「IX」

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Baekhyun estava inquieto desde que tinha voltado da viagem, e Seulgi tinha sido a primeira a notar. Ele estava há meia hora com uma pose pensativa, seu olhar focado em algum ponto aleatório da cadeira à frente em sua mesa, enquanto Seulgi estava no vão da porta há quase uma hora. Ela cruzou os braços e o encarou.

— Senhor... Byun?

Silêncio total.

— Seu amigo, o senhor Kim Jongdae... ele ligou...

— Hm...

Seulgi franziu o cenho e largou os braços nas laterais do corpo, cansada. Seu chefe estava estranho, e mais estranho do que o normal.

— Ele ainda está assim?

Virou-se ao ouvir a risada baixa ao seu lado. Jongin estava ao seu lado, também à porta, com as mãos nos bolsos. Seulgi suspirou, sorrindo.

— Pois é... — deu de ombros

Os dois voltaram a encarar o CEO, em silêncio. Baekhyun não parecia se incomodar; ele na verdade parecia estar perdido em pensamentos demais para notar os dois ali.

— Isso é um pouco bizarro. — Jongin encolheu-se, com medo, mas logo voltou seu olhar para a funcionária, novamente com o tom sério — Senhorita Kang, e quem está no balcão?

Ela forçou um sorriso e curvou-se, envergonhada.

— Já estou indo, senhor.

— Ótimo.

Observou-a se afastar de volta ao seu balcão, e suspirou, fechando a porta da sala de seu chefe depois de entrar no local. O clima estava leve, leve demais aliás, como se faltasse claramente alguma coisa.

— Baekhyun? — aproximou-se com cuidado, se apoiando na mesa de vidro delicadamente.

O CEO ergueu o olhar, finalmente acordando para a realidade, e acenou para que Jongin continuasse como se nada tivesse acontecido. O colega deu um sorriso que Baekhyun não conseguiu interpretar se era de pena ou de empatia.

— O que foi que aconteceu? Como foi a viagem?

Baekhyun baixou o olhar para um ponto aleatório novamente. A viagem. Tinham se passado três dias desde a viagem e ele ainda estava tentando ligar os pontos, não sabia porquê. Chanyeol havia confiado em seu pai, e ele ainda assim vendeu o filho à mídia. Mas porque aquilo estava tão marcado no herdeiro?

O olhar que tinha visto nele... Continha tanta dor. Tanta indignação.

Era a própria personificação do cachorrinho que caiu do caminhão de mudança.

— ...Baek...?

Encarou Jongin com rapidez, e com certo incômodo em seu olhar.

— Do que você me chamou?

Jongin franziu o cenho, verdadeiramente confuso pela repentina agressividade.

— Eu disse "Ei, Byun Baekhyun!". — negou, sem saber por onde começar os questionamentos — Por quê? Você está surdo?

Baekhyun negou, baixando o olhar para as próprias mãos, ainda com a feição séria.

— Nada... Achei que tinha escutado outra coisa.

Certo. Aquilo era assustador. Em todos aqueles anos naquela indústria vital, Jongin nunca tinha visto seu chefe tão "vulnerável" e na defensiva assim.

— Vem cá, você está bem mesmo? — sentou-se na mesa, atento.

Baekhyun abriu a boca para falar, mas sequer teve tempo de responder antes da porta ser aberta com força. Era Park Jungsoo.

Sonder『chanbaek』Onde histórias criam vida. Descubra agora