30 de maio
Nova York, 8:46 AM.
Daiane POV
Depois de dar a notícia da morte trágica de Lud, uma busca inútil pelo seu corpo foi iniciada. Eu sabia que aquilo não tinha motivo, afinal, minha amiga não tinha morrido, sendo assim não haveria corpo para o seu enterro. Mas para sua família, que até alguns dias atrás estavam felizes e comemorando, era necessário fazer com que a farsa parecesse real.
Depois de obviamente não terem encontrado absolutamente nada em relação a Lud no mar, decidiu-se por unanimidade seguir minha sugestão, fazer um velório e enterro simbólico para que pelo menos sua família pudesse se despedir.
- Isso tudo parece um pesadelo e eu só queria acordar! - Luane diz agarrada a mim enquanto o pastor lê uma passagem da bíblia.
Ela, assim como a mãe e Marcos, estavam inconsoláveis. Silvana não parou de chorar um segundo sequer desde que recebeu a notícia. Sua ficha demorou muito pra cair.
Flashback On
A mulher solta uma gargalhada alta e sem nenhum resquício de humor me encarando séria logo depois.
- O quê?
Respiro fundo tentando criar coragem novamente pra manter aquela mentira.
- A Lud sofreu um acidente. - Falava pausadamente tentando passar verdade. - A lancha dela explodiu.
Sua expressão demonstrava que agora, ela finalmente havia entendido o que foi dito. De repente a mulher se levanta e vem em minha direção.
- Onde está a minha filha? - Pude sentir a agonia tomar conta de cada célula de seu corpo.
Luane permanecia imóvel e Marcos nem parecia estar ali.
- Ninguém sabe tia. - Respondo cabisbaixa. Eu sabia que mentir é errado, mas nesse caso era preciso. - Não acharam o corpo.
- Daiane... - Mais uma risada agonizante. - Você sabe que não se deve brincar com esse tipo coisa, certo?
Um arrepio macabro atravessa minha espinha. Eu sempre fui cagona e nunca gostei de fazer brincadeiras de mal gosto por medo da força do karma, estar mentindo desse jeito só me fazia sentir ainda mais remorso.
- Não é brincadeira, tia Sil.
- Isso não pode ser verdade! - Ela começa a andar de um lado pro outro em desespero. Logo começo a ouvir as fungadas da mais nova. - Não. Não pode ser verdade, minha filha não está... Ela não pode ter...
- Mãe... - Finalmente Marcos se mostra presente e dá um passo até a mãe.
Ele a toca e como em um reflexo ela se afasta bruscamente.
- Não! Eu não quero ouvir! Eu não quero consolo!
O choro doído de Luane começa a ecoar pela sala, Marcos logo vai até ela abraçar a garota que simplesmente se joga em seus braços.
- Onde a Ludmilla está?! Eu quero falar com ela!
- Tia, a Lud está mor-...
- NÃO! - Ela avança em minha direção me fazendo recuar. - Você não se atreva a dizer isso, me ouviu bem?! VOCÊ NÃO SE ATREVA!
- Me desculpa, mas é a verdade.
- Não é, Daiane! Eu sei que não! Minha filha está viva, eu posso sentir! Eu só quero falar com ela.
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K A R M A - Poder e Ganância [EM REVISÃO]
Fanfiction𝗟𝗘𝗜𝗔 𝗔 𝗗𝗘𝗦𝗖𝗥𝗜𝗖̧𝗔̃𝗢. Capítulos: 30. Conteúdo maduro. (+18) Avisos: Contém cenas de sexo explícito, violência, linguagem imprópria, temas sensíveis, consumo de álcool e drogas. . O que fazer quando a ambição se torna ganância? E quando...