferente, que ela estaria radiante e eu traria uma bandeja de café da manhã, a beijaria e entregaria a carta que fiz nas ultimas horas. Contando tudo.  Eu imploraria perdão e torceria para que ela me perdoasse.

_Felicity...

Me aproximei devagar.  sentia que ia desabar a qualquer momento. Não consegui mais impedir que as lágrimas caíssem em meu rosto. Tudo saiu do controle. Eu era culpado de tudo aquilo. Culpado do sofrimento estampado no rosto de anjo de minha Felicity. Arrependimento? Sim, eu estou arrependido. Me arrependi de ter planejado me casar somente para que ela assinasse um papel e mudasse o sobrenome que ela herdou do pai dela.  Algo que meu pai deixou claro ser requisito para que ela tivesse direito à herança. Me arrependi antes de descobrir os motivos de meu pai deixar metade de tudo pra garota da TI... a garota por quem me apaixonei no mesmo dia que a vi pela primeira vez. Sinto vergonha de ter pensado que ela e meu pai....meu Deus, como eu fui idiota!! Fechei os olhos por alguns segundos,fazendo algo que nunca havia feito antes, enquanto o silencio me consumia. Eu orei. Implorei a misericórdia de Deus. 

  Sentei na cama, sem conseguir olhar pra ela. Procurei o toque de suas mãos. Ela não puxou a mão. Agradeci a Deus mentalmente. Eu a amo. Como jamais amei garota nenhuma. Enquanto tocava suas mãos, ansioso por sentí-la. Um filme das ultimas semanas passou em mina mente.Lembrei de todas as vezes que percebi o olhar dela sobre mim, de todas a vezes que roubei o seu café, mais doce do que eu geralmente tomo. Lembrei de nossas discussões por que ela nunca fazia as coisas do meu jeito, sempre colocava sua opinião, sua ideia seu toque pessoal em tudo. Lembrei do dia que a levei até minha casa, não foi algo planejado, Thea a convidou para ir almoçar conosco e no fim estávamos todos sorrindo na mesa de jantar, das coisas que ela dizia e do modo meio nerd de encarar a vida ...como nunca aconteceu naquela mansão. Começamos a namorar de verdade naquele dia. Eu a anunciei como minha namorada. Minha mãe pareceu confusa. E aquilo foi terrível para  mim. De um lado eu imaginava que minha mãe sabia sobre meu pai e a Felcity e que ela achava que eu estava sendo engando por ela. Quis dizer que tudo era só um plano, mas naquele momento qualquer um que olhasse pra mim saberia que o que eu sentia era real.  Do outro lado eu começava a questionar tudo que eu havia planejado. 

Casar com ela para fazê-la perder o sobrenome que carregava, Smoak, o único requisito para ela herdar metade do nosso patrimônio, agora parecia errado.  Mesmo sem saber o que levou meu pai a deixar tanto dinheiro pra ela eu comecei a questionar se o que eu estava fazendo era certo. Em parte os sermões do Diggle ajudava a pensar assim. No dia que viajamos pra Las Vegas. Eu estava tenso. Uma parte de mim dizia pra eu desistir e outra pra eu seguir com o plano. Diggle era contra desde o início, ele acreditava nela e achava que tinha outra explicação pra tudo aquilo. 

Mas eu a pedi em casamento quando o helicóptero levantou voo. Havia mandado fazer uma projeção em 3D na fachada de alguns edifícios das empresas Queen's. Vídeos com fotos dela...comigo. e no fim um vídeo meu a pedindo em casamento. De forma que todos que passassem vissem. Ela parecia não acreditar. Sem dizer mais nada eu apenas retirei o anel do bolso. Nunca fiquei tão nervoso. Nem no meu primeiro noivado, com Laurel. Felicity disse sim. E parecia que tudo estava perfeito. Por alguns minutos esqueci o que havia me levado até aquele pedido. Enquanto a beijava após ela colocar a aliança no dedo.  Diggle me lembrou ao lançar um olhar de descrédito pra mim. 

Ver o sorriso sincero no rosto de Felicity me fez ver que não importava o que levou meu Pai a deixar tudo pra ela. Eu sabia que o motivo não foi um caso. Não poderia ser. Aquela garota doce, que fala de Deus e de Cristo sempre que pode para mim, não era uma qualquer. Eu não poderia continuar com o plano. Eu iria desistir dela. Pensar em contar a verdade doeu. Pensar em simplesmente terminar o noivado doeu mais ainda. Pior, na chegada encontrei Laurel, ela me fez ver o quanto magoaria Felicity se a deixasse no altar, como fiz com ela. Nos dois casos eu fui um imbecil. Laurel não merecia o que eu fiz, mesmo que meu pai, como sempre estive tentando manipular minha vida. Eu não poderia deixar que Laurel sofresse, mas eu deixei, por que fui egoísta. Como sempre.  Agora...tudo se repetia. 

Depois de nossa briga, ela foi embora, desceu pela escada e quase caiu. Nunca tive tanto medo. Medo de perdê-la.  Consegui trazê-la de volta, sentamos no sofá. Parecíamos um casal comum de namorados, ficamos conversando, até que ela adormeceu. Eu não consegui dormir, nem que quisesse, deixei um cartão sem limites pra fazer a festa de casamento  dos sonhos dela e um bilhete. Depois disso fui até uma boate que pertencia a minha família, uma filial do Verdant, Thea que administrava, e parecia que estava dando muito certo. Precisava ficar sozinho, precisava pensar.

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