CAP 36-Carolina

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Passaram duas semanas desde que Guilherme recebera aquele telefonema e apesar de às vezes ele ter de sair de casa à pressa por causa de algum acontecimento relacionado com esses tais lobos exilados, estava tudo tranquilo até então.

-Como está a minha menina esta manhã?-Guilherme beijou o meu pescoço assim que acordou.

-Hummm...-espreguicei-me-muito bem, mas com uma enorme vontade de ficar em casa, na nossa cama, agarradinha a ti-olhei para ele que sorriu manhoso.

-Posso realizar os teus desejos minha menina-ele agarrou nos meus cabelos e beijou-me.

Afastei os lençóis dos nossos corpos e sentei-me em cima dele com as mãos apoiadas no seu peito. Olhamos nos olhos um do outro e sorrimos cúmplices. Aproximei a minha boca da sua e beijei-o com pressa.

-Isso são tudo saudades?-Guilherme riu.

-Eu estou cheia de vontade de te ter dentro de mim Gui-tirei a minha camisa de dormir ficando apenas com a minha calcinha-faz amor comigo, agora.

-Tens a certeza que já estás melhor?-ele olhou para mim preocupado-não quero que te sintas mal outra vez por causa de...

-Eu já estou ótima-assenti tirando a sua cueca boxer e nem um segundo caí de boca no seu membro.

-Ahhh Carol...-Gui gemeu agarrando nos meus cabelos-ahhhh...

Nem trinta segundos e aquele louco desfez-se num orgasmo.

-Vais arrepender-te sua louca-ele agarrou no meu corpo e puxou-me até à beira da cama colocando-me de quatro e rasgando a minha calcinha.

-Gui...-sorri.

-Vais arrepender-te Carol-ele deu uma palmada no meu rabo.

Passamos boa parte da manhã a fazer amor e quando saímos do quarto já arranjados para o trabalho, os miúdos já não se encontravam em casa.

Fiz o nosso pequeno almoço e logo nos despedimos indo cada um para o seu local de trabalho.

(...)

O resto do dia passou tão rápido que só me dei conta das horas quando Lili, uma colega de trabalho veio ao meu gabinete desejar-me uma boa noite. Olhei para o meu computador e notei que já passavam das 20h00 horas da noite. Tratei de arrumar os documentos em cima da minha secretária e desligar o computador e logo peguei no meu casaco e mala e saí do hospital.

Fui direta ao estacionamento privado do hospital e quando estava prestes a entrar no carro senti algum movimento atrás de mim, mas quando olhei não vi ninguém. Encolhi os ombros, abri a porta do carro e coloquei as minhas coisas no banco do passageiro, mas quando ía a entrar no lugar do condutor senti umas mãos grandes e fortes me agarrarem e puxarem para trás com toda a força. Quando levantei a cabeça e vi quem era sorri mais descansada.

-Ah Matt...-suspirei mais calma-assustaste-me.

Ele olhava sério para mim e eu fiquei um pouco confusa com a sua atitude.

-O que se passa?-franzi a sobrancelha.

-Desculpa Lara-ele aproximou-se de mim e agarrou os meus braços.

-Desculpa?-fiquei ainda mais confusa-pelo quê?

-Por isto-ele puxou-me para os seus braços e beijou-me.

Tentei afastá-lo, mas ele fazia muita força, fazendo os nossos corpos ficarem colados um no outro.

Senti as suas mãos pelo meu corpo e senti um arrepio percorrer por todo ele. Numa das suas mãos apareceram garras rasgando uma pequena parte do meu vestido, a sua outra mãos agarrou o meu pescoço com alguma força fazendo-nos olhar nos olhos um do outro.

-O que se passa contigo Matt?-olhei para ele assustada.

-Passei anos ao teu lado para que olhasses para mim como mais do que teu amigo Carolina-ele arranhou um dos meus braços lentamente-estive do teu lado todos estes anos para que te sentisses atraída por mim, para que gostasses de mim e tu sempre pensaste naquele idiota.

Após as suas palavras ele empurrou-me para longe. Ele andou de um lado para o outro passando as mãos pelos cabelos totalmente nervoso e descontrolado.

-É melhor acalmares Matt-falei totalmente nervosa.

-Calma?!-ele parou e olhou para mim com os seus olhos bem pretos-não me peças calma Carolina. Tu és uma estúpida...Sempre te quis como minha mulher, mas aquele imbecil teve de aparecer e estragar tudo. Ele era teu professor Carolina, era mais velho que tu e deixaste-o entrar na tua calcinha tão facilmente e...

-Não te atrevas a continuar-bati-lhe com tanta força eu tinha naquele momento-eu odeio-te Matt-respirei fundo e olhei nos seus olhos-eras meu amigo e eu prezava a nossa amizade, mas agora?! Agora quero-te bem longe de mim e nunca mais voltes a tocar-me e...

-Tarde demais-ele agarrou-me num braço e apertou-o com força-vais ser minha mesmo que não queiras e fodasse para o teu estúpido Alfa.

-Não eras capaz...-olhei para ele incrédula e assustada ao mesmo tempo.

-É o que nós vamos ver-ele atirou-me para dentro do carro e sentou-se ao meu lado-agora vais fazer tudo o que eu mandar ou não responsabilizar-me-ei pelo o que te possa acontecer.

Vi as suas garras se aproximarem de mim e engoli em seco.

-Vais seguir todas as direções que eu te der e vais levar-nos até lá-ele falou seco e rude.

-Para onde?-respirei fundo.

-Quando chegarmos irás ver com os teus próprios olhos.

-Mas...

-As tuas crias estão ansiosas por verem a mamã-ele levantou uma sobrancelha rindo de lado.

-Os miúdos?-olhei para ele ainda mais assustada-por favor...

-Agora...-ele olhou nos meus olhos sério-é melhor despachares se quiseres chegar a tempo.

Senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto freneticamente. Sentia cada lágrima cair no decote do meu vestido de tão pesadas que estavam.

Não hesitei em dar partida assim que Matt me deu as coordenadas para onde ir.
Todo o caminho foi feito em completo silêncio, somente o som do meu fungar se fazia ouvir.

Eu só conseguia pensar nos meus filhos e no que poderia estar a acontecer com eles?

Será que eles estavam bem?

Será que aconteceu alguma coisa com eles?

Ai meu deus, o meu coração sangra só de pensar no pior.

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