CAP 27-Guilherme

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Assim que peguei no corpo de Carolina nos meus braços eu sabia que estava a correr contra o tempo, eu estava a perdê-la. Eu não podia perdê-la, eu prometi a mim mesmo que nunca iria deixar que nada nem ninguém a magoasse e eu falhei, mas eu vou ter de remendar o meu erro. Bastou uma pequena distração para que a magoassem, como eu pude ser tão estúpido? Eu só tinha um único dever e falhei completamente.

Estúpido estúpido estúpido.

Assim que vi o estado de Carolina, decidi levá-la até casa da minha mãe, ela de certeza que saberia o que fazer nesta situação. Assim que cheguei lá, os miúdos correram à frente para abrirem a porta e chamarem pela avó enquanto eu pegava no corpo de Carolina e a tirava do carro. Entrei em casa e logo a minha mãe e a minha irmã vieram a correr na minha direção.

-O que aconteceu?-perguntaram assustadas.

-O que lhe fizeste?-Lara olhou para mim chorando.

-Acho que me podes bater, agredir, atacar e chamar todos os nomes que quiseres depois, agora por favor preciso que me ajudem com ela-olhei sério para a minha irmã e depois olhei para a minha mãe.

-Leva-a para um dos quartos, eu preciso de ligar para a Beatriz-a minha mãe passou as mãos pelos seus cabelos e depois olhou de Carolina para mim-acho que está na hora Guilherme.

-Mãe-tentei falar, mas ela não me deixou.

-Leva-a para o quarto por favor-ela virou costas e logo pegou no telemóvel.

Eu fiz o que ela dissera e subi as escadas com Carolina nos meus braços. Entrei no meu antigo quarto de quando era mais novo e coloquei o seu corpo no meio da cama. Afastei alguns cabelos do seu rosto e pescoço e passei os meus dedos trémulos pelo seu rosto sem saber se ela iria sair desta.

-Pai?-olhei para trás ao ouvir a voz do Lourenço.

-A mãe vai ficar bem, não é?-foi a vez de Salvador.

Voltei a olhar para o rosto sereno de Carolina e baixei a cabeça enquanto limpava um lágrima que resolvera escorrer pelo meu rosto.

-Ela vai ficar bem-falei sem tirar os olhos dela.

-Oh meu Deus-saí do meu transe quando ouvi a voz de Beatriz no quarto e afastei-me de Carolina quando Bea parou junto do corpo da filha-o que é que lhe fizeram?-ela olhou para mim lavada em lágrimas-porquê Guilherme?

-A culpa foi minha Bea-senti um nó na minha garganta.

-Pára Guilherme-vi a minha mãe e Lara entrarem no quarto também-pára de te culpar por tudo de mal que aconteça com ela-ela aproximou-se de mim e pegou na minha mão-não tiveste culpa.

-Mas eu prometi que a protegia e não consegui e...

-Então fá-lo agora-ela sorriu apertando as minhas mãos nas suas-ainda o podes fazer.

-Como?-olhei para ela confusa.

Ela e a minha mãe entreolharam-se e eu fiquei ainda mais confuso com aquilo.

-Marca-a-a minha mãe falou-morde-a e torna-a de uma vez por todas como tua companheira.

-Tu és louca?-olhei assustado para ela-eu não o vou fazer, nem penses nisso.

-Mas é a única maneira de a salvar-Bea olhou para mim suplicando.

-Ela nunca quis isso Bea-olhei para o seu corpo na cama-eu prometi-lhe que nunca o faria sem a sua permissão, eu não posso.

-Mas ela precisa de ti agora Gui-Lara aproximou-se de mim e olhou-me nos olhos.

-Eu não...-passei as mãos pelos cabelos num ato de nervosismo.

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