「XX」

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— Ei...

Escondendo-se no cobertor que tinha surgido misteriosamente sobre ele, Baekhyun grunhiu. O Park, o encarando em choque, soltou uma risada incrédula antes de começar a cutucá-lo na cintura. Se afastando bruscamente pelas cócegas, Baekhyun o encarou com raiva, mais uma vez o rosto inchado de sono e fúria.

Park Chanyeol estava inclinado sobre ele, de modo que a luz da lâmpada não o cegava tanto. Ele estava com um suéter branco de gola alta, uma jaqueta jeans azul escura e uma calça preta, enquanto o cabelo preto estava bagunçado para a frente, um visual que Baekhyun não lembrava de ter visto no herdeiro da LOEY Tech.

— Já são sete da noite... Você ainda vai querer levantar pro Ano Novo?

Piscou algumas vezes antes que pudesse raciocinar. É mesmo, era dia 31. Sentou-se devagar, embriagado pelo sono, e se espreguiçou de maneira exagerada. Passando a mão pelo rosto, tomou um susto ao pensar que tinha manchado o óculos; demorou alguns segundos para notar que estava sem ele. Olhando ao redor, percebeu tanto o acessório quanto o livro na mesa de centro. Desviou o olhar para o rapaz de pé, que o encarava com as mãos no bolso.

— Não sei, não me sinto convencido o suficiente.

— Que bom. Sobra mais jantar pra mim. — dando de ombros, Chanyeol afastou-se sorrindo para a cozinha.

— Sabe, pensando bem, esse é um bom motivo. — murmurou, levantando-se de onde estava.

Rindo, o Park o lançou um olhar discreto antes de virar-se novamente para seus afazeres. Esperava sinceramente que ele estivesse com sono demais para notar o surgimento de um cobertor ali; não queria implicâncias irônicas para cima de si, mesmo sabendo que merecia bem depois de tudo que já tinha feito.

Passos o indicaram que o Byun tinha ido, provavelmente se trocar, e finalmente pôde expirar todo o ar que inconscientemente tinha prendido nos pulmões.

Logo seria um novo ano, e teria mais com o que se preocupar do que com Baekhyun, infelizmente.

Passou o jantar em silêncio, por isso os dois terminaram de comer antes mesmo da virada. Chanyeol tinha terminado antes, e por coincidência, recebeu uma ligação. Vendo o nome na tela, engoliu em seco e retirou-se do cômodo. Não passou mais que cinco minutos ao telefone; quando voltou à cozinha, os pratos estavam na pia e Baekhyun estava apoiado na bancada, o encarando com curiosidade e receio.

— Que foi? — perguntou um tanto brusco e Baekhyun sorriu fraco, notando que ele não estava confortável.

— Nada. Está tudo bem?

— Não. — deu a volta na bancada e abriu a geladeira

— Quer conversar sobre isso? — surpreendeu-se pelo tom mais sensível vindo do Byun, porém não virou-se para encará-lo. Pegou as duas garrafas de champanhe com as mãos e fechou a porta da geladeira com um impacto do quadril.

— Não. — forçou um sorriso. — Quer champanhe?

Não sentia-se confortável com a situação, porém forçou um sorriso, sentindo-se mais generoso do que era. Chanyeol queria, e provavelmente precisava, então assentiu para ele.

— Vai dar meia noite em breve... — o Park fungou imperceptivelmente, passando por Baekhyun e indo até a sala — ...então pegue as taças.

Assentiu, pegando duas e indo até o sofá. Os cachorros dormiam perto da lareira e Baekhyun sorriu com a cena, sequer percebendo as taças já cheias na mesinha à sua frente. Inclinou-se para trás no estofado e cruzou os braços, encolhendo-se no moletom branco claramente mais largo que seu tamanho. Não era bom em começar conversas com estranhos, porém duvidava que Chanyeol sequer suspeitasse daquilo. O Park encarava a própria taça que segurava com extremo interesse, como se também fugisse de interação, o que era um tanto estranho vindo dele.

Sonder『chanbaek』Onde histórias criam vida. Descubra agora