09. Conhecendo a sogra.

589 49 2
                                    

24 DE JULHO

Eu realmente achei que meu pai iria me matar.

Quando acordei de manhã, a primeira coisa que fiz foi procurar pelo meu celular entre as roupas do chão, praticamente caindo da cama ao fazer isso.

Ele atendeu no terceiro toque, achando ser o Zabdiel. Eu tinha me esquecido que não contei a ele que meu celular tinha quebrado e por ele ter me proibido de comprar outro, eu estava ficando com o celular do meu namorado. Apenas falei que meu celular estava sem bateria, e pedi desculpas por não ter ido para casa ontem a noite, pois dormi no Zabdiel. Ele respondeu com um tudo bem e me desejou bom dia.

— Bom dia? — repeti indignada. — Esse velho tá brincando comigo?

— Você precisa aceitar que eu ganhei a aposta. — Zabdiel se apoiou na beirada da cama e me olhou, sentada no chão. — Seu pai gosta de mim.

— E pensar que a gente achava que ele iria reagir super mal ao nosso namoro — resmunguei.

Zabdiel esticou uma mão, e eu a peguei, sendo puxada de volta para cama.

— Quero te mostrar uma coisa. — Ele me trouxe para perto da cabeceira da cama, pegando as algemas.

— Zabdiel, são dez da manhã, você quer me algemar agora?

Ele riu, negando com a cabeça.

— Não. — Abrindo a algema com a chave, ele passou uma parte por meu braço e prendeu a outra na barra de ferro. — Quero te mostrar que elas possuem travas de segurança. — Ele passou o dedo por um pequeno botão preto, o apertando em seguida. A algema se abriu com um clique. — Viu?

Fingi uma cara de triste.

— Isso quer dizer que se eu resolver te algemar um dia, você vai conseguir se soltar?

Ele franziu a testa e me olhou assustado.

— Nem pense em um dia me algemar.

Mordi a boca para não rir e levantei o dedo indicador, o mexendo para cima e para baixo. Zabdiel arregalou os olhos.

— Também não!

Joguei a cabeça para trás e gargalhei.

— Por que eu não posso te algemar? — perguntei, pegando as algemas, agora soltas. — Você me algemou antes. — O empurrei para trás, contras os travesseiros, e passei as pernas ao redor dele.

O encarei, e ele devolveu o olhar.

— Se acha que vai me algemar de novo sendo que eu não posso fazer o mesmo com você, vamos precisar ter uma séria conversa.

— Lara... — Ele se remexeu embaixo de mim, querendo fugir do assunto.

— Não, não.

Abri uma mão em seu peito e o mantive deitado. Prendi uma parte da algema no pulso de Zabdiel, passando a corrente pela barra da cabeceira, e prendendo a outra ponta no meu próprio braço.

— Ok — falou, respirando fundo. — Eu deixo você me algemar um dia. — Abri um sorriso com a resposta. — Mas só depois que eu te ensinar a usar ela de verdade.

Fiz uma careta, querendo saber o que ele quis dizer com isso. Mas era bem claro. Dei de ombros, concordando com isso.

— Zabdiel? — chamou uma voz do lado de fora do quarto. Uma voz feminina. — Filho?

Abri a boca chocada, tentando sair de cima de Zabdiel bem no momento em que ele se senta, impossibilitando minha saída e também sua tentativa de sentar.

Thunder BayOnde histórias criam vida. Descubra agora