「XIV」

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A mesa de jantar tinha um clima tão mórbido que chegava a ser cômico. A única da família que não estava à rigor era Sunyoung, que estava vestido um moletom rosa pastel simples com uma estampa moderna, e uma calça rasgada. Ele logo teria que passar a noite cumprimentando acionistas e o escambau mesmo...

Engoliu a comida com lentidão, e ergueu o olhar com confusão quando sentiu o olhar de sua mãe sobre si. Boram forçou um sorriso e voltou a atenção para seu prato, sem sucesso. Chanyeol franziu o cenho, porém não questionou. Seu pai tinha mantido o olhar nas próprias mãos durante todo o almoço. Era estranho.

Como se soubesse exatamente o que estava acontecendo, Sunyoung tentou começar um assunto.

— E então? Quem vem para o Natal esse ano?

Até mesmo sua mãe olhou estranho para ela, visto que a filha sempre deixava claro o desgosto pelo Natal não familiar que sempre tinham.

— O de sempre... Os pais do querido Junmyeon confirmaram presença esse ano... vão voltar mais cedo de viagem... — nem Boram parecia prestar atenção no que falava, só cuspia as palavras. — O vereador, talvez...

— Entendo... — Sunyoung murmurou, desistindo ela mesma de começar um assunto.

Chanyeol, com a refeição terminada, levantou-se para deixar a louça na cozinha, sendo seguido pelo olhar de seu pai. Não conseguiu lê-lo daquela vez, porém tinha quase certeza de que algo estava errado. Sempre tinha algo de errado com aquela família.

Voltou à sala de jantar para pegar o celular que tinha deixado na mesa, e notou que sua mãe o olhava como se perguntasse onde ele pensava que ia.

— Tenho um compromisso. Volto em pouco tempo, não se preocupe.

Não foi como se ela pudesse impedi-lo de alguma maneira; com passos longos, logo ele já estava saindo.

— Acho que deveríamos chamar o Sr. Byun, não? — Boram continuou — Por pura formalidade.

Não era por "formalidade", e Sunyoung sabia. Quanto mais aquele rapaz fazia, mais seus pais confiavam Chanyeol a ele, e mais aquilo ia sufocando ambos. Eles só queriam alguém controlando o filho durante a noite de Natal, e Sunyoung só pensava no quanto aquilo era nauseante.

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Oito dias para o Natal e foi quando Baekhyun tinha voltado. Tinha fugido da própria empresa para se esconder na cafeteria do amigo. Não conseguia ficar lá com o olhar atento de Do Kyungsoo o tempo todo sobre si, como se exigisse algo dele. E ele exigia, Baekhyun sabia.

Por isso estava ali, fugindo de Do, fugindo dos Park, fugindo de Kim Jongin nem que fosse por uma horinha. Jongdae tinha deixado que ele ficasse em uma mesa afastada, rindo de sua situação como se fosse brincadeira. Maldito... Continuou tomando o café e ouvindo o barulho geral do estabelecimento e mal percebeu quando um cliente inesperado entrou pela porta da frente.

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Chanyeol mal conhecia o cara, mas ele o tinha ajudado, e com a ajuda dele, descobriu mais sobre Baekhyun em um dia do que em um mês inteiro, então pensou em fazer sua boa ação de dezembro.

Blooming Days já estava toda temática de Natal, e estranhamente até aquela cafeteria tinha mais do clima natalino do que sua casa. Não demorou muito para achar Jongdae; ele estava indo em sua direção recebê-lo quando notou quem era de fato. Deu um sorriso incrédulo e segurou a bandeja para o lado. Tocava alguma música de Natal em inglês que Chanyeol supôs ser da Sia, pela singularidade do tom de voz, mas ele não conhecia a faixa em particular, então não comentou.

Sonder『chanbaek』Onde histórias criam vida. Descubra agora