Confessionário

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25 de setembro

Rio de Janeiro, 3:37 PM.

Renatinho POV

- Mas falando sério, na próxima tu vai me ensinar a rebolar desse jeito!

- Ai, tá bom Thaissa, vou pensar no seu caso.

Me afasto do carro soltando um sorriso convencido e ouço a bozina soar antes de todos irem embora.

O final de semana foi foda, um dos meus amigos pegou a lancha do pai emprestada e todos fomos pra Angra, um grupo de mais ou menos dez pessoas. Passamos três dia bebendo, dançando e se pegando muito. Eu amo festa, principalmente festejar com meus amigos.

Abro o cadeado tirando a corrente e empurro o portão fechando logo em seguida.

- Cheguei, cheguei chegando bagunçando a zorra... - Como se fosse uma miragem, vejo Brunna fazendo algo que nunca fez, regando as plantas do jardim. - Que cê tá fazendo, o maluca?

- Cultivando vida. - Ela responde seca.

Já fazia uma semana que Brunna tava assim, grossa. Eu não sei que bicho tinha mordido aquela garota, mas já tava cansado das patadas desnecessárias dela. Achei que com o sumiço daquele retardado do Erick as coisas iriam mudar, mas pelo visto ele foi e acabou deixando o espírito dele.

- Hum. Só vê se não rega muito pra não matar afogada.

Foi só o que disse antes de entrar. Subo pro meu quarto e pego uma camisa regata, uma bermuda e uma cueca. Tomei um banho rápido, só pra tirar a água do mar e areia do corpo e logo já tinha saído. Como sempre, o dia hoje tava muito quente.

Desço as escadas cantarolando a música que não saía da minha cabeça, durante o fim de semana eu havia perdido as contas de quantas vezes ela tinha sido tocada. Abro a geladeira e pego um iogurte, deito no sofá e ligo a TV, meu programa favorito já tinha começado.

Brunna entra bufando, parecia que tava numa TPM eterna. Ela passa pra cozinha e logo volta.

- Dá pra sentar? O sofá não é cama não.

Encaro a garota que tinha o semblante fechado, ela tava insuportável. Me ajeito melhor e ela se senta do meu lado encarando a TV. Volto a assistir meu programa e percebo que vez ou outra ela me olhava pelo canto do olho. Continuo ignorando até que ela suspira alto.

- Ai Bruna, quê que foi?

- Como assim? - Ela diz, cínica.

- Não sei! Primeiro você fica toda cavala dando coice nos outros depois fica aí, suspirando igual uma idiota. Fala logo!

Brunna volta a olhar pra TV e fecha os olhos suspirando mais uma vez.

- Eu beijei a Lud. - Ela fala rápido, assim, do nada.

- Você o quê?

Bru volta a me encarar, dessa vez seu semblante parecia triste.

- Eu, beijei, a Lud!

Meu queixo cai. Me ajeito de novo no sofá dessa vez virado de frente pra ela, cruzo minhas pernas e coloca a TV no mudo.

- Como assim você beijou a Lud? Que Lud?

- Como assim que Lud? Eu só conheço uma Lud!

- Brunna? Tu beijou a Ludmilla? A Ludmilla nossa hóspede e amiga? A que trabalha com você no bar, ESSA LUD????

- Para de gritar! E sim, eu beijei essa Lud.

Eu não soube o que responder. Mal sabia o que pensar. Quer dizer, eu nunca imaginei que Brunninha seria capaz de beijar uma mulher, ainda mais a Ludmilla!

K A R M A - Poder e Ganância [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora