O Casamento

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28 de Abril

Nova York, 6:13 PM

Brunna POV

Finalmente recebi alta e pude voltar pra casa, já não aguentava mais ficar naquele hospital. Eu ainda sentia algumas dores mas nada que os  analgésicos que o médico receitou não resolvessem.

Lud estaciona o carro na garagem e sai dando a volta nele me ajudando a sair. Minhas costelas ainda estavam doloridas, por isso era necessário uma ajuda a mais. Subimos de elevador até nosso andar, ela coloca a pequena mala no chão e abre a porta me dando passagem. Assim que entro vejo nossos familiares e amigos ali reunidos e não pude evitar o choro.

- Surpresa! - Sorrio ao notar que eles se controlaram para não gritar.

Encaro Lud atrás de mim e ela sorria abertamente. Minha mãe vem até mim e me abraça com todo cuidado que conseguia.

- Que saudades de você minha filha! - Ela me solta e percebo que minha mãe chorava. - Eu tive tanto medo de...

- Mãe! Eu tô bem! - Limpo suas lágrimas com as pontas dos dedos e ela sorri.

- Você tem certeza, meu amor? - Sil se aproxima me dando um beijo na bochecha. - Tô te achando tão magrinha. Ela não tá magra Mia?

- Parece um palito!

- Eu tava no hospital né...

- É, mas agora tá em casa! - Minha mãe diz.

- Isso! Você precisar comer!

- Recuperar suas forças.

- Eu sei mas...

- Vem comer! - Sil nos chama e elas entrelaçam seus braços nos meus, uma de cada lado.

Ok, como se já não bastasse uma mãe doida e superprotera na minha vida, agora tenho duas.

Me sento na mesa com certa dificuldade e todos fazem o mesmo logo em seguida. Lud se senta ao meu lado me dando um beijo casto. Ela começa a me servir e todos já engatam uma conversa animada. Eu amava o fato da minha família ser incrivelmente animada. Poderia acontecer o que fosse, todos estaríamos juntos tentando passar pelas dificuldades com a maior alegria do mundo. Eu me sentia completamente abençoada por tê-los em minha vida.

O almoço seguiu muito bem. Renatão e meu pai se entendiam tão bem que quase pareciam a mesma pessoa, os dois logo trataram de engatar em uma série de piadas de tiozão fazendo todos reviraram os olhos com o humor duvidoso. Sil e Mia tentavam manter a pose mas não conseguiam segurar o riso por muito tempo. Meus cunhados, como sempre, ficaram se engalfinhando o tempo todo e Brunno se divertia às suas custas. Lud permaneceu quieta o almoço todo, parecia distante e pensativa. Dava pra notar que algo a incomodava mas eu não iria confronta-la naquele momento.

Depois de passarem a tarde toda em nossa casa, aos poucos, todos foram indo embora. Eu já estava um pouco cansada e o efeito dos remédios foram se dissipando.

Depois de me despedir de cada um deles resolvi sentar um pouco no sofá. Lud havia os acompanhado e mal percebi quendo ela voltou. Subo as escadas com certa dificuldade mas sem muita dor, assim que chego no quarto vejo ela saindo do banheiro. Minha mulher levou um susto quando me vê e vem até mim na mesma hora.

- Brunna! Tá doida?! Subiu sozinha?

- Eu tô bem amor...

- Não! Você não pode fazer esforço!

- Não era esforço, era só uma escada.

Ela me encara com um olhar de reprovação e eu me rendo. Sussurro um desculpa e ela somente beija o topo de minha cabeça me ajudando a deitar na cama. Reparei que minha mulher ainda tinha aquela expressão preocupada e aquilo já estava começando a me incomodar.

K A R M A - Poder e Ganância [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora