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Quando a natureza coloca fim a uma gravidez, o sofrimento experimentado pela mulher que sofreu um aborto espontâneo costuma ser pouco compreendido. Apesar desse tipo de perda ser frequente, muitas pessoas – mesmo com a melhor das intenções – maximizam ou minimizam a situação.

Fazia dois dias que Graziella estava no hospital em observação. Ainda estava muito abalada, entretanto já passou pela fase da negação, não poderia continuar mentindo para si mesma afirmando que seu bebê ainda estava em seu ventre se não era verdade.

A doutora Eleanor Gauthier, psicóloga que trabalha no hospital onde Graziella está internada, já lhe fez algumas visitas, onde conversou com ela e Zlatan, claro que com todo cuidado, visto que esta era uma situação demasiada delicada e que demandava muita paciência, empatia e compreensão para com a paciente e seu companheiro.

Em respeito a seus fãs que estavam preocupados com o estado de saúde de Graziella, Zlatan, após conversar com ela, decidiu que seria melhor se pronunciar sobre o ocorrido. Em sua conta oficial no twitter o jogador agradeceu a todos pela preocupação, contou que Graziella passa bem, mas que infelizmente eles haviam perdido o bebê que esperavam. Em questão de minutos, todos se compadeceram pela dor do atacante e de sua mulher e começaram a enviar várias mensagens de apoio para ambos, inclusive muitas celebridades, sobretudo outros jogadores de outros times que conheciam o sueco.

Todavia sempre tem algumas pessoas que não possuem empatia para com o próximo e isso fez com que Graziella recebesse algumas mensagens que a fizeram se sentir muito mal, tais como: “se não tivesse ido ao jogo, isso não teria acontecido”, “se a gravidez não continuou é porque não era para a criança nascer”, “supere isso, não é para tanto” entre outras coisas que não devem ser ditas a uma mulher com a estabilidade emocional abalada, uma mulher que acabara de perder seu filho. Zangado por essas mensagens Zlatan se pronunciou novamente em seu twitter pedindo para as pessoas terem um pouco mais de empatia com a dor do outro, que se não tivessem nada de bom para falar, então que não falassem nada. O também comunicou aos seus pais, que ficaram muito abalados.

— Está pronta? — Graziella, que se encontrava distraída dentro daquele quarto do hospital guardando alguns de seus produtos de higiene pessoal na bolsa, escuta quando Zlatan fala com ela. O encara por sobre o ombro o visualizando encostado no batente da porta a observando.

Ela assente ainda em silêncio e senta-se na cama para calçar suas botas. Recebera alta naquela manhã e já poderia ir para casa.

Zlatan se aproxima cautelosamente e senta-se ao seu lado.

— Como se sente hoje? — Questiona realmente preocupado.

Graziella apenas suspira. Nem mesmo ela sabe definir suas emoções.

— Ainda não me recuperei, mas vai ficar tudo bem — ela diz simples e ele assente, pois se encontrava do mesmo jeito.

— Eu estou aqui com você, nunca se esqueça disso. Vamos enfrentar isso juntos.

Ela assente e ele a beija carinhosamente, um beijo que transmitia que ele cumpriria tudo que havia dito.

Ao saírem do hospital, tiveram a surpresa desagradável. Vários paparazzis se encontravam no lado externo apenas aguardando por eles.

— Mas que porra! — Zlatan pragueja e pega na mão de Graziella. Os dois são escoltados por seguranças do hospital até o carro, em meio uma chuva de flashes e perguntas feitas, das quais não responderam.

Chegaram no carro e logo Zlatan abriu a porta do passageiro para Graziella, que adentrou o automóvel rapidamente e logo ele tomou a direção. Queriam chegar logo em casa.

Luzes de Paris | Zlatan Ibrahimovic| Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora