— Eu começo — anunciou Kim, pegando seu bloquinho de anotações do jogo e mordendo a ponta da caneta. Ela não jogou o dado e decidiu acusar onde sua personagem estava: na floricultura. — Foi, hm, o Senhor Marinho, com a arma química.
Eu tinha apenas três cartas, e sem dúvidas fui premiada tendo apenas locais:
- Banco;
- Estação de trem;
- Hotel.
Zac estava ao lado de Kim, e disse que não tinha nada. Jaime também passou a vez.
— Não foi com a arma química — falou Erick, mostrando a carta.
Kim sorriu e pistou para ele.
— Thanks, baby.
— Minha vez. — Zac se inclinou sobre a mesa e examinou o tabuleiro. — Aproveitando que to aqui, vou acusar também. — Recolheu um boneco e uma arma. — O cozinheiro, na floricultura, com o pé de cabra.
Foi preciso chegar no Joel para o cozinheiro ser inocentado.
— Teria sido tão fácil para o cozinheiro matar com o veneno no restaurante — comentei observando o jogo.
— Seria obvio — respondeu Erick, que era o cozinheiro, me olhando. — Eu não faria algo obvio.
— Na realidade você não fez nada, não é? Não foi você — disse Joel, batendo no ombro dele.
Jaime pegou o dado e olhou o jogo, examinando os personagens e passando rapidamente o olhar pelas pessoas ao redor da mesa.
— Foi a dona da boate, no cemitério, com o revolver — acusou, se encostando na cadeira e cruzando os braços. Ele sorriu de uma forma que eu já tinha visto Zabdiel fazer, quando observava todo mundo quebrando a cabeça para algo que achava obvio.
Abaixei minhas cartas e fechei a cara, já sabendo o que viria a seguir. Obviamente, ninguém tinha nenhuma das cartas que ele acusou.
— Não. — Chris se sentou na cadeira e olhou o jogo. — Ele não pode ter adivinhado NA PRIMEIRA RODADA!
Jaime sorriu e nos olhou convencido, se esticando para pegar o envelope guardado com a revelação do crime. Quando jogou as três cartas na mesa, da dona da boate, revolver e do cemitério, uma chuva de palavrões aconteceu.
— Qual o problema com vocês? — quase gritou Chris, encarando Jaime. — NÃO TEM GRAÇA FAZER ISSO!
— Ah, tem sim — respondeu Jaime bem humorado, com os cachos caindo na testa.
— Como é que você sabia? — perguntou Zac, se virando para o olhar ao seu lado. — Não tinha como, só teve duas acusações antes de você jogar.
— Não descobri durante as acusações.
— Descobriu quando então?
— Quando as cartas foram dadas. — Jaime jogou suas cartas na mesa e olhou Zac. Ele apontou para o tabuleiro. — Vocês ficaram olhando para o que tirou. Ainda mais por ser a primeira rodada e vocês ainda sabem quem é quem, então olharam para os personagens que tiraram e pra pessoa que é ele.
— A gente não fez isso — resmungou Chris, cruzando os braços e fazendo bico.
— Fez sim. E olharam para a arma que tiraram uma vez, depois olharam varias vezes para outras e pros lugares que não tinham, porque queriam saber onde iam entrar para acusar, mas tinha que sem em lugar que não tinha.
— O que... Você está inventando isso. — A carranca de Chris aumentou ainda mais, parecendo uma criança birrenta.
— Sei o que cada um tirou.

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Thunder Bay
FanfictionA areia deu lugar a neve, o mar deu lugar a lagos congelados, e Byron Bay deu lugar a Thunder Bay. Com um mês restante de férias, Lara e seus amigos viajam a uma monótona cidade no litoral norte do Canadá. As consequências de suas ações e escolhas n...