Ensina-me

CAP 8-Guilherme

Eu não acredito no que acabei de fazer. Eu beijei a melhor amiga da minha irmã e ainda por cima ela só tem 16 anos apenas.

-O que é que eu fiz?-passei as mãos pelos meus cabelos e puxei-os levemente.

Olhei para cima e apreciei a beleza da lua, mas aqueles seus olhos azuis invadiram mais uma vez os meus pensamentos.

O que é que eu ando a fazer? Eu não me posso deixar levar por uns simples olhos azuis de uma bela morena e...

-Merda-levantei-me e fui para dentro.

Encontrei todos a sentarem-se à mesa para jantar e eu logo fiz o mesmo e quando levantei os meus olhos aquela morena estava mesmo ali, à minha frente a sorrir para a sua melhor amiga ao seu lado. Como é possível eu estar a sentir isto e eu nem sei o que é isto que estou a sentir.

Saí dos meus pensamentos quando a minha mãe tocou no meu braço. Levantei a cabeça para encara-la e notei no seu sorriso carinhoso.

-Está tudo bem meu querido?-eu adoro a minha mãe.

-Sim-foi a minha resposta.

-Andas um pouco perdido em pensamentos ultimamente-ela sorriu ainda mais.

-Trabalho-encolhi os ombros.

-Hummm ummm-ela riu-talvez, só talvez já não achaste a tua companheira?

Eu olhei para Carolina que estava distraída a tirar um pouco de comida do prato da minha irmã e sorri um pouco, mas logo desfiz o meu sorriso.

-Não-neguei.

A minha mãe olhou por uns breves segundos para a Carolina e depois voltou a olhar para mim.

-Independentemente de quem ela seja, sê um bom homem sim?-ela apertou a minha mão.

-Serei-confirmei.

O jantar estava ótimo e a correr bem, mas sempre me distraía naquele azul intenso à minha frente. Eu não estava apaixonado pela Carolina, ainda por cima ela era somente uma criança e nunca, mas nunca me iria apaixonar por ela e duvido que ela se fosse apaixonar por mim também, não que isso me interessasse porque nunca irei ter algo com ela. Ela é somente uma criança, uma criança.

Mais uma vez saí dos meus pensamentos com a conversa que aquelas duas adolescentes estavam a ter somente entre as duas.

-O que achas do Matt?-Carolina perguntou à minha irmã.

-Nada de especial sinceramente-Lara encolheu os ombros.

-Hummm ummm.

-Não me digas que estás apaixonada por ele?-Lara olhou de olhos arregalados para a amiga.

Olhei para Carolina à espera da sua demorada resposta. Será que ela gosta mesmo desse tal de Matt? E quem será esse Matt? E porque elas estão a falar desse rapaz?
Fechei os meus punhos e arqueei as sobrancelhas. Será que esse Matt gosta da Carolina? Será que ele tem interesse nela? Será que ele já tentou algo com ela? Esse pensamento fez com que eu fechasse ainda mais os punhos e me controlasse para não ir atrás desse tal de Matt e mostrar-lhe para não se meter com nenhuma das miúdas à minha frente.

-Ew Lara-Carolina falou com nojo-não, achas? Eu não gosto dele assim. Ele é só meu amigo, nada mais.

-Eu sei sua tontinha-ambas riram.

Eu já estava farto de estar ali a ouvir aquelas parvoíces e conversas de adolescentes estúpidas. Eu tinha de me ir aliviar e rápido.

-Bem, eu tenho de sair-falei já me levantando-com licença.

-Onde vais filho?-a minha mãe perguntou desconfiada-ainda não serviram a sobremesa e...

-Não tenho muita fome mãe-beijei a sua testa-tenho mesmo de ir.

-Mas já?-ela ficou um pouco triste.

-Tenho de ir ter com a minha companheira-falei a primeira coisa que me veio à cabeça.

-O quê?-os meus pais falaram ao mesmo tempo incrédulos.

Olhei deles para Carolina e notei a sua cara horrorizada. Senti-me mal por tê-la metido nisto, mas foi o que me lembrei assim de repente.

Senti-me péssimo e não sei porquê.

Saí de casa, arranquei com o carro e acelerei até à boate mais próxima e que eu tanto conhecia. Estacionei o carro, entrei na boate e dirigi-me ao bar pedindo uma bebida bem forte. Só queria afastar todos aqueles pensamentos da minha cabeça.

-Por aqui Alpha?-ouvi uma voz conhecida.

-Boa noite para ti também Milena-falei sem olhar para ela.

-Estamos muito alterados hoje-ela riu sentando-se ao meu lado.

-Não estou com paciência para te aturar a ti e aos teus filmes.

-Acho que podíamos resolver isso-ela colocou a sua mão no meu ombro.

-Não serás capaz de resolver o meu problema-tirei a sua mão de cima de mim.

-Nunca te queixaste-ela sorriu colocando-se quase em cima de mim.

-Isso era antes-revirei os olhos.

-Espera...-ela pensou rindo alto-não me digas que o Alpha encontrou a sua companheira-ela riu ainda mais.

-Não digas disparates Milena-pedi o terceiro copo daquela bebida amarga e forte.

-Encontraste-a sim-ela riu alto mais uma vez.

-Cala-te-agarrei no seu braço.

-Não me digas que ela não te dá atenção-falou manhosa-uau, pela primeira vez que uma mulher não dá atenção ao nosso tão grandioso Alpha.

Aquela mulher estava a enervar-me profundamente.

-Estás a perder os teus dotes meu querido Alpha-ela riu e virou costas, mas antes que ela se fosse embora eu agarrei no seu braço e virei-a de frente para mim, puxei-a para os meus braços e beijei-a.

Agarrei nos seus cabelos e puxei a sua boca mais para a minha e os seus olhos grandes e azuis estavam à minha frente e eu automaticamente sorri. Agarrei na sua cintura e juntei o seu corpo ao meu e...e...esperem,eu disse olhos azuis?!

Afastei-me daquela mulher à minha frente e quando finalmente acordei do meu transe reparei que a mulher à minha frente não tinha os olhos azuis da minha menina, mas sim uns olhos castanhos de mulher que dá para qualquer um.

-Acho que já chega de beber por hoje-abanei a cabeça.

Paguei o que consumi e saí dali seguindo até casa dos meus pais. Estacionei o carro em frente a casa de qualquer das maneiras e entrei na mesma. Estava tudo escuro, exceto uma pequena luz que vinha da sala de estar. Fui em direção à mesma e quando entrei reparei que lá se encontravam os meus pais, a Lara, a Carolina e os seus pais também.

-Ainda bem que já chegaste filho-o meu pai começou, mas eu não o deixei terminar.

-Preciso de falar contigo-aproximei-me da Carolina e puxei-a para fora da sala de estar e entramos na sala de jantar.

Encostei-a à parede agarrando nos seus cabelos e na sua cintura e beijei aqueles seus lábios carnudos, afundando a minha língua na sua boca onde explorei cada canto da mesma. Senti as suas mãos no meu peito, subindo para os meus cabelos e puxando-os de leve.
Paramos o nosso beijo por falta de ar e olhamos nos olhos um do outro e sorrimos.

-É melhor eu ir dormir-ela deu um passo atrás e virou costas subindo as escadas a correr.

Passei as mãos pelos cabelos e fiquei uns segundos, ou minutos talvez, a olhar para o nada com tanta coisa na cabeça que nem sabia no que pensar ou no que não devia pensar.

Saí do meu transe e subi até ao meu quarto onde me atirei para a minha cama e só me lembro de ter adormecido logo de seguida.