30 - Todo Castigo Pra Corno...

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É pouco, você sabe e eu sei, mas chifre trocado não dói e o mesmo pau que a Natacha chupou é par com a buceta da Carla que eu quase engoli.

"foi melhor assim, cara... tava tudo errado tlgd?"

"to ligada, felipe... mas sei lá, vamo tomar uma cerva num barzinho hj, anima ai."
Bruna

"tanto faz, pp reto."

"vou montar um grupo aqui, dylonzinho e sandra tão animando, sua namo ta aqui tmb kkkkkk"
Bruna

"carla?! nossssssa, como q aguenta esse trem ai?"

"supera, amante kkkkkkk"
Bruna

Revirei os olhos.
Tinha muita gente sabendo dessa ladainha, uma hora ia dar merda.
No grupo estava o Rato e o CG também, por isso não fiquei tão deslocado.
A noite caiu e eu tomei um banho demorado, coloquei meu melhor Nike e o conjunto de time do Juventus, o mais brabo do armário.
Conferi os doc no bolso, o cabelo, o cordão e o faz me rir na carteira. Conclusão, eu tava gostoso!

- Que isso, patrão... Hum, tá mala! - Rato disse rindo enquanto eu entrava no banco da frente.

- Cadê o uísque, CG? - falei sorrindo mostrando a língua.

- Só tem maconha! - CG debochou e me passou o cigarro.

O bar era mais suave, e porra, a galera meio social e eu de Juventus, minha sorte era que o CG estava de bermuda jeans, então ele tomou um pouco dos olhares com as duas pernas fechadas de tatuagem.
Depois de falar um "oi" coletivo me sentei ao lado da Bruna e o Rato do outro lado, CG estava a minha esquerda, seguido por Dylon, Sandra, Carla, uma outra loira e novamente o Rato, mantendo uma distância segura da gostosa.
Carla me olhava sem parar e eu tentava fingir que não via.
O assunto da mesa era sobre futebol, Bruna era obrigada a fazer parte já que as mulheres estavam do outro lado da mesa.

- Tô ficando bebaço já. - CG sussurrou.

- Porra, tá brincando?! - encarei o mesmo que concordou com a cabeça. - Nós só bebe uísque, cara. O que foi?

- Não comi nada, chefe... - resmungou. - Não deu tempo... A boca tá vendendo pra caralho. - fiz um "xiu" com os dedos na boca e ele abaixou o tom de voz.

- Pede uma porção ai. Vou tirar a água do joelho. - apertei o ombro dele enquanto levantava da mesa.

Fui até o banheiro e aproveitei pra conferir o WhatsApp. Enquanto mijava olhei alguns stories e vi um da Natacha comendo uma porção, aparentemente fora de casa.
Sacudi o pinto e guardei novamente dentro das calças.

"pega nada, nem chama ein 🤑"

Comentei no status dela e voltei pra mesa.
Continuei enchendo o copo e ouvindo assuntos pelas metades. A porção do CG chegou e ele comeu quase tudo sozinho.

- Do que é essa porção? - apontei com o copo de uísque cheio.

- Ah, bolinho de bacalhau! Não ia deixar passar... - riu de boca cheia e eu acompanhei.

O celular apitou, tirei o mesmo do bolso e era a resposta da Natacha no WhatsApp, tentei me controlar pra demorar a abrir e parecer que era menos importante, não consegui.

"bar do gerente, tlgd né, porção de bacalhau"
Desgraçada ♥️

Conclusão, eu estava no bar do Gerente. Do lado de dentro. Vendo o CG comer bolinho de bacalhau. Natacha estava ali. Mas com quem?!

Apareci na porta do bar, olhei em volta e vi a Natacha sentadinha com uma saia que quase não cobria a bunda. Que delícia!
Suas duas melhores amigas estavam lá, aquelas cadelas, e o seu melhor par (dando um belo sorriso) Luan.

