Acordei com os raios de luz a baterem-me na cara e bufei assim que notei que não conseguiria voltar a adormecer. Sentei-me na cama encostada às minhas almofadas com alguma dificuldade e suspirei.
Ouvi um barulho na porta e quando levantei a cabeça sorri ao ver a minha mãe com um tabuleiro com o meu café da manhã.
-Bom dia meu amor-a minha mãe sorriu aproximando-se de mim-como te sentes hoje?
-Bom dia mãe-sorri quando ela pousou o tabuleiro no meu colo-estou melhor obrigada.
-E novidades?-a minha mãe sentou-se ao meu lado.
-Como assim?-bebi um pouco do sumo de laranja natural que a minha mãe trouxera.
-Guilherme-bastou ouvir o seu nome para automaticamente um sorriso se abrir no meu rosto.
-O que queres saber?-levantei uma sobrancelha olhando nos seus olhos.
-Não sei-ela encolheu os ombros.
-Nós somos amigos-falei comendo um pouco do bolo de cenoura que eu tanto gosto.
Agora que ouvi as minhas próprias palavras aquilo não fazia sentido, quer dizer, eu e o Guilherme somos amigos, mas eu queria ser mais do que uma simples amiga do Guilherme e, de facto, não houve nenhum pedido, então, somos só amigos.
Será que ele não quer avançar com a nossa relação? Será que ele acha que eu ainda sou demasiado criança para ele? Ou será que ele não me quer assumir?
-Mas tu querias ser mais do que uma amiga, não é?-a minha mãe colocou uma mecha do cabelo atrás da minha orelha.
Eu olhei para ela e sorri tímida. Pousei a minha cabeça no seu ombro e suspirei.
-Ele ama-te filha-ela acariciou a minha bochecha.
-Como sabes?-olhei para ela curiosa.
-Uma mãe nunca se engana-ela encolheu os ombros rindo e fazendo-me rir também.
Uns dias mais tarde...
Estávamos a ter a última aula, aula de desporto, e estávamos a jogar volleyball quando senti todo o meu corpo ser projetado para o chão e eu caí em cima de alguém.
Quando levantei os meus olhos reparei que caíra por cima de Matt e ambos rimos com o sucedido. Embora Matt nutra sentimentos por mim, nós já esclarecemos um com o outro que a nossa relação não ía passar mais do que a amizade.-Desculpa, não te vi-ele levantou-se do chão e ajudou-me logo a seguir.
-Obrigada-sorri.
-Acho que é melhor ires à enfermaria da escola-ele fez cara feia.
-Porquê?-olhei para ele confusa.
Ele apontou para o meu joelho direito e quando eu olhei vi que tinha um pequeno corte que sangrava.
-É melhor-ri para ele-obrigada mais uma vez-abracei-o.
Virei costas e fui ao encontro de Guilherme que não estava com uma boa cara e eu não percebi o porquê.
-Professor?-olhei para ele-será que posso ir à enfermaria?
-Sim-ele respondeu sem me olhar e logo saiu dali entrando em campo para dizer algo a uma das equipas que jogavam.
Fiquei ali durante uns segundos sem perceber o que eu lhe fizera para ele me ter tratado assim. Saí dos meus pensamentos e fui até à enfermaria, mas quando lá cheguei não tinha nenhuma enfermeira, então, eu peguei naquilo que eu precisava para desinfetar o corte e coloquei um curativo. É, não me perguntem, mas eu até tenho jeito para estas coisas. Eu quero mesmo ser médica no futuro.
Saí de lá e caminhei pelos corredores vazios da escola e respirei fundo enquanto pensava no Guilherme, mas logo despertei quando fui contra alguém. Levantei os meus olhos e sorri ao ver que era a minha mãe apressada e corada.

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Ensina-me
WerewolfCarolina tinha apenas 16 anos quando descobriu que estava apaixonada pelo irmão da sua melhor amiga, mas o que ela não sabia eram as consequências que esse amor traria para o seu futuro...ou era assim que ela pensava. Ela era adotada e por uma famíl...