CAP 22-Carolina

852 59 6
                                        

Depois de sair da casa dos meus pais voltei para a minha casa onde fui direta à cozinha e peguei numa maçã para comer. Pousei o meu casaco e mala em cima do balcão da cozinha e sentei-me num dos bancos altos distraída com a minha maçã quando me assusto com a porta da entrada bater com força. Larguei a maçã e saí apressada da cozinha e quando vejo quem era o meu coração descansou um pouco mais ao me deparar com os meus filhos, mas ao mesmo tempo fiquei preocupada quando vi que ambos estavam alterados, principalmente Salvador. Olhei para Lara à espera de uma explicação para tudo daquilo e ela baixou a cabeça.

-Está tudo bem?-olhei para os dois.

-Eu vou para o meu quarto-Salvador passou por mim e subiu as escadas a correr.

-O que se passou com vocês?-olhei desta vez para Lourenço.

-É melhor eu ir ver como ele está-ele beijou a minha testa e subiu as escadas também.

-Podes explicar-me o que aconteceu para deixar os meus filhos assim tão perturbados que...

-Guilherme-o seu nome.

Ela apenas disse o seu nome e isso bastou para que eu me alterasse também. Fui até à sala de estar e sentei-me no sofá passando as mãos pela cara.

-Eles descobriram, não foi?-olhei para a minha melhor amiga que se sentara ao meu lado e me abraçou.

-Era inevitável descobrirem, eles são iguais ao pai-Lara sorriu limpando uma lágrima do meu rosto que eu até então não tinha percebido que deixara cair.

-De facto eles são iguais ao pai-encostei-me para trás e respirei fundo.

-Vocês trabalharam bem-ri com o comentário da minha melhor amiga.

-É, nós trabalhamos bem-lembrei-me de todos os momentos que eu passara com o pai deles-bem de mais.

-É melhor eu ir-ela levantou-se fazendo-me levantar também-acho que precisas de conversar com eles.

-Eu sei-suspirei-obrigada.

-Sempre aqui para ti Carol-ela despediu-se de mim e ambas sorrimos.

Depois de Lara se ir embora eu respirei fundo e subi as escadas até ao quarto de Salvador onde bati e esperei que ele me deixasse entrar. Não obtive resposta, por isso entrei mesmo assim.

-Não te dei permissão para entrares no meu quarto-ele olhou para mim totalmente chateado.

-Precisamos de conversar-sentei-me ao seu lado na cama.

-Não temos nada para conversar-ele virou a cara.

-Eu sei que estás muito chateado e magoado comigo e eu juro que vos queria contar quem era o vosso pai, mas depois de tudo eu não vos queria preocupar com essas coisas e, então, achei melhor não o fazer.

-Tu não pensaste em nós-ele olhou para mim zangado-tu só pensas em ti e nesse estúpido amor não correspondido de criança-ele levantou-se totalmente fora de si-não te preocupaste nem um segundo com o facto de que nós, teus filhos, quiséssemos realmente saber quem era o nosso pai.

-Não digas isso-levantei-me lavada em lágrimas e também totalmente chateada por ele me estar a dizer uma coisa daquelas-eu sempre fiz tudo para o vosso bem, sempre vos coloquei em primeiro lugar e nunca, nunca na minha vida eu vos magoaria com intenção.

-Tu já nos magoaste-ele abriu a porta do seu quarto-preferiste acreditar que ele voltaria para ti e que tudo ficaria bem, mas olha estás muito enganada, ele não te ama sequer, sabes? Se ele te amasse estaria aqui e agora contigo.

Ensina-meOnde histórias criam vida. Descubra agora