CAP 35-Guilherme

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Depois do jantar voltamos para casa da Carolina e eu notei que ela estava muito calada, mais propriamente desde o jantar. Eu estava realmente preocupado com ela, mas não sabia como lidar com a situação. Têm sido muitos acontecimentos ultimamente, estamos todos muito inseguros, mais sensíveis e frágeis e qualquer coisa abala-nos muito facilmente. Queria poder falar com ela sem a magoar, mas não sabia como a abordar.

Os miúdos foram para os seus quartos descansar e eu segui Carolina até ao seu quarto. Observei todos os seus movimentos, desde quando ela tirara os seus acessórios até vestir a sua camisa de dormir.

-O que se passa?-ela perguntou.

-Isso pergunto eu-aproximei-me dela-estás muito calada desde o jantar, passou-se alguma coisa?

Ela apenas olhou para mim e suspirou sentando-se na cama.

-Fala comigo Carol-ajoelhei-me à sua frente e peguei nas suas mãos-podes desabafar comigo e...

-Temos de parar com isto Guilherme-ela fechou os olhos e passado uns segundos voltou a abri-los.

-Com isto?-olhei confuso-não estou a perceber.

Carolina contou-me toda a conversa que tivera com a mãe, Beatriz, e eu não podia estar mais de acordo. Eu simplesmente amei Carolina como ela pedira e nem sequer me passou pela cabeça que a podia magoar com toda a adrenalina a correr-me nas veias. Fui um irresponsável mais uma vez.

-Merda...-praguejei levantando-me e virando costas.

Tentei controlar a minha respiração.

Como pude fazer isto? Porque não tive cuidado? Porque não me lembrei? A Carolina já faz tão parte de mim que nem me passou pela cabeça que ela era humana, para mim ela sempre foi uma loba, nunca olhei para o que ela era ou deixava de ser, mas o certo é que tinha de tomar mais atenção a isso porque poderia trazer consequências para ela.

-Gui?-senti as suas mãos delicadas nas minhas costas até ela me aparecer no campo de visão.

-Desculpa-peguei no seu rosto e beijei a sua testa-não foi por mal-puxei-a para os meus braços onde senti os seus rodearem o meu corpo também.

-Não tens de pedir desculpa-ela levantou os seus olhos para mim-não tens culpa do que aconteceu.

-Eu sabia o que podia acontecer, mas o desejo de te ter falou mais alto e eu não me lembrei de...

-Eu gostei-calei-me assim que ouvi as suas palavras-eu gosto quando me possuis como um verdadeiro lobo, sem olhar ao que somos, se somos diferentes ou não. Gosto quando me amas com todo o teu coração. Gosto de passar as nossas tardes juntos, na nossa cama a fazer amor. Gosto de estar contigo, de fazer amor contigo, de estar no nosso mundo contigo. Só nós os dois, juntos-ela beijou os meus lábios muito lentamente-eu amo-te muito Guilherme e eu sei que me amas também e que não serias capaz de me magoar, ok?-ela olhou nos meus olhos-por favor.

Eu apenas assenti beijando os seus lábios e abraçando-a logo a seguir.

-É melhor irmos descansar agora-falei já tirando as minhas roupas ficando somente com a minha cueca boxer-precisas de descansar.

Peguei na sua mão e puxei-a até à sua cama onde cobri o seu belo corpo e abracei o mesmo. Segundos depois senti a sua respiração calma e serena e sorri adormecendo em conchinha com a minha mulher.

No dia seguinte

-O que os meus homens vão querer para o almoço?-Carolina espreitou da porta da cozinha sorrindo.

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