CAP 3-Carolina

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É escusado dizer que fiquei sem jeito o resto da tarde ao saber que Guilherme, irmão da Lara, ía ficar connosco. Fiquei praticamente o resto da tarde calada devido à sua presença,mas tudo correu bem na mesma.

-Está tudo bem filha?-saí dos meus pensamentos assim que ouvi a voz doce da minha mãe.

-Sim mãe-assenti olhando pela janela.

-Tu andas estranha querida-a minha mãe estacionou o carro na garagem de casa-andas muito calada, já nem pareces a mesma menina cheia de vida e alegria que eu sempre conheci.

-Deve ser só impressão tua-olhei nos seus grandes olhos verdes.

-Não é impressão minha, mas vou respeitar o facto de não quereres falar-ela pegou na minha mão e sorriu-estarei sempre aqui para o que precisares meu amor.

-Eu sei mãe-sorri beijando a sua bochecha e saímos do carro entrando em casa.

Assim que vi o meu pai, que estava de costas e ao telemóvel, atirei-me para as suas costas ficando pendurada nele fazendo a minha mãe rir e ao meu pai também.

-Sim, sim-o meu pai falou-fica assim combinado então-e desligou a chamada.

-Olá paizinho-beijei a sua bochecha ainda pendurada nele.

-O que me vais pedir?-ele olhou para mim desconfiado.

-Que insulto para com a minha pessoa-fiz cara de indignada descendo das suas costas-que ultraje.

Os meus pais gargalharam com a minha encenação.

-Queria muito pizza para o jantar-juntei as mãos implorando-estou com muitos desejos e já não comemos pizza há uma eternidade-olhei para os meus pais e tentei fazer olhinhos de cachorrinho-por favor?!

Eles fizeram-se pensativos e acabaram por aceitar.

-Estás com sorte-a minha mãe falou-somos duas a ter desejos.

Ela piscou-me o olho e sorriu.

-Tu estás grávida?-olhei para ela confusa.

-Não-ela negou sorrindo fraca.

-Desculpa-ajudei a minha mãe a preparar a mesa para o nosso jantar enquanto o meu pai foi buscar as pizzas para o jantar.

-Hey, está tudo bem-ela sorriu-não te preocupes, sim?

-Eu preocupo-me contigo sim-encolhi os ombros-és minha mãe e eu gosto muito de ti, não gosto de te ver triste.

-Mas eu não estou triste-ela sorriu e ambas nos sentamos de frente uma para a outra-eu já tenho uma filha maravilhosa e que eu amo muito-ela tocou no meu nariz-eu voltaria a fazer tudo de novo só para te ter aqui comigo.

-Mesmo que eu não seja como tu?-olhei para ela.

-Como eu?-ela ficou confusa.

-Um lobo-mordi o lábio.

-Mesmo assim-ela sorriu carinhosa-isso é só um acréscimo-encolheu os ombros.

-Ainda bem-assenti.

Olhei para ela e o meu sorriso desapareceu quando aqueles pensamentos voltaram outra vez. Ultimamente tenho pensado muito nos meus pais biológicos e apesar de não saber quem são eu queria saber mais e mais sobre eles e o porquê de me terem abandonado.

-Em quê que tanto pensas?-a minha mãe apoiou o queixo na sua mão.

-Não ficas chateada comigo?-olhei nos seus olhos.

-Porque haveria de me chatear contigo?

-Porque eu tenho pensado muito nos meus pais biológicos-olhei para ela que logo levantou a cabeça.

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