[7] bengot castle

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Jimin arregalou seus olhos daquela bela e incomum tonalidade violeta, assim que observou o porto de Bengot se aproximando.

O ômega ficou totalmente nervoso quando se deu conta da grandiosidade do lugar, onde haviam vários navios e barcos menores parando e descendo com mercadorias, como peixes e frutas.

A estrutura do lugar era feita especificamente para os navios pararem para descerem com cargas e passageiros, mas Jimin nunca havia visto nada daquele tamanho, até porque nem mesmo chegara perto do porto na sua terra natal. Mal saía de dentro do castelo, quem dirá passar pelos muros e chegar até a praia.

—Âncora! —Ouviu uma voz ao longe, assim que o navio parou a beira mar.

Todos estavam agitados, andando de um lado a outro, puxando velas e cordas e pegando suas coisas para a hospedagem de uma semana no castelo de Bengot. Foi assim a manhã toda, todos agitados com tudo o que tinham que fazer, cargas que tinham que trazer e negócios que haviam de fechar uns com os outros.

Alguns alfas ficariam por ali, outros iriam para Trent. Pelo que Jimin havia entendido, muitos soldados que lutaram ao lado do clã Gold, eram de Bengot, mas John Bengot era líder de um clã menor e vassalo ao clã Gold a mais de cem anos! O clã Fine era muito fiél a Jeon Jungkook e sua família.

—Vamos, criança? —Jimin levou um pequeno susto ao ouvir a voz do pequeno e franzino beta que estava ao seu lado com um sorriso adorável e cheio de janelas. —Ora, eu te assustei? Mil perdões querido, eu sou um velho desprovido de limites muitas vezes, hehehe!

Jimin sorriu para ele, um tanto tímido.

—Está tudo bem, só estou aqui pensando um pouco. —Ele murmurou, as mãozinhas suadas apertando a grade enquanto sentia a brisa gostosa do mar. —Quando todos estão agitados assim e eu não tenho o senhor ou Taehyung por perto... me sinto ainda mais deslocado, e nunca sei o que fazer.

A verdade era que Jimin era muito inseguro com tudo e com todos. Ficava constantemente constrangido com coisas pequenas como o simples fato de estarem olhando diretamente para ele, sempre se sentia feio, inferior ou achava que estava incomodando de alguma forma e que não era bem-vindo. Ou que as pessoas só fingiam que gostavam de si porque o senhor Jeon obrigou-as a suportá-lo, era sempre muito desgastante.

O senhor Shin olhou-o com um carinho muito nítido, e aquilo foi muito confortante para o ômega.

—As vezes fico pensando o que se passa nessa sua cabecinha confusa, criança. —Ele disse, com um sorriso compreensivo. —Não consigo imaginar o sofrimento de ser criado como você foi, não é justo! E além de tudo isso, ainda há o trauma que deve ter sofrido naquele terrível casamento, oh isso me mata por dentro.

Jimin sentiu a garganta fechar ao pensar em seu pai, os olhos marejaram um pouco, mas ele piscou várias vezes para espantas as lágrimas intrusas.

—Ah... eu prefiro não pensar muito nisso, sabe. —Disse baixinho, olhando para suas mãos. —Me faz muito, muito mal.

O pequeno beta levou suas duas mãos até o rosto do ômega, segurando suas bochechas com as mãos um tanto ásperas de trabalhar com cozinha.

—Então não pense! —Disse. —Vamos mudar de assunto enquanto arrumas suas coisas, o senhor Jeon pediu para todos estarmos prontos na praia dentro de vinte minutos, e ele não gosta de atrasos. Melhor irmos, não é mesmo?

E então, o beta puxou delicadamente o ômega para sair de perto da grade e acompanhá-lo.

—Mas eu não tenho nada meu para arrumar, tudo o que tenho usado são coisas emprestadas. —Ele murmurou, tímido. Isso era algo que o incomodava muito, estava usando diversas roupas emprestadas de outras pessoas, com cheiros diversos, roupas que iam muito distantes daquilo que ele costumava usar. Jimin não usava calças, camisetas e botas como agora, normalmente usava mantos como todos os ômegas do seu clã.

KALEIDOSCOPE • Jikook [abo]Onde histórias criam vida. Descubra agora