CAP 9-Carolina

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-Vocês o quê?-encolhi-me assim que a minha melhor amiga gritou assim que lhe contei o que se andava a passar entre mim e o seu irmão nestes últimos dias.

-Fala baixo Lara-olhei para todo o lado para me certificar de que ninguém estava ali para nos ouvir-queres que toda a gente fique a saber?

-Desculpa, mas...-ela olhou para mim ainda incrédula-sempre vi o meu irmão como um mulherengo, mas beijar adolescentes?! Isso para mim ainda está a ser uma novidade Carol-ela ficou um pouco pensativa-tu gostas dele Carol?

-Não-neguei muito rapidamente-quer dizer...-é isso? Eu estou apaixonada pelo irmão da minha melhor amiga? Isso é impossível, certo? eu não sei Lara-neguei-eu estou tão confusa.

-Acho que deviam de conversar sobre o que se está a passar entre os dois-ela sorriu-e se realmente isso der certo eu ficarei muito feliz por seres a minha melhor amiga e cunhada ehehehe-ela bateu palminhas como uma criança toda contente-e serei a madrinha dos vossos filhos mais feliz.

-Sua estúpida-empurrei-a na brincadeira-mas por favor mantém segredo.

-Serei um túmulo-ela fez cara feia.

-Obrigada-abracei-a.

(...)

Os quatro dias de eu ficar em casa da Lara já tinham passado e, então, eu voltei para minha casa. E falando em minha casa, eu e a minha mãe não temos falado muito desde a nossa discussão em casa dos pais da Lara e eu não a censuro, estamos as duas magoadas uma com a outra.

Hoje era mais um longo dia de aulas e eu estava no carro com a minha mãe no caminho para a escola e depois de muito pensar decidi que aquele seria o momento certo para falar com ela e lhe pedir desculpa pela minha infantilidade de há uns dias atrás. Uma de nós teria de deixar o orgulho para trás e ser a primeira a dar o primeiro passo.

-Mãe?!-chamei-a continuando a olhar para o vidro ao meu lado-eu queria falar contigo sobre.

-Mas o que...-olhei para ela assim que senti o carro abrandar e por fim parar.

Olhei para a estrada e ainda não tínhamos chegado à escola, então, olhei melhor e vi um grande veado em pleno chão da estrada. Olhei para a minha mãe preocupada e os seus olhos automaticamente ficaram amarelos. Voltei a olhar outra vez para a estrada à minha frente e o mesmo lobo de pêlos pretos estava diante de nós.

Olhei para a minha mãe quando esta tirou o seu cinto de segurança e fez menção de sair do carro.

-O que pensas que estás a fazer?-olhei para ela assustada.

-Tranca as portas do carro quando eu sair.

-Mãe...-ela não me deixou falar.

Ela saíra do carro e eu fiz o que ela mandara e tranquei o carro. Ela aproximou-se daquele lobo que logo se transformou num homem de grande porte e com cicatrizes no rosto. Eles falavam de algo, mas eu não conseguia perceber o que era, mas as suas caras eram sérias.
Peguei no telemóvel e mandei uma mensagem ao meu pai a dizer onde estávamos e o que estava a acontecer, mas quando levantei a cabeça vi o que nenhum filho gostaria de ver à sua frente. A minha mãe cai no chão e eu noto sangue nas mãos daquele homem

-NÃOOOO-gritei com lágrimas no rosto.

Tirei uma das facas que o meu pai me deu quando fiz 16 anos para eu me defender se algum lobo me tentasse atacar. Eram facas de prata, o ponto fraco dos lobos. Abri as portas do carro e saí do mesmo aproximando-me dele.

-O que é que tu lhe fizeste?-olhei para o corpo da minha mãe.

Ele rosnou e veio na minha direção. Eu desviei-me e ainda consegui raspar um pouco do seu braço com a faca.
Aproveitei que ele estava distraído para me aproximar da minha mãe.

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