- Tem maconha da boa, ou uma coca, se quiser eu consigo arrumar até uma pedrinha. - anunciei a banca escorando o cotovelo na mesa deles.

- Que isso, Playboy? - o sorriso e o assunto encerrou na minha presença.

- É que eu vendo drogas, não sei se tu tá ligada...

- Eu resolvo isso. - disse pro Luan e largou o canudo mordido, marca registrada dela. - Vem, vamos conversar, Playboy.

Pegou seu celular e pegou minha mão, me levando pra fora do bar. Confesso que me deixei levar, aliás, não precisava daquilo tudo da minha parte.
Ela escorou no Corolla do Rato, cruzou seus braços e parecia esperar alguma coisa.
Eu só conseguia encarar aquelas pernas, descer e subir o olhar varias vezes. Toda vez que eu via aquela garota me arrependia de qualquer decisão.

- O que você tá arrumando? Terminamos, né?

- Claro, porra. Tô sem moral, a mulher do chefe andando com o ex... Para. - neguei com a cabeça.

- Então qual é a tua? - fez bico e soltou uma respiração pesada.

- Nada não, Natacha. - balancei os ombros e desviei o olhar dela. - Eu vou entrar, esse papo nosso não vai dar em nada.

- Pode crer, Playboy.

Mexeu nos peitos e tirou um maço de cigarro aquele azul, meu favorito. Acendeu o mesmo e me esticou o cigarro aceso.
Pensei duas vezes, mas acabei pegando o cigarro. Dei alguns tragos e devolvi pra ela.

- Boa sorte ai pra tu, tá ligada... Relacionamento sério é isso, essas paradas aí... - cocei a nuca.

- Você é muito babaca. Não consegue nem me desejar felicidades olhando na minha cara. - jogou o cigarro no chão e pisou no mesmo, entrou rebolando aquela enorme bunda.

Após uns minutos entrei de volta e me sentei no mesmo lugar, meu copo estava ali me esperando, com cubos de gelo até a borda. Maravilhoso!

- Meu irmão só dava problema... - a conversa parecia ter tido início ali. - Ele era bem mais velho, seguimos caminhos diferentes, por isso que a gente de afastou. - disse o Dylon.

- Sei como é, irmão mais velho é uma desgraça. - fez bico e apontou pro Rato. Tudo bem que eles não eram de sangue, mas mesmo assim servia.

- O Patrick era muito complicado. - o nome me chamou atenção. Engoli o uísque rápido e pela primeira vez na vida, pude sentir queimar minha garganta. - Eu queria ser polícia e ele bandido.

A mesa ficou em silêncio. Rato pareceu perder os sentidos e o CG tossia com o bolinho de bacalhau agarrado na garganta. Bruna fazia uma cara de triste e Sandra pareceu apenas refletir.
Eu congelei. O corpo endureceu, pelo amor de Deus, essa família estava bem complicada e eu estava cansado de ir pro inferno e voltar. O diabo tava cansado de mim indo e vindo.

- Patrick? - solucei. - Que Patrick? - apoiei o cotovelo na mesa e cobri a boca.

- Ele era lá do morro de vocês, mas era velho... E vocês não fazem o tipo do Patrick. Vocês são gente boa, molecada. - ergueu o copo querendo brindar, parecendo superar aquela morte.

Brindamos, eu brindei a contra gosto.

- Que porra foi essa? - eu estava ofegante e o banheiro me deixava ainda mais sem ar.

- Porra, Playboy... Respira. - segurou na gola do meu casaco e me sacudiu. - Se os dois eram irmãos, não foi ele que matou o Patrick.

- E por acaso isso anula o fato dele ter matado minha mãe?! - empurrei os braços do Rato e alterei a voz.

- Tu tem razão... - passou a mão na testa, parecendo analisar a situação.

- Caralho... Quem matou o Patrick?!

EU VIM DA RUA - MC Kevin (Kevin Bueno)Onde histórias criam vida. Descubra agora