29. O problema da Barbie.

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03 DE AGOSTO

Na manhã de sexta, Zabdiel acordou cedo para organizar as coisas para irmos ao chalé. Eu demorei a sair da cama, querendo continuar dormindo até tarde. Mas era difícil fazer isso com a cama vazia de um lado.

Apesar de ter adorado passar uns dias sozinha em Boston, eu sempre sentia falta de dividir a cama. Dois meses morando com Zabdiel tinham me deixado mal-acostumada.

Coloquei uma roupa quente e desci para o primeiro andar.

— Já tomou café? — perguntei a Zabdiel, enquanto ele arrumava algumas caixas na dispensa.

— Já.

Olhei a pia vazia, e a maquina de lavar louça da mesma forma. Se ele tomou café, onde estava a louça que usou? Fechei a cara, ficando brava.

Abri a geladeira, pegando uma caixa de leite e creme de leite. Eu não sabia fazer absolutamente nada na cozinha, exceto uma coisa, que aprendi com meus pais quando era pequena. Chocolate quente.

Levando em conta que tínhamos dez pessoas na casa, eu tive que fazer duas canecas de leite, adicionando o creme de leite e cacau em pó. Barbara ainda não tinha comido as barras de chocolate amargo que eu comprei ontem, e eu piquei pedaços e coloquei no leite que fervia com as misturas.

Chocolate quente é sem dúvidas a única coisa que sei fazer na vida.

Peguei os brownies que tínhamos comprado e os coloquei na bancada.

Terminei os chocolates e peguei uma caneca preta para Zabdiel, indo até a garagem, onde ele agora organizar as coisas dentro dos carros.

— Para você, antes que eu jogue na sua cabeça — falei, lhe estendendo a caneca.

— E você ainda diz que sua TPM não dá medo. — Ele pegou o chocolate, o olhando com a testa franzida.

— Você mentiu que tomou café da manhã.

— Água não conta?

— Não!

Ele deu de ombros, dando um gole no conteúdo.

— Eu deveria me preocupar com o fato de você ter aprendido do dia para noite a usar o fogão?

Chutei a canela dele.

— É a única coisa que meus pais me ensinaram a fazer na cozinha.

— Que orgulho. — Ele veio até mim, me dando um selinho, com a boca suja de chocolate. — Tá uma delícia. — Olhou o copo em mãos. — Não envenenou não, né?

— Eu vou chutar sua canela de novo.

Ele riu e se afastou.

Íamos ficar em um chalé de três quartos, e apesar de estar já mobilhado e preparado para temporadas, ainda iriamos levar algumas coisas. A começar com comida, que não tinha lá. E cobertas extras. Todos já tinham feito uma pequena mala, levando em conta que passaríamos apenas três dias na casa.

Como em Byron Bay, nós também tínhamos três carros aqui, e iriamos com todos para as montanhas. Zabdiel, eu e Jaime iriamos em um, no que Zabdiel já usava diariamente. Chris, Barbara, Zac e Emi iam em outro, com Chris dirigindo. Joel dirigiria outro, levando Kim e Erick.

— Que horas vamos subir? — perguntou Barbara, chegando a garagem. Eu nem tinha visto que ela já tinha acordado.

— Depois que vocês forem em um psicólogo — respondeu Zabdiel, fechando a porta de um carro e voltando para dentro de casa.

Thunder BayOnde histórias criam vida. Descubra agora