[Lucca Zarmora]
—... jogar fora toda a sua coleção de camisas antigas do Real Madrid.
—Opa. – Abri os olhos, imediatamente ficando em alerta, quando a voz do Murilo chegou até a parte do meu cérebro sonolento que compreendeu o que ele estava falando. – Minhas camisas não.
—Acordou, né? Levanta, tô te chamando faz tempo.
Fechei os olhos novamente ao ver o mínimo sinal de perigo, ele não faria isso, faria?
—Mghpt.
—Lucca.
Sua voz era doce e macia, nem parecia que ele queria fazer algo monstruoso comigo, tipo me tirar da cama antes do meio dia no meu dia de folga.—Você chegou só agora? – Ganhei tempo puxando um assunto aleatório, porque sim, eu conseguiria continuar a conversa enquanto dormia.
—Sim, a coletiva terminou tarde.
—Hum, e..
—Levanta!
Cortou, me conhecendo bem o suficiente pra saber das minhas táticas, e interceptando elas quando necessário. Um belíssimo jogador. Mas eu também era:
—Não consigo levantar sem uns beijinhos.
—E o que você faz quando tá na concentração?
—O Isaac me beija. – Bocejei e ouvi ele deixar escapar um sorriso. – Vem deitar comigo... um pouquinho só?
Eu sabia muito bem ser um cachorrinho dengoso pra arrancar dele o que eu queria, e ele sabia que não conseguiria resistir quando eu ficava muito disposto a insistir, por isso nem tentou. Se deitou no seu lado da cama e se arrastou até a mim, envolvendo meu corpo nos braços.
—Hum... Bom dia.
—Você tá sem roupa?
Uh. Tinha me esquecido que ontem a noite eu havia tirado elas pra surpreendê-lo. Aposto que se eu tivesse mostrado a bunda antes talvez ele tivesse me deixado dormir mais um pouco.
—O que você acha?
Perguntei chegando cada vez mais para trás e me esfregando nele sem nenhuma vergonha. Fechei os olhos quando ele sorriu, enfiou o nariz no meu pescoço, cheirando e chupando a pele, provavelmente deixando uma marca também.
—Falei muito de você na coletiva. – Falou descendo a mão pelo meu peitoral, passando pela minha barriga e chegando finalmente no meu membro. Levou um tempo para que eu entendesse sua fala, já que ele começou a massagear minhas bolas e eu perdi totalmente o resto de decência que tinha, me agarrando a ele e gemendo baixinho.
—Falou que me faz ficar louco na cama?
—Nosso segredo.
Ainda de costas para ele, roçando meu corpo no seu ainda com roupa, eu levei a mão até a sua nuca e o puxei para que continuasse no meu pescoço, já que o beijo era praticamente impossível pelo bafo matinal.
Puxei sua camisa pela nunca de forma desesperada e ele me ajudou no processo, rapidamente a retirando e deixando seu cheiro tomar conta do meu olfato.
—Você tá cheiroso demais para uma simples entrevista.
—Passei perfume depois.
Confessou encostando o peitoral nas minhas costas e subiu suas mãos agora para o meu pau, o massageando.
—Muri... – Gemi arrastado, deixando para trás qualquer resquício de sono e acompanhando o movimento da sua mão com o quadril. Sua boca ainda trabalhava no meu pescoço e eu senti ele abrir um sorriso sob a minha pele ao me sentir entregue, completamente arrepiado. Meus dedos agarraram seus cabelos novamente e eu não consegui mais manter meus olhos abertos, apoiando minha cabeça contra seu ombro e me rendendo completamente. – Porra.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jogo Perigoso
RomanceO meio futebolístico é machista, muitas vezes racista e frequentemente homofóbico. Anualmente são feitas diversas campanhas sobre conscientização com uma mensagem forte e bem montada pra atrair os olhares da mídia, mas aquilo tudo é uma grande menti...