Tudo era púrpura da mesma tonalidade do seu olhar.
Marcante, único, inesquecível.
Jimin sentia que aquele era o seu lar, porque nada mais cheirava à casa do que aquele belo campo florido e repleto de amor.
Aquele era o seu lugar, sentia isso do fundo da sua alma.
E toda vez que olhava para os dois alfas correndo no campo repleto de flores roxas, Jimin sentia amor lhe preenchendo o peito com toda a força do seu ser.
E havia mais... havia outro ômega e mais um alfa. Jimin queria muito saber quem eram aquelas outras crianças, e porque parecia que os conhecia com a palma de suas mãos.
O alfa loiro que sempre aparecia em seus sonhos, veio todo sorridente até onde estava, abraçando-o com intimidade e carinho.
—Você já imaginou nunca mais sentir esse cheiro? —Ele murmurou, enquanto observava o belo campo, todo florido com flores de uma única cor. —Que triste seria.
—Não consigo imaginar como seria. —Jimin se ouviu dizer. Sua voz soando infantil.
—Seria como estar longe de casa, distante da sua essência, distante de ser quem você é.
Jimin observou o rosto infantil do garoto loiro ao seu lado, o alfinha parecia pensativo.
—Eu... e-eu não quero perder tudo isso. —O ômega admitiu.
Então o pequenino alfa olhou para Jimin, acariciando carinhosamente o seu rosto.
—Sempre que sentir medo de perder a si mesmo, lembre das nossas flores. —Disse-lhe. —Sempre que se lembrar delas, você saberá como voltar para casa.
E aos poucos o rosto do alfa foi ficando mais nítido. E quanto mais nítido ficava, mais desesperador era para Jimin não saber quem ele era, mesmo tendo a completa certeza de tamanha importância dele em sua vida.
—Hyung...
—Tudo ficará bem quando você lembrar das nossas flores... —Sussurrou, olhando em seus olhos. —Lembre-se delas, lembre-se de nós.
Jimin acordou mais uma vez no meio da noite depois de um sonho confuso, só que dessa vez não havia angústia ou desespero, havia apenas sossego e um sentimento estranho e nostálgico.
Como se o garotinho loiro do seu sonho estivesse tentando tranquilizá-lo.
E apesar de tudo o que estava vivendo, agora seu coração parecia em paz.
(...)
No dia seguinte, não foi tão difícil sair do quarto quanto no dia anterior.
Taehyung foi até lá em pessoa para buscá-lo, levando-o para tomar o café da manhã em outro lugar que não fosse seu quarto.
—Sei que aproveitou seu tempo com sr. Shin ontem. —O outro ômega disse, enquanto eles caminhavam tranquilamente pelo longo corredor de quartos. —Foi divertido fazer biscoitos?
Jimin sorriu levemente, assentindo. Adorara passar algumas horas na companhia daquele beta, e ouvir tudo o que ele tinha a ensinar, tudo o que ele podia lhe aconselhar.
—O sr. Shin é encantador.
—Ah, ele é. —Taehyung disse-lhe. —Fico feliz que tenham se dado bem.
—Nós nos damos muito bem.
Taehyung olhou para Jimin com um sorriso. Estava sentindo um carinho grande e bastante estranho por aquele ômega, como se o fato de ele estar bem e longe de Adam Carpentier fizesse bem a si mesmo também.

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KALEIDOSCOPE • Jikook [abo]
FanfictionPark Jimin nunca havia visto nada além do que seu pai permitia dentro dos muros altos do castelo. Então, quando a cerimônia do seu casamento é invadida pelo maior inimigo do seu pai e do seu noivo, a última coisa que aquele ômega esperava era se apa...