「XXIX」

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Dia 28. Dezesseis dias para o casamento. Baekhyun não conseguia sequer focar em seu trabalho. Estava mais uma vez na empresa, sem o paletó do terno enquanto verificava os últimos detalhes do...

Depois de ter saído da casa de Chanyeol, era como se todo seu ponto de vista sobre a situação tivesse mudado. Sabia que tinha que trabalhar, mas não tinha a oportunidade de não querer; simplesmente não conseguia mais. Tinha um bloqueio imenso que não o deixava em paz, e tinha durado o dia inteiro. Sua cabeça estava cheia e estava com sono de tanto ter se concentrado mentalmente, como se estivesse ainda mais esgotado do que o normal.

Bufou, largando o mouse com raiva e se jogando para trás na cadeira. Suas costas estavam doendo, e tudo que queria era chegar em casa. Era quase hora do almoço e estava pensando seriamente em simplesmente pedir um delivery qualquer. Não estava com vontade de dar de cara com ninguém.

Como se lesse sua mente, a porta de sua sala foi aberta, Jongin o encarando com receio e confusão.

— Nós estamos indo almoçar.

— Vão em frente. — disse, sem sequer ergueu os olhos do computador.

— Você... tem certeza?

— Sim, eu ainda tenho algumas coisas para resolver mesmo. Vou pedir algo para comer e depois nos falamos.

Jongin franziu o cenho, cruzando os braços onde estava.

— Você está mesmo comendo direito, sr?

Ergueu o olhar para encará-lo, sério e até mesmo um pouco aborrecido. Jongin encolheu-se um pouco intimidado.

— Pode ir sem se preocupar. Ainda vou estar aqui quando você voltar.

— Disso eu não duvido. — o Kim deu um sorriso fraco e começou a sair da sala. — Então vamos indo, ok?

— Ok... — murmurou ainda com os olhos no computador, o que fez Jongin franzir os lábios e afastar-se, fechando a porta.

Seulgi tinha acabado de pegar sua bolsa quando o observou voltar sozinho.

— Ele não vem com a gente hoje?

— Não, ele parece querer ficar sozinho. — deu de ombros, ainda meio incomodado — Ele deve estar resolvendo as últimas coisas do casamento dos Park, então vamos deixar ele lá.

— Eu não acho que a gente deveria... — a moça comentou, cruzando os braços e observando os outros colegas do andar esperando somente ela e Jongin, logo ao elevador.

— Bom, você fica e convence ele, então, porque eu falhei miseravelmente. — ergueu as mãos em defesa e começou a caminhar até os outros.

Eu não. Me espera! — apressou-se para segurar o braço do Kim, que riu e se encolheu assim que recebeu um tapa brincalhão.

— Você sabe que eu ainda sou, tecnicamente, seu chefe, né?

— Zero moral. — dando um sorriso, ela tomou a frente e apressou o passo, deixando-o para trás.

O som do elevador deu a confirmação de que o andar estava completamente vazio. Por algum motivo a certeza o incomodava; incomodava sua solidão. Finalmente sozinho, ele suspirou, fechando os projetos e levantando-se de sua cadeira. Não tinha ninguém por perto...

Começou a andar ao redor da sala, para exercitar as pernas um pouco. Desabotoou o paletó e afrouxou a gravata, soltando também o primeiro botão da blusa, que apertava sua garganta. Não adiantava, continuava incomodado. Estalou os dedos das mãos e virou-se para olhar pela janela. Estava ensolarado demais. Lentamente foi até as persianas e fechou, uma por uma. Por não deixar a lâmpada de sua sala ligada normalmente, o local escureceu consideravelmente, somente a luz do computador iluminando tudo. Com um suspiro, Baekhyun foi até o interruptor, trazendo luz novamente ao cômodo. Quando pensou em sair e checar a geladeira da cozinha, nem que fosse por um resto de suco, seu celular apitou. Franzindo o cenho em clara confusão, ele lentamente foi até a mesa, passando a mão pelo cabelo e tentando não bocejar mais uma vez.

Sonder『chanbaek』Onde histórias criam vida. Descubra agora